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Mais espaço e conforto para os autistas

Prédio que antes recebia menores infratores, a partir de junho será a sede da Ama-Rec
Por Bruna Borges Criciúma, 05/04/2019 - 08:12
Daniel Búrigo / A Tribuna
Daniel Búrigo / A Tribuna

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Educar uma criança já é um desafio, mas alguns pais recebem uma tarefa ainda mais complexa, como preparar para o mundo os seus filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com o intuito de apoiar as famílias nessa missão e dar o maior suporte possível é que existem entidades como a Associação de Pais e Amigos dos Autistas da Região carbonífera (Ama-Rec), instituição sem fins lucrativos e que oferece diversos serviços para mais de 100 alunos.

Durante essa semana, quando se celebrou o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo (2 de abril), a Ama promoveu algumas ações, mas é para junho que está programado um importante passo para a entidade: a sua mudança de sede. Atualmente atendendo em um imóvel alugado, a instituição já iniciou a reforma de um espaço cedido pela Prefeitura de Criciúma.

O prédio para onde serão levados os serviços é o mesmo onde antes funcionava o Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep), que recebia os menores infratores da região. “Estamos transformando celas em salas”, comenta o presidente da Ama, Hélio Dias. 

Essa transformação começou a ser realizada há cinco semanas e conta com o trabalho de um profissional que é pago pela entidade, mas ele não trabalha sozinho. “Todos os fins de semana os pais dos alunos vêm e fazem um mutirão para ajudar na obra. Quebramos portas, que eram de grades, as camas de concreto que tinham nas celas, é bastante trabalho, mas está valendo a pena”, afirma Dias. 

Materiais de construção

Para manter suas atividades, a Ama conta recebe alguns convênios, faz eventos, mas conta especialmente com a doação de pessoas e empresas. Assim também vem ocorrendo a reforma da nova sede. Eles já ganharam pisos, tinta, portas, tijolos, fechaduras, marcos para as portas, cimento, areia e outros materiais.

Mas aqueles que puderem, ainda podem contribuir com outros itens, como mais cimento e tintas, mobiliário e aparelhos de ar-condicionado. “Também vamos precisar de duas portas no estilo bang bang para os banheiros, porque nós temos alunos cadeirantes e facilita muito aquele tipo de porta porque ela pode ser empurrada com a própria cadeira”, explica o presidente. 

Projeto para o período integral

O imóvel que a Ama está reformando foi emprestado pela Prefeitura por tempo indeterminado e será importante porque, após a mudança, a entidade não precisará mais pagar os R$ 5,7 mil de aluguel que desembolsa hoje. Esse recurso que passará a sobrar todos os meses já tem um destino.

“Ao lado desse prédio que estamos reformando nós temos um imóvel que é nosso, doado pela Prefeitura. É ali que nós queremos fazer a nossa sede definitiva. Acreditamos que, mudando para esse prédio reformado em junho, no fim do ano a gente já consiga começar a obra da sede”, projeta Dias. 

Com esse espaço mais amplo, a capacidade de atendimento, que hoje é de 115 alunos, passará para mais de 300. “Hoje nós temos 42 pessoas esperando na fila para serem alunos da Ama. E todas as semanas o doutor Jaime Lin, que é neuropediatra voluntário da Ama, diagnostica alguma criança com autismo”, comenta.

Atualmente, a instituição já oferece os serviços como atendimento psicológico, fisioterapia, terapia ocupacional, assistência social, médico neuropediatra, equoterapia, terapia assistida, cinoterapia e hidroterapia. Porém, a intenção é aumentar esse leque e retomar um projeto realizado no passado, mas que hoje não está mais em prática.

“Queremos reativar o projeto do período integral. Os alunos ficam um período na aula e o outro em oficinas, como a horta, aprendendo atividades como escovar os dentes, comer sozinhos, tomar banho sozinhos, ações que deixem eles mais independentes”, comenta Dias.  

“Porque o autista precisa dessa constância para aprender, então, se ele fica aqui de manhã e à tarde, sendo estimulado, quando ele chega à noite a família também incentiva, ele vai aprender muito mais rápido”, acrescenta. 

Casa lar

Além desse projeto, a instituição também tem planejado transformar o imóvel que está em reforma em uma “casa lar”, um local onde os pais possam deixar seus filhos quando precisarem realizar outras atividades.

“Por exemplo, se o aluno tem os pais já falecidos, ou o caso de um aluno nosso que a mãe faleceu e ele tem apenas o pai, outro que a mãe ficou doente e não pôde cuidar. Para esses casos, nós queremos ter aqui o espaço com monitores, onde os alunos possam permanecer”, afirma.


 

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