O município de Nova Veneza foi o mais atingido pela chuva da última quinta-feira. Foram muitos estragos na cidade, afetando centenas de residências. O prejuízo inicial calculado pela Defesa Civil ultrapassou os R$ 2 milhões. Porém, até o relatório final, os danos podem chegar aos R$ 5 milhões. A Administração Municipal decretou situação de emergência.

“O simples fato de chover 125 milímetros em pouco espaço de tempo, em torno de duas horas, nos dá a possibilidade de fazer o decreto e isso facilita para buscar recursos. Tenho uma audiência com o secretário da Defesa Civil e com o prefeito Rogério Frigo às 11h da manhã (deste sábado) para buscarmos recursos para minimizar os estragos que foram feitos”, comenta o prefeito em exercício de Nova Veneza, Sérgio Alberto Spilere.

Conforme o coordenador regional da Defesa Civil, Rosinei da Silveira, na vistoria realizada nesta sexta-feira foram identificadas mais de 290 residências afetadas, alcançando uma população superior a 4,8 mil pessoas atingidas. “Os prejuízos somados entre públicos e privados, de indústria, comércio e residências, nas ruas e pontes já ultrapassam os R$ 2 milhões. Continuam os trabalhos de avaliações ainda durante a semana que vem para conclusão do relatório”, confirma.

Processo de emergência

Segundo Silveira, a Defesa Civil Regional tem o prazo de dez a 15 dias para entregar o processo de situação de emergência ao governo do Estado para homologação e ao governo Federal para reconhecimento. “A partir daí o governo de Nova Veneza pode ter algumas prioridades de políticas públicas para a recuperação do que foi estragado. Foram mais de seis quilômetros de estradas rurais estragadas, na área urbana foram mais de três quilômetros. Muitas caixas coletoras e redes de bueiros destruídas”, detalha.

O coordenador ainda lembra que a possível liberação de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pode beneficiar moradores na reconstrução. “Através do FGTS eles podem arrumar muros, calçadas, residência, com pintura ou arrumação de pisos, e também investir em eletrodomésticos que tenham sido danificados com a enxurrada”, explica. A equipe de Assistência Social distribuiu kits de limpeza e higiene pessoal.

Doze pessoas isoladas

No primeiro dia de avaliação, foram identificadas oito pontes com a estrutura danificada. Algumas até saíram do lugar. Há outras submersas. Por conta disso, doze pessoas da comunidade de Sanga Curta estão isoladas. “É uma área que precisa de ponte para acesso e, como foi levada, não têm como ir para outros lugares. Só tem contato por telefone”, afirma Spilere.

O prefeito em exercício vai pedir junto ao secretário de Estado de Defesa Civil, João Batista Cordeiro Junior, as oito pontes para restabelecer a normalidade. Porém, Spilere afirma que o recurso liberado de imediato serve apenas para restabelecimento da comunicação e recuperação das estradas. “A reconstrução das pontes só vem depois do devido processo e trâmites da situação de emergência”, explica.

Quatro famílias foram desalojadas. “Primeiro fizemos a limpeza das casas e com maquinário realizamos drenagens. Se até amanhã (sábado) baixar o rio e não chover, a secretaria de Infraestrutura vai fazer todo o trabalho necessário”, conclui Spilere.