O coronavírus não é seletivo. Apesar das classes mais baixas terem mais dificuldades em conter o avanço da epidemia, o vírus ataca também as classes mais altas, de diversos setores. Nem os políticos estão livres. Braço do Norte viu seu prefeito, Roberto Kuerten Marcelino (PSD), 37 anos, receber na sexta-feira, 26, o resultado positivo para o exame coletado no dia anterior

De acordo com o portal Sul Agora, o prefeito de Rio Fortuna, Lindomar Ballmann (PSD), 39 anos, também testou positivo para a Covid-19 no sábado. Na Amrec e Amesc, não há casos de prefeitos com o vírus.

Braço do Norte é uma cidade emblemática no Sul catarinense durante a pandemia. Suspeita-se que foi no município de pouco mais de 33 mil habitantes que se iniciou o contágio comunitário de coronavírus no Sul catarinense, após a realização de uma festa da alta sociedade em que estava presente uma pessoa contaminada vinda do exterior. Ainda no município há 210 casos confirmados de coronavírus e três óbitos. A primeira vítima foi um homem de 32 anos que não tinha outras comorbidades, em abril.

Mesmo não sendo uma das cidades mais populosas, Braço do Norte é o terceiro município com mais casos de coronavírus no Sul catarinense, atrás de Criciúma (611) e Tubarão (377), de acordo com boletim epidemiológico estadual. Já em Rio Fortuna, com população de cerca de 4 mil habitantes, há apenas três casos de coronavírus, incluindo o prefeito. 

No Brasil, a incidência de coronavírus em políticos virou assunto do Superior Tribunal de Justiça (STF). Isso porque o presidente Jair Bolsonaro recusou-se a publicizar o resultado do próprio exame, após a comitiva presidencial ter casos de infecções ao retornar dos Estados Unidos. Após longa novela, Bolsonaro finalmente divulgou os resultados e eram negativos.

Ao contrário do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Augusto Heleno, que contraiu o vírus e permaneceu alguns dias afastados das atividades no fim de março. O primeiro homem da cúpula presidencial a testar positivo foi o secretário de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten. Nessa mesma viagem, o deputado federal criciumense Daniel Freitas (PSL) também contraiu o vírus

Na maior metrópole brasileira, São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) recebeu com apreensão o diagnóstico positivo ao coronavírus no último dia 13. Com histórico de doenças, Covas chegou a dizer "claro que tenho medo de morrer, acho que é um medo natural". Com 40 anos, o prefeito tem histórico de problemas de saúde: em outubro do ano passado descobriu um câncer nos gânglios linfáticos e em maio deste ano foi internado com desconforto abdominal.

Ainda no estado paulista, o prefeito de Santo Antônio do Aracanguá, cidade com pouco mais de 8 mil habitantes, foi uma das três vítimas do coronavírus no município. Faleceu aos 35 anos de idade na última semana, após 24 dias internado em UTI, de acordo com o Portal Uol.

No mundo, um dos casos de político com coronavírus mais impactante foi do primeiro-ministro inglês, Boris Jonhson. Polêmico, Johnson foi um dos líderes de estado a desafiarem a força do vírus, mas viu-se em maus lençois. Contaminado, precisou ser internado em UTI, sendo liberado no dia 12 de abril. 

O Reino Unido é, de acordo com ferramenta do google, o terceiro país com mais mortes do coronavírus, com 43,5 mil óbitos: está atrás dos Estados Unidos, com 127,6 mil mortes, e Brasil, que tem 57,6 mil.