O Nomes e Marcas deste sábado, 8, teve como convidado um empresário, que já trabalhou no campo, em mecânicas, nas minas e até na floresta amazônica. Valdir Moretto, 65 anos, saiu do interior de Siderópolis, passou por Criciúma, Santarém, interior do Pará, até retornar à região e, em 1992, criar a Ufo Way, empresa bem sucedida no ramo têxtil.

A trajetória do empresário começou a Vila Santo Antônio, interior de Siderópolis. Valdir é o filho mais velho de uma família com 12 irmãos. Na roça, trabalhou os primeiros anos da juventude.

"De manhã à noite, abaixo de sol e chuva, tocando na roça. Saí com 16 anos e fui aprender a ser mecânico em Siderópolis, trabalhar numa oficina", relembra. Em 1972, deixou Siderópolis para um passo adiante, rumo a Criciúma. Conseguiu emprego primeiro em uma oficina, depois na prefeitura, em 1975.

"O Altair Guidi se elegeu em 1977 e eu fui demitido. 1º de abril fui chamado para mecânico de subsolo, nas minas. Era um trabalho bem áspero", conta Valdir. De Criciúma, enfrentou uma viagem de oito dias de barco no interior da floresta amazônica, rumo a Santarém, trabalhar no beneficiamento do ouro.

Lá ele enfrentou o mosquito da malária, contraiu a doença duas vezes, vencendo as altas febres. "Ficamos oito meses lá, depois voltamos", recorda Valdir. O destino o colocou novamente na amazônia, onde passou mais três anos.

Setor têxtil

Hoje com uma fábrica especializada em jeans, em uma planta industrial com 16mil m², no Distrito de Rio Maina, Valdir Moretto tem na memória cada passo antes de tornar-se o empresário bem sucedido.

Há 30 anos trocou a mecânica para o setor têxtil. "É pouco tempo para o que a gente tem hoje. Tinha um cunhado que montou uma fábrica de costura. Comecei a trabalhar pra ele, tinha uma oficina de máquinas, era mecânico, contratante, chefe, tudo era comigo", conta.

Em 1992 criou a Ufo Way, a empresa enfrentou dificuldades duas vezes, mas desde 2000 ingressou no Private Label, fornecendo suas peças à grifes reconhecidas no Brasil e no exterior.

"Sempre tive objetivos. Eu fazia um montinho para depois fazer um negócio. Não era largar na frente de comprar um carro, um imóvel. Primeiro juntava, depois fazia negócio. Foi minha maneira estratégica de usar recurso próprio. Deu certo", comemora.

O modo de fazer negócios de Valdir é passado para a família; atualmente, conta com o auxílio de dois filhos para administrar a empresa, considerada modelo de gestão no ramo.