A camisa 13 que acompanhou o lateral Maicon em toda a sua trajetória vitoriosa pelos grandes clubes por que passou agora tem as cores amarelo, preto e branco. “Quando cheguei no Mônaco, eles deram a lista dos números que estavam sobrando. E, como eu já tinha usado a 13 no Cruzeiro e conquistei muitos títulos lá, eu escolhi”, revela o jogador. Para alguns, o número nas costas poderia até ser visto como o do azar. “Aí eu falei que ia provar que o azar não existe, se você se dedicar e trabalhar, independente da numeração que está usando, você vai ter conquistas. E provei”, enfatizou.

Trazer energias negativas para a nova fase na carreira, vestindo a camisa do Criciúma é o que ele menos quer. “Em todos os clubes por que passei o 13 sempre estava disponível e sempre me deu muitas alegrias, não vai ser diferente aqui”, garantiu. Depois de rodar pelos principais gramados do planeta, vestir a camisa da Seleção Brasileira, Maicon vê no retorno ao Tigre uma forma de agradecimento ao clube de onde saiu das categorias da base para se profissionalizar no Cruzeiro e depois ganhar a Europa. 

“Devo muito a esse clube e minha família também, porque foi daqui que eu saí e as coisas começaram a acontecer na minha vida. Nada melhor que fazer um bom desempenho dentro de campo e agradecer o Criciúma da melhor maneira, indo bem nos jogos e conquistando títulos”, afirmou em sua apresentação, ontem, na Sala de Imprensa Clésio Búrigo. 

A forma física não deve atrapalhar

O último clube foi o Avaí, onde fez a última partida em 2017. Mas será que, depois de um ano fora dos campos, o Maicon está bem? “Estou me sentindo super bem”, disparou.

“Treinamento é totalmente diferente. Mas estou me dedicando ao máximo e estou à disposição. Se precisar de mim na quinta-feira, já quero ir para o campo, porque é lá que vou sentir o parâmetro da condição física”, emendou o atleta. 

Aos 37 anos, o jogador chega para encerrar a carreira no Criciúma e revela estar vivendo um grande desejo. “Um dia eu queria voltar a vestir a camisa do Criciúma como profissional. Na primeira ocasião que eu tive pelo clube, essa chance não aconteceu. É um sonho que está se tornando realidade”, enfatizou.

Mas a data para pendurar as chuteiras não está definida. “Eu quero me dedicar dia a dia e jogo a jogo. Não vou chegar aqui e falar que vou encerrar a carreira no fim do ano. Até porque o presidente já fez uma proposta e eu tenho que estudar também”, acrescentou o lateral. 

Mesmo com a idade avançada, Maicon diz estar motivado para dar alegrias à torcida do Tigre. Não é por já ter conquistado títulos como o Campeonato Italiano e a Champions League que a motivação de jogar pelo Criciúma não exista. “Eu sempre quis fazer isso na minha vida desde pequeno. Esse é meu motivo maior. Conversando com meus familiares, eles me deram um apoio muito grande para eu estar voltando aos gramados”, comentou. 

As muitas conversas com a comissão técnica

O primeiro teste dele com a camisa tricolor foi na derrota para o Hercílio Luz. Depois da partida, o treinador Doriva elogiou a atuação de Maicon, mas disse que é preciso ter cautela e inteligência para usar o jogador. “Não vamos esperar que ele chegue dez vezes lá na frente, mas três vezes que ele chegou sofreu uma falta e deu dois cruzamentos bons. A gente tem que saber como utilizá-lo e saber aproveitar”, disse o técnico. 

Só que dentro de campo, a vontade de ajudar a equipe pode falar mais alto. “Quando você entra dentro de campo, você quer fazer o seu melhor e fazer o seu máximo”, analisou. “A gente sabe que a idade não é a mesma e o físico também. Só que o que Maicon fez lá atrás é o que o torcedor vai esperar aqui no estádio. Se eu chegar lá dez vezes e fazer dez cruzamentos para mim vai ser perfeito. Mas venho conversando bastante com a comissão e sei que tem que dosar bastante”, acrescentou o lateral. 

Pode até ser titular

Maicon, lógico, foi contratado para ser jogador titular na lateral direita. Se ele vai ser ou não, ainda não se sabe. Ontem Doriva fechou o treino no Majestoso e o mistério vai seguir até amanhã antes do início da partida. A atividade de hoje também será com portões fechados. Só que o lateral já deu o recado que pode contribuir e, no que depender do jogador, o treinador pode colocar o número 13 na escalação, porque a sorte da camisa agora está do lado do Tigre. 

“O que eu conquistei está gravado nos clubes por onde eu passei. E agora o meu objetivo é jogar aqui no Criciúma e desempenhar o meu papel. É como andar de bicicleta, você nunca esquece. Me preparei o máximo possível para estar dentro de campo”, completou. 

Ouça a entrevista coletiva de Maicon na sua apresentação no podcast abaixo.