Antes de se chamar Lauro Müller, em 1905, o então distrito já havia passado por várias nomenclaturas: Bom Retiro, Arraial da Mina, Mina dos Ingleses e Minas. Até que, em 25 de setembro daquele ano, recebeu o nome que carrega até hoje em homenagem ao catarinense Lauro Severiano Müller, que foi quatro vezes governador do Estado, senador, deputado federal, embaixador, ministro da Indústria, Viação, Obras Públicas e das Relações Exteriores. 

Décadas depois, foi crescendo a vontade da população, de emancipar o local do município de Orleans. A batalha passou por aprovação na Câmara de Vereadores, em 23 e 25 de outubro de 1956. Posteriormente, chegou à Assembleia Legislativa de Santa Catarina, onde o então presidente Paulo Konder Bornhausen promulgou, no dia 6 de dezembro daquele mesmo ano, a lei nº 273, que criava o município de Lauro Müller.

Logo na sequência, o governador Jorge Lacerda, pelo decreto nº 60 de 11 de janeiro de 1957, fixou a data de 20 de janeiro daquele ano para a instalação da cidade. No mesmo dia, também assinou uma portaria nomeando o primeiro mandatário de Lauro Müller, o prefeito provisório Izaac Bertoncini.

Já a primeira eleição foi realizada em 12 de maio de 1957 e, no dia 23 de junho, foram empossados o prefeito Flávio Righetto e vereadores do município.

Diversidade cultural e econômica

Desde o início, Lauro Müller possui muitos recursos naturais, como a vegetação e seus animais silvestres, a Serra do Rio do Rastro, os cânions da Serra Geral, as cachoeiras, grutas, rios, vales, montanhas e o clima das estações, inclusive com registro de neve.

Destaca-se, também, por seus recursos culturais, históricos e técnico científicos, por conta da religião, música, arquitetura antiga, crenças e sítios arqueológicos. A colonização é baseada na história do carvão, dos tropeiros e dos imigrantes italianos.

No município existe, também, a coluna Whitte, considerada a primeira coluna estratigráfica da Bacia do Paraná, onde está a descrição de todos os corpos rochosos que formam a crosta da Terra. Além disso, agora possui o Eco Museu Municipal Serra do Rio do Rastro, que transformou 6,2 mil hectares das encostas da Serra Geral.

A produção de vinhos, cachaça, melado, açúcar mascavo, leite e seus derivados, a carne suína, artesanato, o pão colonial e tantas outras atividades do meio rural, tornam-se ricos atrativos para quem busca conhecer um local com o sossego do interior e a harmonia da natureza.

Por fim, a economia está ligada à agricultura, mineração, indústria cerâmica, comércio de madeira e transporte rodoviário.

Calmaria que perdura após seis décadas 

Aos pés da Serra do Rio do Rastro, considerada a Estrada mais Espetacular do Mundo, está o Centro da cidade de Lauro Müller que, apesar de ser Centro, ainda preserva todas as características do interior. Mesmo ao completar seus 62 anos, o município segue as características trazidas por seus colonizadores e é reconhecida por seu povo acolhedor. 

Durante a semana, em pleno horário comercial, ainda é possível ouvir o canto dos pássaros. Ao passar pela rua, todos se cumprimentam pelo nome. As crianças brincam na rua e os mais experientes aproveitam para encontrar os amigos para uma rodada de dominó na Praça Henrique Lage.

“Aqui a vida é tranquila, as pessoas são bem sossegadas. As famílias todas se conhecem e são muito unidas. Andar pelas ruas é tranquilo, não tem violência como em outras cidades”, comenta Joelso Salvato França, que é natural de Urussanga, mas mora em Lauro Müller há 30 anos e também participa do grupo que durante as tardes se reúne para jogar, conversar e confraternizar. 

Paz e ar puro

A população da cidade atualmente é de aproximadamente 15 mil habitantes, o que ajuda a manter a calmaria no dia a dia. A natureza que cerca todo o território deixa a atmosfera ainda mais agradável, soprando uma brisa fresca mesmo nos dias mais quentes de verão. 

“É uma cidade maravilhosa, aqui ainda você consegue dormir dentro do carro de portas abertas. Nós temos esse diferencial que se tem em poucos lugares. É uma cidade onde você respira um ar muito puro, somos cercados por cânions muito belos, temos ainda rios não poluídos, rios com águas cristalinas. É uma maravilha”, pontua o prefeito da cidade, Valdir Fontanella.