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O fim do dinheiro físico está próximo mesmo?

Especialista explica a dinâmica financeira dos brasileiros em 2022 em relação ao Pix e cédula de R$ 200,00

Por Giovana Bordignon Criciúma, SC, 10/09/2022 - 17:19
Foto: Reuters / Adriano Machado
Foto: Reuters / Adriano Machado

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O Pix, lançado em outubro de 2020, chegou ao mercado financeiro brasileiro como possível exterminador do dinheiro físico. Por outro lado, no mês anterior, o mesmo Banco Central que criou o sistema lançou a nova cédula de R$ 200,00, dando indícios de confiança no uso do “dinheiro de papel”.

Thiago Fabris, doutor em economia, respondeu algumas das principais questões sobre a dinâmica financeira dos brasileiros em 2022 em relação as “concorrentes” Pix e cédula de R$ 200,00.

Por que o dinheiro físico ainda existe?

“Ele ainda vai fazer parte por um bom tempo, mesmo com a evolução de toda essa parte da tecnologia, que começou lá nas criptomoedas. Essa parte física, as pessoas também precisam, não são todas, se a gente vivesse em uma sociedade 100% tecnológica, o dinheiro ia virar digital. Mas, hoje, a gente ainda tem pessoas que preferem fazer investimentos mais conservadores com relação a poupança. Então tem as preferências das pessoas, e boa parte da população tem uma preferência pelo dinheiro físico, então eu não vejo, em um futuro tão próximo, toda a substituição de papel moeda”.

Por que criaram a nota de R$ 200,00?

“Se a gente for pegar a história do plano real, em junho de 1994, tinha uma excessiva inflação e foi feita uma reforma monetária para acabar com esse processo inflacionário. Se nós levarmos em conta toda essa inflação, daquele período de 94 até agora, em 2022, aquela nota de R$ 100,00 vale quase R$ 15,00 hoje, ela veio perdendo valor e as pessoas mantêm um padrão de consumo, ele aumenta ao longo do tempo, a gente observa uma melhora no bem-estar de todos os brasileiros”.

“E aí as pessoas também precisam de notas maiores para realizar as suas transações. Então apesar de o Banco Central ter dado a desculpa do lançamento por conta da demanda na pandemia, é muito mais pela perda do poder aquisitivo que essa moeda teve ao longo do tempo”.

“Com relação a demanda, a gente observou o contrário. Há uma demanda muito maior com relação aos meios eletrônicos do que a moeda física. O que temos de moeda que circula, desde R$ 1,00 até notas de R$ 200,00, são uns 7,3 bilhões de notas circulando na economia. De notas de R$ 200,00, nós temos 108.555. Se a gente for pegar pelo número de notas, de todas as notas que circulam, é só 1,48% de notas de R$ 200,00”.

Qual é a dinâmica do brasileiro com o dinheiro?

“O que a gente vem observando, em termos de economia a gente chama isso de meios de pagamento, que envolvem tanto a parte de moeda, que está em poder do público, como as notas de R$ 200,00, e o que fica nas reservas dos bancos”.

“Quando pegamos esses dois extremos, a gente vê, tanto o saque de dinheiro em papel quanto depósitos ou transações de Pix, a gente vem percebendo que o número de saques vem diminuindo, principalmente, depois da pandemia, a gente observa uma queda na utilização do papel-moeda”.

“Por outro lado, nós estamos acompanhando também uma evolução no que diz respeito a transações com Pix. Principalmente em quantidades, não em volumes financeiros. A gente está observando uma mudança, que vai desde pessoas com um pouco mais de idade, mas, principalmente, os mais jovens. Até 49 anos, correspondem a 82% das transações do Pix”.

“A gente percebe essa troca do que antes era um pouco mais físico e hoje é um pouco mais eletrônico”.

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