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Sharenting: a exposição das crianças às redes sociais

Compartilhar fotos dos filhos nunca foi tão fácil, mas isso pode ferir o direito à privacidade deles e até mesmo ameaçar sua segurança
Por Malu do Nascimento Criciúma, SC, 05/08/2019 - 16:37 Atualizado em 05/08/2019 - 17:45
Foto: Malu do Nascimento / 4oito
Foto: Malu do Nascimento / 4oito

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Vivemos na era das redes sociais, por isso nada mais comum que nos depararmos com milhares de fotos de pessoas nas mais variadas situações.  Questões cotidianas da vida pulam em nossas telas o tempo todo. As crianças, como não poderia deixar de ser, acabam fazendo parte desta realidade e ficam expostas, muitas vezes pelos próprios pais, ao mundo digital. Nesta segunda-feira, 5, o Programa Do Avesso recebeu a psicóloga Cristine Adriana Rodrigues Kern e a especialista em redes sociais Ale Koga para falar sobre Sharenting.

Compartilhar fotos dos filhos nunca foi tão fácil, mas isso pode ferir o direito à privacidade deles e até mesmo ameaçar sua segurança. Sharenting é um neologismo que une as palavras “share”, do verbo “compartilhar”, em inglês e “parenting”, termo ligado à ideia da função de ser pai e mãe. As novas tecnologias trouxeram mudanças na comunicação que podem ser maravilhosas quando se trata de nos sentirmos mais próximos dos outros. Por maior que seja a distância, sempre teremos um ou vários recursos para nos aproximarmos de alguma forma. No entanto, também devemos ser cautelosos, pois fenômenos como o sharenting podem colocar em risco aqueles que mais amamos. “Há uma controvérsia de até que ponto os pais tem a ingerência de o que postar sobre seus filhos. Na verdade, eles não têm más intenções, eles só desejam narrar essa história de uma maneira mais completa possível, mas temos que ter limites porque os efeitos negativos podem ser de diversas áreas”, explica a psicóloga.  

Uma busca rápida pela hashtag #meubebe no Instagram abre mais de 920 mil imagens de crianças. São fotos ou vídeos de meninos e meninas nas mais diversas situações: na praia, em festas de aniversário, comendo, na cama, aprendendo a andar, no banho e no carrinho. São fotos públicas, acessíveis a qualquer um que tenha uma conta gratuita na rede social. A princípio são fotos inocentes, normalmente postadas por pais que querem dividir com seus seguidores, amigos e família os primeiros momentos da vida de seus filhos.

Mais um alerta

O vídeo engraçadinho do bebê seminu tomando banho sozinho pode parecer engraçado, fofo até, mas não parecer tão engraçadinho assim para a criança em questão e até virar motivo de bullying na escola. Mais ainda, essas fotos e vídeos públicos podem acabar sendo usadas das mais variadas formas, inclusive em redes de pornografia infantil.  “Já existe casos de tecnologia onde pegam as fotos das crianças trocando corpo ou rosto e colocam na deep web para pedófilos se beneficiarem do conteúdo. Talvez você nunca fique sabendo que isso aconteceu, mas é bom que esteja ciente que exista”, conta Koga. 

Mas para a psicóloga proibir não é a solução. “Não é que as crianças não possam estar nesse universo, nós temos que estar junto com eles, por isso que é importante esse vínculo, para estar sempre perto deles sabendo ao que eles têm acesso”, finaliza. 
 

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