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O hino na escola, tradição que se mantém

Escola Municipal José Contim Portella há anos segue realizando o ato cívico uma vez por semana
Por Bruna Borges Criciúma, SC, 27/02/2019 - 08:10
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna

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O tempo é de discussões a respeito de civismo, patriotismo e símbolos nacionais. Cantar o Hino Nacional já foi natural nas escolas em décadas passadas, mas o costume não morreu em todas elas. Na escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental José Contim Portella, no Bairro São Sebastião, em Criciúma, a tradição se mantém.

“Essa já é uma organização bem antiga da nossa escola. Todas as segundas-feiras, depois que o sinal bate, as crianças vão para a sala de aula, deixam seus materiais, tiram bonés, adereços e descem para o pátio para a execução do hino”, conta a diretora, Simone Garcia Conceição de Sá.

O hábito é também uma forma de fazer uma saudação aos alunos. “Antes de executar o hino nós fazemos uma fala, vemos se tem alguém de aniversário, cantamos parabéns e desejamos uma boa semana a eles”, relata Simone. 

Uniformizados e perfilados, com o auxílio do som e em certas ocasiões também com o suporte do telão, que reproduz as letras, os estudantes do turno da manhã e da tarde cantam os hinos nacional e municipal.

“E sempre são escolhidos dois alunos para ficar um de cada lado da bandeira, a própria turma faz a escolha e depois que o aluno já participou ele dá lugar a outro colega na semana seguinte. Assim é possível que mais alunos participem desse momento”, explica a diretora.

Tradição da escola

A Escola José Contim Portella completa em abril 53 anos de existência e tem, desde 1979, o seu próprio hino. A letra é de autoria de uma das primeiras diretoras da unidade, Augusta Zanette Simão, e a música é de Maria Dulce Duprat, à época professora de piano, de História da Música e de Teoria Funcional.

“Quando a gente chega aqui e faz o resgate da história, acaba se apaixonando pela trajetória da escola e quer manter esse legado”, declara Simone. “Durante algumas das vezes, além dos hinos nacional e municipal, nós também executamos o hino na escola”, afirma.

Além de cantar o hino todo começo de semana, os alunos também têm aulas sobre os símbolos nacionais, sobre o significado dos versos e também a organização das bandeiras. Para a diretora, a tradição é uma questão de amor ao país.

“Não é por obrigatoriedade, é porque é bonito, é emocionante. A gente passa a questão do respeito, do amor à pátria, questões sobre disciplina, sobre quão grandioso é o nosso Brasil”, pontua Simone.

Participação espontânea 

Ainda assim, a participação no momento cívico não é uma obrigação. “Nós temos alunos que por questão religiosa não participam do ato e, nesse caso, elas ficam com um funcionário da escola. Inclusive, os funcionários que também têm essas questões não precisam participar. O que nós prezamos aqui é pelo respeito à individualidade e às crenças de cada um”, observa a diretora. 

Vídeos não serão obrigatórios

A polêmica em torno da execução do Hino Nacional nas escolas voltou a ser assunto após o Ministério da Educação (MEC) enviar uma carta às escolas brasileiras solicitando que uma mensagem do ministro Ricardo Vélez Rodriguez seja lida no primeiro dia letivo e que, em seguida, todos cantem o hino.

O ponto que gerou maior discussão é a presença na mensagem do slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Após a repercussão, o MEC voltou atrás e retirou o trecho da carta, mantendo apenas o seguinte texto: Brasileiros! Vamos saudar o Brasil e celebrar educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração.

Outro pedido feito pelo ministro também gerou opiniões divergentes, mas esse foi mantido. Trata-se da solicitação para que algum membro da escola filme o momento em que a mensagem é lida e em que o hino é executado. Pede-se, ainda, que os vídeos sejam enviados à assessoria de comunicação da Presidência da República.

A secretária municipal de Educação de Criciúma, Roseli de Lucca, afirma que é a favor da execução do hino e do resgate ao patriotismo, mas que não concorda com as demais solicitações feitas pelo MEC.

“Eu jamais pediria aos alunos e aos professores que gravassem vídeos ou que falassem a frase de campanha. Nós somos uma instituição pública e temos políticas públicas, não políticas partidárias. Eles têm que cantar o hino por amor ao Brasil, não por outro motivo”, comenta. 


 

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