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Falta de organização da cadeia produtiva prejudica produção de leite no Brasil

Especialista explica momento de crise enfrentado pelos produtores
Por Geórgia Gava Criciúma, SC, 03/09/2023 - 12:34
Foto: Arquivo/4oito
Foto: Arquivo/4oito

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Os produtores de leite enfrentam um momento crítico no Brasil. Com o aumento das importações do produto, especialmente oriundos da Argentina e do Uruguai, os valores em território nacional têm baixado. "Há até uma grande dificuldade para as indústrias comercializarem nas redes de atacado e varejo", detalha o engenheiro agronômo e coordenador-geral da Aliança Lactéa Sul Brasileira, Airton Spies.

Atualmente, a maior produção de leite de Santa Catarina está no Oeste. "Mas aqui no Sul, temos um núcleo muito forte, na região de Braço do Norte, com indústrias de médio e pequeno porte, onde se produz mais de um milhão de litros por dia", acrescenta Spies. "O estado produz cerca de nove milhões diariamente", completa o engenheiro agronômo. 

O coordenador-geral da Aliança Lactéa Sul Brasileira explica o que acontece. "A Argentina e o Uruguai são tradicionais exportadores e eles já ajustaram o seu sistema de produção para estarem em linha de competitividade com os preços mundiais. Eles também têm tecnologia, o que aumentou a produtividade, tanto por vacas, quanto por propriedades. Mas o maior fator é a escala. Eles têm produtores com volumes maiores, então eles diluem os custos fixos a mais do que nós", acrescenta Spies. 

"Aqui no Brasil, temos leite bom, produtos eficientes e que adotam tecnologia de ponta, mas na média, ainda temos muita dificuldade para produzir com os custos iguais do mercado internacional. Então, nesse momento, essa falta de eficiência e organização da cadeia produtiva, geram custos para o nosso leite acima dos internacionais. Por isso, não conseguimos exportar. Há nove anos, o Brasil não cresce no volume total produzido", detalha, ainda, o coordenador. 

Por isso, são necessárias medidas emergencias para não colocar o setor em risco. "O fato de o leite importado ser mais barato do que o interno faz com que as nossas redes de supermercados busquem leite na Argentina e Uruguai. Cerca de 93% do nosso volume importado vêm desses dois países", informa Spies. 

"Vamos ter uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o que fazer no momento mais crítico, que é basicamente ajudar o produtor, como fazer compras governamentais, distribuir leite em pó para as populações mais carente, aumentando o consumo e puxar um pouco o preço", completa. 

Outro fator que merece atenção é a tributação. "No médio e longo prazo, precisamos de um plano de investimentos e melhorias da eficiência e competitividade do leite brasileiro. É o governo assumir que é um setor importante para o país,  não só para abastecer a população interna, mas também para a exportação", pontua. "O leite precisa de uma alavancagem, de um plano de eficiência para chegar nesse ponto, senão o setor vai viver em eterna crise", finaliza. 

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