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Cubana, mas com o coração brasileiro

Profissional atua em Içara e permanecerá no Brasil, onde constituiu família, mas segue apreensiva pelo fim do programa
Por Bruna Borges Içara, SC, 20/11/2018 - 08:04
Fotos: Guilherme Hahn / A Tribuna
Fotos: Guilherme Hahn / A Tribuna

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A saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos em todo o Brasil tem sido motivo de preocupação para prefeituras, população que utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS) e também para profissionais, como a médica Esther Carina Abeledo Mena. Há quatro anos atuando em Içara, ela tem na cidade mais do que a base de sua carreira, mas também a sua família.

Esther é casada com um brasileiro há três anos e por esse motivo tem a permissão para permanecer no país, porém, não sabe como ficará sua situação dentro do programa que a trouxe para cá. 

“Dos 14 médicos do Mais Médicos de Içara, nove são cubanos. Eu e mais um colega temos família no Brasil e vamos ficar, mas os outros sete vão ter que ir embora. A gente fica, mas fica fora do programa, porque em janeiro o contrato vai acabar”, comenta Esther.

Ela aguarda uma posição do governo brasileiro a respeito de profissionais que formaram família no país. Segundo ela, são mais de dois mil cubanos nessa situação. “Ainda não sabemos como vai ser, mas a gente vai ficar porque tem família aqui. Penso que deve ter algum pronunciamento do Governo do Brasil para os médicos casados no Brasil, legalmente autorizados e com residência que vão ficar em janeiro”, afirma. 

Preparação para atuar no país 

O trabalho de Esther com a medicina já tem 30 anos de história e durante esse período ela trabalhou em Cuba, Honduras, Guatemala, Venezuela e agora no Brasil. Para vir para o país, ela conta que se preparou e continua se especializando.

“Fiz em Cuba uma especialização e fiz no Brasil outra especialização em atenção básica também, que concluí em 2016. Ainda fiz dois exames de português, um em Cuba e outro no Brasil, para poder chegar aqui nesse posto”, relata. “E continuo sempre me especializando, fazendo também outros cursos e buscando ensinamentos pela internet”, complementa. 

A expectativa da profissional cubana era de permanecer trabalhando dentro do Mais Médicos e de continuar atendendo na Unidade Estratégia Saúde da Família (ESF) do Bairro Jussara. Em 2014 ela iniciou suas atividades em Içara e teve o contrato renovado por três anos. A segunda renovação foi em 2017 e seria por mais um triênio.

Mesmo com a experiência em outras nações, ela enfatiza que sempre teve carinho pelo Brasil. “Cuba tem mais de 50 mil médicos atuando em 61 países. Eu vim para o Brasil com uma expectativa, é o país do meu sonho de criança. Fui trabalhar em outros países, mas o Brasil tinha um pedacinho do meu coração. Agora tenho família aqui e vou ficar”, declara. 

Ouça a entrevista com a médica no podcast abaixo.


 

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