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Há exatos 22 anos, o Criciúma fugia de um rebaixamento

Tigre brigava com Fluminense e Bahia para não cair e, ao vencer Atlético-PR, no Paraná, assegurou a vaga na elite
Por Lucas Renan Domingos Criciúma, SC, 24/11/2018 - 10:15
Reprodução / Jornal da Manhã, 25/11/1996
Reprodução / Jornal da Manhã, 25/11/1996

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Dia 24 de novembro é o dia que o Criciúma escapou do rebaixamento. Não, esta matéria não está tentando prever o resultado favorável ao Tigre diante do Sampaio Corrêa logo mais. Mas quis o destino que a partida de hoje para definir se o tricolor fica ou não na Série B este ano caísse justamente no mesmo dia em que, em 1996, há exatos 22 anos, o clube que tem como casa o Estádio Heriberto Hülse fugia de um rebaixamento. 

Os arquivos dos Jornais Tribuna Criciumense e Jornal da Manhã contam o desespero semelhante aos dos dias atuais para o Criciúma escapar de um final trágico de competição. O Tigre estava na Série A do Campeonato Brasileiro. “Eram dois jogos que a gente precisava vencer”, lembrou o zagueiro da equipe do técnico Sérgio Cosme, Wilson Waterkemper, o Wilsão. 

O Flamengo de Romário

O primeiro foi no dia 20 de novembro de 1996. O Criciúma recebia no Majestoso o Flamengo de Romário, Sávio e companhia para vencer o Urubu. “Tigre feroz liquida o jogo com dois golaços em 40 minutos”, dizia o título da matéria do Jornal da Manhã da quinta-feira, dia seguinte ao jogo. “O Criciúma derrotou o Flamengo, ontem à noite, com golaços de Índio e Toni em apenas 40 minutos de jogo. Mesmo com uma sensacional vitória, o sufoco tricolor continua”, escrevia a primeira fase do texto.

Ficou tudo para a última rodada

Tribuna Criciumense, 22 de novembro de 1996

A vitória sobre o Flamengo na última quarta-feira não deu por consumada a permanência do Tigre na divisão principal do futebol nacional, em razão dos outros resultados não favorecerem o Criciúma”, completava o semanário Tribuna Criciumense na sua edição de sexta-feira do dia 22 do mesmo mês de novembro. 

Isso porque os adversários diretos do Criciúma, Fluminense e Bahia, também venceram seus jogos, derrotando o Juventude e o Vasco, respectivamente. O resultado positivo para o Tigre, assim como foi importante o 2 a 2 contra o Vila Nova no último sábado, foi necessário para o atual time tricolor. Tudo, então, ficou para a última rodada, contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba. 

Uma vitória e a vaga garantida 

As semelhanças entre aquela partida e a deste sábado diante do Sampaio Corrêa não param por aí. Assim como uma vitória é suficiente para o Criciúma permanecer na Série B no jogo deste sábado, contra o Atlético-PR, em 1996, o mesmo resultado garantia o Tigre na elite. “Mas foi bem mais difícil. A gente pegou uma sequência de grandes adversários. Foi Palmeiras, Vasco, Flamengo e depois o Atlético. Acho que hoje o time tem muito mais chances de vencer do que nós naquela época. Dá pra dizer que hoje o desafio está mais fácil”, comenta Wilsão.  

Mesmo contra um adversário que não tinha mais nenhuma grande pretensão, o Atlético-PR já estava classificado para a fase mata-mata da competição, assim como o Sampaio Corrêa, que já está rebaixado, o tricolor passou trabalho para não cair. “Foi bem tenso. Uma das partidas mais difíceis que joguei na minha vida”, frisa o ex-zagueiro. Logo no primeiro minuto, Paulo Rink, atacante do time paranaense, abriu o placar quando o goleiro Roni aceitou o gol “em mais uma falha neste campeonato brasileiro”, descrevia o Jornal da Manhã da segunda-feira do dia 25 de novembro de 1996. 

Segundo tempo pressionado

Jornal da Manhã, 25 de novembro de 1996

O Criciúma tratou de empatar minutos depois com gol de Marcão. E assim ficou o placar no primeiro tempo. Na segunda metade do jogo a pressão aumentou. O Bahia vencia o Flamengo e Fluminense o Vitória, em um jogo de muita polêmica antes do confronto. Para piorar, o Atlético-PR continuava a pressionar. “Demos muita sorte. Eles tiveram muitas chances de gol”, acrescenta Wilsão.

Só que o Tigre tratou de acalmar os nervos da torcida tricolor e aumentar a pressão para cima dos atleticanos, eram incomodados com mais pedidos de gols vindos dos mais de 16 mil torcedores das arquibancadas da Arena da Baixada. Gilson, aos 21 do segundo tempo, fez boa jogada em linha de fundo e Carlos Henrique apareceu para mandar a bola para a rede e dar números finais à partida. “Teve bolas que eles entregaram, que nada. Time deles era muito bem. Graças a Deus deu certo”, aponta o ex-jogador.

Os resultados paralelos não importavam mais. Bahia e Tigre venceram. Ficaram na Série A. O Fluminense também ganhou, mas foi o rebaixado daquele ano, junto ao Bragantino. Agora, o tricolor carvoeiro tem mais uma chance de escrever na história de jornais, da cidade e do clube, um capítulo feliz. “Tenho certeza que os jogadores do Criciúma se prepararam bem para esta situação. Vamos apostar na qualidade do time”, acredita Wilsão. Quem sabe, na próxima segunda-feira, os jornais voltem a estampar em suas capas manchetes semelhantes do Jornal da Manhã do dia 25 de novembros de 1996, que dizia: “Fim do pesadelo. O Tigre fica na Primeira Divisão”. 

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