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Covid-19: "Ninguém vacinaria a rainha da Inglaterra se não tivesse um bom produto”, diz pneumologista

Médico atenta para desinformação que pode fazer com que parte da população se negue a ser vacinada
Por Paulo Monteiro Criciúma - SC, 12/01/2021 - 09:52 Atualizado em 12/01/2021 - 13:51
Foto: Reprodução
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Ao mesmo tempo que muitas vacinas contra a Covid-19 estão tendo suas eficácias comprovadas ao redor do mundo, o Brasil e muitos outros países lidam com o negacionismo de pessoas que, pouco informadas, acreditam em efeitos negativos não atestados pela ciência. A situação preocupa médicos que temem que, mesmo que o país tenha a solução para conter a pandemia, muitos não queiram ser vacinados.

Vacinas como a Coronavac, desenvolvida na China, Pfizer, do Reino Unido, e Sputnik, da Rússia, já estão sendo aplicadas em diversos países do globo. Até o momento, cerca de 30 milhões de pessoas já foram vacinadas contra a Covid-19 - e nenhuma veio a óbito por conta da imunização.

“Hoje o poder público e a iniciativa privada precisam começar a fazer campanhas de esclarecimento ao público. Trabalhamos no dia-a-dia com pessoas que realmente acham que a vacina pode trazer grandes complicações, pessoas que acham que a vacina pode transformar o nosso genoma e que iremos desenvolver, daqui a pouco, uma orelha a mais. São bobagens que são ditas, como ‘vai virar jacaré’. Pessoas de um bom nível cultural acreditam nisso e têm medo de se vacinar”, destacou o médico pneumologista Renato Matos.

Segundo Renato, um dos casos de reações já analisados na vacina da Pfizer, por exemplo, é o choque anafilático - uma reação alérgica reversível e que é simples de ser tratada, com uma medicação extremamente barata e acessível nos postos de saúde. Ainda sim, há uma onda de negacionismo em cima da vacinação contra a doença.

“Essas grandes empresas sabem dos riscos envolvidos, ninguém vacinaria a rainha da Inglaterra se não tivesse um bom produto”, pontuou o pneumologista. “É fundamental que, agora, enquanto não tenhamos a vacina a disposição, que seja iniciado um programa público de informação adequado à população. Isso é fundamental e nos preocupa muito, porque daqui a pouco teremos a vacina e ainda sim teremos um percentual muito grande da população que vai ter medo dela, sem motivo lógico nenhum”, completou.

Demora para chegar no Brasil

Na Europa, países como Inglaterra, Bélgica, Alemanha e Itália já começaram a vacinação. Na América Latina, Chile, México e Argentina também. Apesar de já ter firmado parcerias para aquisição de doses de diversas vacinas, o Brasil ainda deve levar mais algum tempo até iniciar o programa nacional de imunização.

“Nós vamos longe ainda. Tenho a impressão de que o Brasil teve um caminho muito complicado, no início existia uma disputa entre saúde e economia que não deveria haver, como se a ciência estivesse atrapalhando a economia, alertando para uma pandemia que continua aí. Agora, a solução é a vacina, não existe ainda solução a curto prazo, nenhuma medicação que funcione. Perdemos muito tempo achando que teríamos uma droga mágica, como ivermectina e cloroquina, achando que isso resolveria o problema, o que não faz nenhum tipo de sentido”, afirmou.

Tags: coronavírus

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