Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

Jefferson filho. Jefferson pai. Jefferson policial militar

Baleado no assalto ao Banco do Brasil, a história de Jefferson Luiz Esmeraldino
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 14/12/2020 - 15:22 Atualizado em 14/12/2020 - 19:11
Fotos: Divulgação
Fotos: Divulgação

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

É clichê, mas a frase “heróis sem capa”, faz muito sentido. Pessoas da vida real que ajudam o próximo, vencem obstáculos, contribuem para um mundo melhor. Máscaras? Somente para evitar a contaminação pelo novo coronavírus, mas não para esconder a identidade.

Na semana passada, conhecemos mais um destes heróis reais, e ele apareceu na noite da segunda-feira, 30 de novembro, mais precisamente às 23h50min. 

Dez minutos depois de atear fogo e lançar um caminhão contra o 9º Batalhão da Polícia Militar, eles se encontraram com policiais, um deles, Jefferson Luiz Esmeraldino, o herói desta nossa história. Sem capa, sem superpoderes. Em seus lugares, viatura, farda, arma, e muita vontade de fazer o melhor. 

Começava ali o maior assalto da história de Santa Catarina. Jefferson não viu o que se desenrolou no restante daquela noite nem na semana.

Esmeraldino foi atingido por um dos disparos que o deixou em estado grave. Ali no chão da Avenida Gabriel Zanette, a pouco mais de 550 metros do batalhão da Polícia Militar, ele foi atendido pelos próprios colegas. Depois, levado ao Hospital São João Batista e as informações que o rondavam não eram das melhores. Enquanto a polícia catarinense unia forças com a gaúcha na busca pelos 30 assaltantes do Banco do Brasil, Esmeraldino lutava pela vida no leito do hospital. “A situação não é muito boa, mas ele vai superar essa”, dizia um policial militar na parte externa do banco na tarde de terça-feira, 1º, dia do assalto, enquanto a perícia trabalhava no interior do imóvel.

Toda Sexta você pode acompanhar também online  

A filha, a mãe e a Polícia Militar

Jefferson Luiz Esmeraldino tem 32 anos de idade e uma filha, a Ana Liz, de cinco, por quem é completamente apaixonado. A afirmação é do padastro de Jefferson, Remiston Generoso Rodrigues. “Ela está inclusa em todos os planos em relação a vida dele. O Jefferson como pessoa é um rapaz de ouro: amigo, prestativo, coração bom. Se ele vê alguém em necessidade sempre procura ajudar”, destaca.

O padrasto diz que o coração bom do policial fica ainda mais evidente em épocas como o fim de ano. Ele reúne amigos e parentes para comprar brinquedos para as crianças carentes e cestas de Natal para os necessitados Sempre com e Ana Liz ao lado, lhe ajudando. “Com a família o Jefferson é muito preocupado, em especial com a mãe que ainda a chama de ‘meu bebê’”, revela Rodrigues que, ao receber o pedido da reportagem por fotos de Esmeraldino, comprova a proximidade do policial com a mãe. “As fotos terei que pedir para a mãe dele. Sabe como é, as mães cuidam muito bem destes arquivos”, fala.
 

O susto e a esperança

A descontração não deixa de lado a preocupação com o estado de saúde do enteado. “Quando recebemos a notícia foi desesperador. Eu e a mãe dele saímos de Tubarão correndo para Criciúma. Chegando lá falamos com os médicos e a notícia não era boa. O médico nos falou que o Jefferson tinha levado um tiro de fuzil no tórax e que tinha atingido vários órgãos como os dois pulmões, o fígado, o estômago, e o baço. Aí começou o nosso desespero, a nossa angústia e a nossa ansiedade. Neste momento, somos impotentes, não podemos fazer nada a não ser esperar”, lamenta.

No momento, ele e a esposa iniciaram os pedidos de oração. “Foi muita gente orando de várias igrejas. Depois de três dias ele começou a responder ao tratamento e vem melhorando graças a Deus. A família agradece a Polícia Militar que vem dando todo suporte, aos amigos que estão se preocupando e a toda a equipe do Hospital São João Batista de Criciúma, diz.

A realização do sonho de menino

Esmeraldino entrou na Polícia Militar em 2016, a realização de um sonho de menino. Estudioso, antes, fez curso técnico em elétrica industrial, trabalhou como vendedor e também em carro de transporte de valores, porém sempre estudando para os concursos da PM. Também cursou as faculdades de administração e ciências ambientais. “Desde pequeno ele dizia que queria ser policial até que em 2016 passou no concurso e foi a alegria da vida dele”, lembra o padrasto.

Em constante evolução

Mas, mesmo conquistando o antigo sonho, ele ainda fez o curso de operações táticas e há dois anos passou a integrar o Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT). “Do trabalho na polícia ele fala com orgulho, com vontade, com satisfação. Ele tem três amores na vida: a filha, a mãe e a Polícia Militar.

Quando não está com a farda, Jefferson gosta de passar o tempo com a filha, pescando e se exercitando, seja na academia ou praticando artes marciais. “Minha relação com o Jefferson é de pai. Quando casei com a mãe dele, há 28 anos, ele era muito pequeno, então tenho ele como meu até porque não tenho outros filhos e ele ocupou esse lugar no meu coração. Tenho muito orgulho dele por tudo que ele é, principalmente pela determinação. Quando ele quer, ele consegue”, finaliza.


 

Copyright © 2022.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito