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Empresários de Criciúma têm expectativa econômica positiva para 2023

Apesar do deficit fiscal, a perspectiva é de bons números para o próximo ano
Por Giovana Bordignon Criciúma, SC, 17/11/2022 - 17:47
Foto: Manuela Silva / 4oito
Foto: Manuela Silva / 4oito

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A previsão econômica em meio ao atual cenário político tem sido tema de discussões em todo o Brasil e até fora dele. Para alguns empresários criciumenses, apesar da incerteza, a expectativa é positiva. Um dos únicos fatores negativos citados por eles foi o deficit fiscal, o resultado negativo das contas do Estado.

Empresários do setor industrial de Criciúma, o CEO da Librelato e vice-presidente regional da Fiesc, José Carlos Sprícigo, o presidente da Cristalcopo, Anselmo Freitas, o diretor da rede Bistek, Walter Ghislandi e o CEO da La Moda, Hugo Olivo, fizeram um balanço sobre suas expectativas para o próximo ano. 

Aumento de impostos de tributação do Pix

Sprícigo citou um deficit fiscal de R$ 400 bilhões. Para ele, é preciso uma receita para ter um controle efetivo de inflação. “Há uma necessidade de aumentar esse gasto, ou seja, furar o teto para cobrir o Auxílio Brasil. É uma preocupação grande de como vamos fazer isso”, disse. “Certamente teremos aumento de impostos na questão de tributação sob dividendos e o CPMF [tributação] do Pix, isso é fato dado! Então toda a população vai pagar”, acrescentou.

O governo eleito, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prometeu não taxar o Imposto de Renda (IR) até o valor de R$ 5 mil. “Vai ficar na promessa! Senão esse deficit vai aumentar muito mais”, ressaltou. Apesar disso, o empresário segue com um pensamento positivo quanto ao futuro. O agronegócio e a infraestrutura, para ele, são os setores que mais devem se destacar nesse crescimento. 

“Como ponto positivo no Brasil: o agronegócio. Deve chegar a 320 milhões de toneladas, se nós chegarmos a 600 [milhões] já podemos pular para o primeiro mundo. Em 2030 devemos atingir 500 milhões de toneladas”, calculou Sprícigo. Na opinião do CEO, levando em consideração o crescimento de 2,7% na economia em 2022, o país esteve há “um passo para o primeiro mundo”. Então, o viés é de um ano positivo.

E na infraestrutura, a perspectiva segue na mesma linha. “Temos muito o que fazer ainda. Em 2021, a construção civil cresceu 9,5%, esse ano estamos crescendo 4,5%, ao longo de 10 anos, estamos caindo 24%, com o governo PT, certamente, a construção civil volta com força”, concluiu o vice-presidente regional da Fiesc.

Empreendedor brasileiro tem cultura de resiliência 

O CEO da La Moda, Hugo Olivo, acredita que, apesar de tempos difíceis, o empresário brasileiro está acostumado a lidar cautelosamente com este tipo de situação. De um ponto de vista econômico, ele acredita em indicadores macroeconômicos para 2023 “que não são ruins”. Apesar disso, Hugo não acha que a tendência é de melhora, “como a gente vivia até o momento”. 

“Acho que o empreendedor brasileiro lida bem com isso, acha saídas, e isso vai ser sempre assim, eu não vejo o Brasil mudando, a gente tem essa cultura da resiliência. Acho que foi assim quando o Lula ganhou a primeira vez e vai ser assim agora também. Porque não me parece que a tendência vai ser uma tendência de melhora”, disse o CEO da La Moda. 

A certeza que os empresários precisam, ele acredita que venha nos primeiros meses de governo. “Vamos ver qual o tamanho do impacto, qual o tamanho do rombo, o que isso vai afear na inflação e nos negócios como um todo, e isso pode, sim, reposicionar a estratégia das empresas”. No caso do mercado de vestimentas, a previsão segue positiva. “Nós temos uma coisa favorável que é a certeza de que as mulheres vão continuar usando roupas. Esse público nunca decepciona!”, brincou. 

“A única esperneação e continuar a remar”

Desde 2002 no mercado, a Cristalcopo começou, praticamente, no mesmo momento em que Lula se elegeu. Segundo o presidente da indústria, Anselmo Freitas, os princípios adotados na empresa focam em não relacionar a administração com assuntos políticos, mas, sim, no crescimento da fábrica e cumprimento de orçamentos. 

“A nossa previsão do tempo é que, com chuva ou com sol, a gente tem que arregaçar as mangas! Porque nós temos sete fábricas espalhadas pelo país, desde 2002 crescendo com o governo Lula, com a Dilma e com o próprio Bolsonaro”, frisou o empresário. 

O objetivo é sempre buscar uma posição “há um quilômetro de mudanças bruscas”, como as eleições deste ano, saindo de uma extrema direita e indo para uma esquerda extremista. “A gente se coloca sempre em uma canoa com mil funcionários dentro e, se pararmos de remar, a gente vai cair. A única esperneação e continuar a remar”, destacou.

Economia sem espaço para aventuras 

Já para o diretor da rede Bistek, Walter Ghislandi, as condições para uma economia positiva estão colocadas. Para ele, não há “espaço para aventuras”, as condições antigas devem permanecer. “Acredito na eleição do Congresso com um viés bem liberal. A estruturação da economia brasileira não tem tanto espaço para aventuras, como um Banco Central independente ou um Congresso Nacional atuante, e isso me deixa com um cenário super positivo”, avaliou.

Ele coloca as expectativas para um PIB acima de 2,5% por conta de situações que independem do governo ou de assuntos políticos. Em sua opinião, o lado negativo está associado ao deficit fiscal, como citaram seus colegas, uma possível inflação e os malefícios de quando não há um respeito fiscal.

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