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Coronavírus na China causa falta de peças de celulares em Criciúma e região

Comerciantes relatam aumento de 20 a 40% na compra de peças; um deles deixou de realizar dez atendimentos no mês por falta de produto
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 28/02/2020 - 18:35 Atualizado em 28/02/2020 - 18:39
Eduardo Evaristo preveniu-se e fez estoque, mas peças podem faltar no próximo mês (Foto: Heitor Araujo)
Eduardo Evaristo preveniu-se e fez estoque, mas peças podem faltar no próximo mês (Foto: Heitor Araujo)

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Racha a tela do celular, não tem jeito. Até pode-se levar com a barriga por algum tempo, mas a troca do display torna-se praticamente inevitável. Porém, uma crise do outro lado do mundo pode prejudicar o serviço. Com o coronavírus e a queda da importação da China, muitas lojas de assistência técnicas de celulares já estão com a falta de produtos, especialmente as telas dos aparelhos. No país asiático, fábricas estão sem produzir e a situação pode permanecer conturbada até abril, segundo um importador chinês que atua em Florianópolis.

Uma volta pelas lojas de assistência técnica no centro de Criciúma mostra que o problema já chegou na região. Alguns vendedores alegam aumento de 20 a 40% na compra de determinadas peças e que está mais difícil abastecer os estoques. Distribuidores já apresentam falta de produtos.

O proprietário de uma loja de conserto de celulares em Içara, Daniel Francisco, afirma que deixou de fazer dez atendimentos neste mês por falta de peças oriundas da China. O aumento no preço de determinados serviços pode ter afastado ainda mais clientes, mesmo que nem todo o custo extra para aquisição das peças seja repassado ao consumidor.

"Por valores é difícil dizer (se houve perda de clientes),pois existe muita pesquisa antes de aprovarem os valores de reparo, então não se sabe se fez com concorrente ou desistiu devido ao valor. Em nossa loja trocamos muitas frontais, telas completas e em média subiram 20, 25% do final de janeiro pra cá", aponta o comerciante.

"Comenta-se que muitas fábricas lá (na China) estão fechadas até março. Lojistas daqui não estão conseguindo importar equipamentos e alguns itens estão em falta em quase todos os fornecedores. Até existe abastecimento, mas está abaixo da demanda", acrescenta.

De acordo com a Revista Exame, especialista na área de economia, muitas fábricas chinesas estão com dificuldades de produzir, pois não há como os funcionários irem ao trabalho, devido à paralisação do transporte coletivo. “Nossa expectativa é que o crescimento das importações e exportações de janeiro a fevereiro caia acentuadamente”, disse Li Xingqian, diretor do departamento de comércio exterior da China, que ainda citou os feriados sazonais para a baixa produção.

O proprietário de uma loja de assistência técnica do Centro de Criciúma, Eduardo Evaristo, afirma que o começo do ano é sempre complicado no abastecimento de peças por causa dos festejos do ano novo chinês. Por isso, ele já se previne fazendo um estoque maior no fim do ano, o que fez com que, ainda, não esteja faltando peças em seu estabelecimento. 

"Com o surto do coronavírus, tá piorando. Por naturalidade já falta peça nessa época. Por enquanto ainda não faltou aqui, mas muitas coisas para comprar com o fornecedor estão faltando. Aqui estou no limite do estoque, as peças vêm todas da China e daquela região da Ásia. Poderá faltar todos os tipos de peças. O preço já aumentou, têm coisas que aumentaram em 40%, um display que eu comprava por exemplo por R$ 100 vai para R$ 140. Aí tem que aumentar o preço ao consumidor, não tem jeito", explicou Eduardo.

De acordo com um importador e distribuidor chinês que trabalha em Florianópolis e também aqui na região, algumas fábricas na China voltaram a produzir, mas ainda abaixo do normal. "Alguma fábrica já voltou a produzir, mas está muito devagar. A previsão para normalizar é só para o dia 6 de abril", falou. 

A reportagem também visitou lojas de venda de celulares em Criciúma. Até o momento, não foi relatada nenhuma dificuldade de abastecimento e nem falta de produtos. 

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