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Eleições 2020

Políticas claras para geração de indústrias e empregos: os planos para Criciúma

No projeto Eleições 2020, Rádio Som Maior e 4oito levantam debate sobre desenvolvimento econômico com foco no futuro
Denis Luciano / Paulo Monteiro Criciúma, SC, 25/08/2020 - 07:55 Atualizado em 25/08/2020 - 09:52
Foto: Luana Mazzuchello / 4oito
Foto: Luana Mazzuchello / 4oito

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Muitos são os problemas na região carbonífera como um todo em relação a instalação de novas indústrias e empreendimentos. Muitas destes empecilhos são causados por impasses públicos, às vezes referentes a autorizações, que impedem que indústrias se instalem em locais adequados para começar os seus serviços. 

No projeto Eleições 2020, da Rádio Som Maior e do Portal 4oito, foram debatidos os principais desafios que envolvem a instalação de empresas e que permitem a geração de empregos na região.

Três principais pontos foram levantados pelos empresários entrevistados no programa desta terça-feira, 25: a falta de clareza em políticas públicas, a necessidade de demarcação objetiva para áreas industriais e a necessidade de mão de obra qualificada, apoiada por uma educação de qualidade na região.

Um local exclusivo para as indústrias 

Muitos empresários destacam a falta de áreas industriais demarcadas em Criciúma e região como um empecilho para a instalação de novas indústrias. As chamadas zonas mistas, que agregam tanto indústrias quanto casas e residências, acabam se tornando um problema com o tempo tanto para os moradores, que precisam conviver com o trabalho ao lado, quanto para os empresários, que precisam lidar com reclamações da população.

Franke Hobold, empresário proprietário da Plasson

“Acredito que deve ser definido um plano diretor para a Amrec em si, para se debater tudo isso de forma mais coesa. Pode ser um colchão verde para proteger novos loteamentos de residências, no caso indústrias”, pontuou o empresário Anselmo de Freitas, proprietário da Cristalcopo. “Todos buscam infraestrutura e zona exclusiva para indústrias, nada de zona mista", disse Franke Hobold, da Plasson.

Anselmo de Freitas, da Cristalcopo

Além de políticas que esclareçam os locais da região exclusivos para a instalação de empresas, algo extremamente atrativo que dá segurança aos empresários, entender a vocação de cada município é um passo importante para saber como trabalhar. “A região precisa ter suas vocações, não precisa ter um único segmento, mas precisa deixar claro as suas políticas”, comentou Franke.

Investir em educação para formar melhores profissionais

O investimento em educação é, também, um passo importante para que as indústrias possam se instalar na região sabendo que aqui irão obter mão de obra qualificada, profissionais preparados para atuar no mercado. Para isso, a presença de escolas técnicas e universidades de qualidade é imprescindível. 

Walter Ghislandi, da Rede Bistek

“Na nossa região, sempre falamos de tempos em tempos da necessidade da formação técnica e da mão de obra qualificada, para que consigamos ser competitivos e trazer uma eficiência maior. Vamos ter que mudar o jeito de trabalhar com o setor de serviço, precisamos nos preocupar com uma entrega mais humana, um ambiente mais limpo e uma relação muito mais humana com as pessoas”, destacou Walter Ghislandi, da Rede Bistek.

O professor e diretor de Inovação Igor Drudi vai ainda mais além na questão de educação. Para ele, é preciso trabalhar com a formação de pessoas mais criativas e conhecedoras do mundo do empreendedorismo desde cedo. “Acredito que para termos um bom desenvolvimento econômico com geração de empregos, deveríamos fomentar cada vez mais a educação empreendedora no ensino básico e fundamental, porque ali estamos formando um comportamento diferenciado dos nossos jovens”, ressaltou.

Alemanha e outros cases de sucesso 

Dono de indústrias na Alemanha, o empresário Ederaldo Lodetti ressalta inúmeros incentivos e facilidades que são apresentadas no exterior para que os empresários possam se instalar, crescer e gerar empregos. Uma das diferenças mais destacadas é justamente a solução para muito dos problemas industriais na região: políticas claras e o apoio dos governos.

“Na Alemanha. temos a ajuda do governo e das prefeituras diretamente. As nossas dificuldades são aceitas e recebidas, fazemos parte da prefeitura para dar opinião e ajudar. Os empresários são quem portam o dinheiro da casa, precisam ser ajudados para mudar a cidade”, disse.”Além disso, quando a empresa surge, já há uma zona industrial localizada para ela, não tem mais o problema de desmatamento porque a infraestrutura já está liberada para uma área empresarial, o que dá muita celeridade e evita burocracias”, pontuou.

Ederaldo Lodetti, empresário atuante também na Alemanha

Não é preciso ir para fora do Brasil para encontrar cases de sucesso em relação a um aumento econômico devido a consolidação de indústrias e empresas. Maringá e Uberlândia, há décadas atrás, eram cidades pequenas e pouco atrativas, mas hoje já são polos industriais. Palhoça, por exemplo, terá mais de 400 mil habitantes daqui há cinco anos, isso graças a ida de muitas jovens empresários donos de startups para o local, que virou quase que uma “capital” no segmento.

Em Içara, do ladinho de Criciúma, também temos um bom case de sucesso. “Em Içara, conseguimos fazer uma diretoria da cooperativa de energia mista, com empresários técnicos e políticos. De lá para cá, fomos comprar energia no mercado livre e, a partir do ano que vem, a energia elétrica vai subir somente o INPC, isso pelos próximos 17 anos”, destacou Anselmo, reafirmando o quanto uma energia barata pode ser atrativa para as indústrias.

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