O Centro Cultural Jorge Zanatta está novamente de portas abertas. Após três anos de incertezas sobre o seu futuro, uma estrutura comprometida, entraves burocráticos e um incêndio, o prédio tombado pelo Município desde os anos 90 e reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2007, ganha vida mais uma vez.

A cerimônia que marcou a reabertura do casarão localizado na Rua Coronel Pedro Benedet, no Centro de Criciúma, foi realizada na sexta-feira. O local chegou a ficar interditado desde o começo da tarde para a montagem da estrutura de palco que recebeu o evento. A solenidade contou com homenagens aos ex-presidentes da Fundação Cultural de Criciúma e à família do empresário Jorge Zanatta. A viúva, Adelinda Zanatta, recebeu uma flor das mãos da primeira-dama, Adriana Salvaro. 

“Não podia mais Jorge Zanatta ter seu nome vinculado a uma obra abandonada. Uma pessoa especial, que foi um grande empresário e que agora, sim, tem o seu nome em uma obra linda, onde todos podem vir visitar e saber mais da nossa cultura”, afirma o prefeito Clésio Salvaro. 

Antiga sede do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e prisão política na época da Ditadura Militar no Brasil, o Centro Cultural passou por muitas fases, todas contadas com detalhes na retrospectiva histórica escrita pelo jornalista Denis Luciano nas últimas 30 edições do A Tribuna. O espaço, agora, volta a oferecer à população oficinas de teatro, violão, guitarra, baixo, flauta, acordeão, piano, violino e técnica vocal.

O diretor geral da Agência Nacional de Mineração, Victor Hugo Froner Bicca, prestigiou o evento. “Lá nos anos de 1995, 1996, quando o prédio foi entregue ao Município, eu era chefe do DNPM em Santa Catarina, e hoje estou aqui como diretor da agência de mineração. Sabemos da importância que tem essa obra que está no coração da cidade e que agora está magnífica”, declara Bicca. 

Novo sistema de administração

E a fase que se iniciou na sexta-feira também traz novidades. Além de voltar a ser a casa de parte da Biblioteca Pública Donatila Borba, do Arquivo Histórico Pedro Milanez, da Academia Criciumense de Letras, da FCC e do Café Concerto, o espaço pode, em breve, ter uma nova administração. 

“Estamos elaborando um edital para fazer a concessão do Centro Cultural. Nada melhor do que trazer alguma instituição que entenda de cultura e possa tocar o nosso centro, fazer as oficinas, para que ele nunca mais morra”, adiantou o presidente interino da FCC, Arleu da Silveira. O chamamento público deve ser lançado em breve, quando também serão divulgados os detalhes sobre o processo de concessão.