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Extinção da APA preocupa moradores

Plano de manejo em elaboração pela Unesc estuda a viabilização de atividades econômicas de menor potencial ofensivo no local
Por Bruna Borges Criciúma, 26/10/2018 - 06:39
Guilherme Hahn / A Tribuna
Guilherme Hahn / A Tribuna

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A possível extinção da Área de Proteção Ambiental (APA) do Morro Albino e Morro Estevão, de Criciúma, está causando preocupação em moradores das comunidades que estão dentro ou próximas do local. 

A possibilidade surgiu do Projeto de Lei de autoria do vereador Diego Goulart (DEM), protocolado na última terça-feira na Câmara de Vereadores, e que tem o objetivo de extinguir a APA.

A moradora do Bairro Capão Bonito, Loiva Perdoná César, produz banana orgânica e se coloca contrária à ideia de revogar a proteção da área. “Não tem como ser a favor de uma lei dessas. A APA hoje é a única coisa que segura um pouco o nosso trabalho aqui, porque, se libera para fazer qualquer coisa, daqui a pouco enche de loteamento e a gente não pode fazer mais nada do nosso cultivo”, afirma Loiva.

As terras onde ela vive são da família do seu marido há mais de 80 anos. “O Capão Bonito é um pouco mais tranquilo por causa dessa APA. Se acontece de não ser mais protegido, vai acabar com a nossa vida aqui. Temos que segurar com unhas e dentes essa APA, senão não teremos daqui a pouco nem mais o que deixar para os nossos filhos”, declara a moradora. 

Receio com a mineração

A principal preocupação das famílias que habitam o local é com o retorno da exploração de carvão mineral na região. Anteriormente à determinação da APA, na década de 1990, a mineração era uma das atividades realizadas na área e, segundo os locais, prejudicava o abastecimento de água das propriedades.

“Muitas nascentes secaram naquela época, mas depois veio a APA e segurou as que ainda restavam. Na época, a comunidade se uniu para que se tornasse uma área de proteção para que a mineração não acontecesse mais, porque a água estava secando”, conta Antônio Martinello, também morador de Capão Bonito há décadas. 

Área ocupa 14% do território

A Área de Proteção Ambiental do Morro Albino e Morro Estevão tem a extensão de 3,4 mil hectares, o que representa aproximadamente 14% do território criciumense. Os dados são da equipe técnica responsável pela elaboração do Plano de Manejo da APA, documento encomendado pela Prefeitura de Criciúma à Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc).

Esse plano está em execução desde maio deste ano e o término deve ser para maio do ano que vem. No primeiro momento os pesquisadores fizeram um diagnóstico da área e a próxima etapa é discutir com a comunidade as atividades econômicas que podem ser desenvolvidas no local.

“Dentro do território da APA, ainda que seja uma unidade de conservação, é permitida a permanência das pessoas e a realização de algumas atividades econômicas. E essas atividades vão ser reguladas pelo plano de manejo, que é um documento técnico, construído de forma participativa, junto com a comunidade e mediado pelos técnicos”, comenta Pereira. 
Com a preservação da APA, mas a implantação do plano de manejo, será possível a instalação de empreendimentos que não agridam de forma intensa o meio ambiente.


 

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