A população de Içara e região deu seu último adeus na tarde de ontem a uma das figuras mais importantes no meio empresarial e social da cidade. Após perder a batalha para um câncer no fígado, morreu na última segunda-feira, o empresário Higino Giassi. A despedida, no Cemitério Municipal de Içara, ficou lotada de familiares, amigos e admiradores da trajetória que Higino traçou em seus 72 anos de vida. 

Na área empresarial, Higino fundou empresas como a Giassi Construtora, a Giassi Confecções e a Giassi Pack, tornando-se importante figura na geração de renda e emprego no município. Já com relação às questões sociais, dedicou parte de seu tempo para presidir o Hospital São Donato. 

Em nota, a direção, conselheiros e colaboradores do São Donato lamentaram a morte do ex-presidente e destacaram que Higino “foi um agente de importantes mudanças na Fundação Social Hospitalar de Içara”. Também pontuaram que o ex-presidente “contribuiu para deixar um legado a toda a cidade e seu trabalho ficará eternizado”. 

Na Prefeitura de Içara, foi decretado luto oficial de três dias pela morte do empresário. Ele deixou esposa, três filhos, netos e bisnetos. Era, também, irmão do proprietário da rede de supermercados Giassi, Zefiro Giassi, e tio do vice-prefeito da cidade, Sandro Giassi Serafin. 

“A história do tio Higino é uma história inspiradora. Ele começou como sócio do Supermercado Giassi, depois fundou a empresa de confecção, que já tem 40 anos, e foi empreendendo com a empresa de plásticos, a construtora, criando o Grupo Giassi.com”, conta Serafin.

“É um exemplo de empreendedor, abriu suas empresas aqui e depois expandiu com negócios por toda Santa Catarina, no estado do Paraná e também operações fora do país, no Paraguai”, acrescenta. 

Trabalho comunitário

A dedicação que Higino teve com a sociedade é, segundo o sobrinho e vice-prefeito, uma das suas características mais admiráveis. “O traço mais forte dele era no envolvimento com as causas sociais, ele desenvolveu um trabalho comunitário muito grande”, relata Serafin.

“Foi presidente do Rotary Club de Içara e fez um grande trabalho à frente do Hospital São Donato, ele provocou uma verdadeira transformação e iniciou o movimento para que hoje o hospital pudesse conseguir a grandiosidade que ele tem”, acrescenta o vice-prefeito”, comenta o vice-prefeito. 

Pessoa simples 

Mesmo com toda a sua participação em entidades representativas e o seu extenso currículo empresarial, Higino ficou conhecido na comunidade por permanecer com a mesma personalidade amistosa de quando iniciou a sua carreira. Também por isso a sua partida causou tanta comoção.

“Era uma pessoa muito amiga, muito focado na família, presente em todos os momentos para os filhos, os netos. E de uma simplicidade fantástica, sempre disposto a contribuir com a sua experiência, fazendo análises sobre assuntos importantes para a cidade e a região”, declara Serafin. “O tio Higino foi uma perda muito grande para Içara, uma pessoa que deixou um legado enorme”, conclui o vice-prefeito.

Fé na vontade de Deus

Presente durante todo o dia no funeral, o reitor do Santuário Sagrado Coração de Jesus, padre Antonio Vander, comentou sobre as contribuições que Higino fez à igreja católica, em especial ao santuário, para o qual ele foi doador da segunda maior igreja que há dentro do complexo religioso, a Igreja da Agonia. 

“Justamente no dia em que ele recebe a notícia de que estava com câncer, foi lá na Igreja da Agonia que ele disse ‘olha, eu vou lutar com tudo o que eu posso, mas que seja feita a vontade de Deus’. E é justamente o que está escrito na capela: Pai, afasta de mim esse cálice, contudo, não se faça a minha, mas a Tua vontade”, conta o padre. 

A missa de corpo presente do empresário foi presidida pelo bispo da Diocese de Criciúma, Dom Jacinto Inácio Flach. “Esse também é um sinal de gratidão por tudo o que ele fez pela igreja, tudo o que ele fez pelo nosso santuário, somos imensamente gratos a ele e à família”, declara Antonio Vander. 

O padre ainda lembrou da última conversa que teve com Higino, na semana passada, por telefone. “Naquele momento, a gente conversou, e eu disse que iria lá vê-lo, quando ele disse ‘não, padre, eu sábado já vou embora, chego em casa’. E a última coisa que ele me pediu foi ‘padre, cuida bem do nosso santuário’. Ele passava pelo menos quatro vezes por semana por lá. E essas foram as últimas palavras dele para mim: cuida bem do nosso santuário”, relembra.