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Coopera GD marca início de nova fase

Criação de segunda cooperativa em 2016 abriu a possibilidade de investimentos em outros negócios
Por Bruna Borges Forquilhinha, SC, 13/02/2019 - 10:45
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna

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Desde 1959, quando foi fundada, a Coopera apontou seus esforços no serviço que atualmente é referência tanto em Santa Catarina quanto no país, a distribuição de energia elétrica. A partir da consolidação desse mercado, vislumbrou-se a oportunidade de expansão. Perseguindo esse pensamento, em 2016 um desmembramento resultou na criação da Cooperativa Pioneira de Geração e Desenvolvimento, a Coopera GD.

O primeiro serviço que foi colocado em prática é a oferta de sinal de internet por fibra óptica, em abril de 2018, que é fornecido pela Coopera Telecom. “A Coopera se desmembrou e criou outra cooperativa, que é a Coopera Geração e Desenvolvimento, e começou a atuar em outras áreas. Primeiro, iniciamos com a área de telecomunicações”, comenta o engenheiro eletricista e responsável pela Coopera GD, Jefferson Diogo Spacek. 

“Montamos um provedor de internet, que atende inicialmente a região urbana de Forquilhinha, já temos mais de 600 clientes conectados e estamos trabalhando para que essa rede de telecomunicações atenda toda a área de permissão da Coopera Distribuição, todos os nossos associados”, complementa. 

Engenheiro Jefferson Spacek

Internet para o agricultor

Acostumada a ouvir as necessidades do seu associado, a Coopera notou há alguns anos que o homem do campo precisava se conectar à rede mundial de computadores. E esse foi um dos motivos que fizeram a diretoria apostar no novo ramo de negócio.

“Hoje estamos no Centro de Forquilhinha e nos bairros e a intenção é de levar esse sinal de internet para todo o interior também, até para fixar o filho do agricultor no campo, hoje o neto não vai visitar o avô porque não tem wi-fi”, declara o presidente da Coopera, Walmir Rampinelli. 

“E também percebemos que o sinal é importante para o agricultor ter essa possibilidade de controlar a sua produção na lavoura por meio da internet, dos aplicativos que já existem para o setor”, completa. 

Maior abrangência

Diferente da Coopera Distribuição, a Coopera Telecom não tem uma área determinada para oferecer seus serviços. Isso quer dizer que ela pode expandir seus negócios para outras cidades, outros estados, é livre para ampliar. 

“Inicialmente a nossa infraestrutura serve a área urbana de Forquilhinha, onde estão os nossos associados, e a nossa intenção é tentar chegar a todos, inclusive nas áreas rurais, mas isso não está delimitado, nós podemos ir para outros municípios como qualquer outro provedor que trabalha hoje na região. Nós podemos investir em outras áreas fora da área de permissão da Coopera Distribuição”, esclarece Spacek. 

Também é possível que a nova cooperativa trabalhe com outros produtos, já que não é limitada pela agência reguladora de energia elétrica. Entre essas possibilidades estão o oferecimento de telefonia e de sinal de TV a cabo. 

“O nosso produto hoje é internet, nós provemos internet para consumidores de qualquer tipo, seja residencial, comercial, industrial, corporativo, qualquer tipo de cliente. A nossa infraestrutura é 100% de fibra óptica e isso nos dá a oportunidade de agregar outros produtos no futuro, como telefonia, televisão por assinatura, assim por diante”, pontua o engenheiro.

Hoje com pouco mais de 600 clientes, a previsão é de que em um ano e meio esse número já seja ampliado para 2,5 mil unidades conectadas. “Vamos começar a trabalhar forte agora no comercial para trazer um volume maior de clientes e poder reinvestir em outras áreas, atendendo o máximo de associados possível”, afirma Spacek.

Iniciativa vira case de sucesso

De acordo  com o engenheiro, a mesma dedicação e preocupação com que foram feitas as atividades da distribuição nas últimas décadas são também a marca da nova cooperativa e em especial da Telecom, que está em funcionamento há mais tempo.

“A Coopera trabalhou desde o início com equipamentos de ponta e todos homologados pela Anatel, a gente não trabalha com nenhum tipo de equipamento de segunda linha, são 100% marcas consagradas, e estamos provendo um serviço de excelência, como a Distribuição sempre fez ao longo desses 60 anos”, declara Spacek. 

“É uma internet sem quedas, com bastantes redundâncias. A gente tem fornecedores de link redundantes, então, caindo um, supre o outro, e fica sempre na estabilidade. O nosso serviço é confiável”, garante o engenheiro.

Com pouco menos de um ano de atividades efetivas, a Coopera Telecom já foi apresentada como case de sucesso no Fórum Técnico das Cooperativas de Infraestrutura do Sistema Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo). Atualmente, comenta o presidente, somente a cooperativa de Forquilhinha e outra no Rio Grande do Sul prestam esse tipo de serviço. 

“Somos a cooperativa mais antiga de Santa Catarina e hoje a Coopera é referência no estado e no Brasil, tanto é que ela foi convidada para apresentar em Bauru/SP, para todas as cooperativas de distribuição de lá, o case da nossa Telecom. Também tivemos aqui a visita de cooperativas do Paraná para buscar informações da Telecom e tem outras cooperativas aqui da região que também querem seguir os nossos passos”, conta Rampinelli. 

Todos os tipos de soluções elétricas

Dentro do leque de possibilidades que a Coopera Geração e Desenvolvimento abriu para a cooperativa, a mais recente delas é a Coopera Soluções Elétricas. A inauguração do serviço ocorreu em 2018, mas em janeiro de 2019 foi inaugurada uma loja na Avenida 25 de Julho, em pleno Centro de Forquilhinha, onde antes funcionava a sede da cooperativa de distribuição.

“A Coopera Soluções Elétricas tem a linha completa de soluções elétricas, desde a instalação residencial, tomadas, lâmpadas, até a indústria, disjuntores de alta, toda a linha da parte elétrica da construção de empresas de todas as atividades, inclusive decorativo, para o qual fizemos um espaço diferenciado que chama a atenção dos clientes pela qualidade dos produtos de iluminação”, comenta Spacek. 

Esse foi outro mercado vislumbrado a partir da experiência acumulada em 60 anos. “A gente entendeu que havia um nicho de mercado muito bom, que era vender material elétrico, principalmente para as outras cooperativas da região. Mas a gente também vende para qualquer pessoa que entrar na loja”, afirma Feller.

Além dos produtos ofertados na loja física, o novo ramo de negócio conta com uma rede de vendas ampliada para poder atender cada cliente de forma diferenciada. “Temos os vendedores de balcão, temos a televenda e temos o engenheiro que vai a campo fazer as vendas. Ele visita as empresas, os empreiteiros, as construtoras, para fazer uma venda direta in loco. Ele faz a venda e o material é despachado para o cliente”, explica o engenheiro. 

Uma alternativa à retirada de subsídios

As cooperativas de infraestrutura de todo o Brasil recebem do Governo Federal subsídios tarifários, são descontos aplicados na compra de energia elétrica e que servem de incentivo principalmente para que o serviço possa chegar às comunidades mais afastadas da área urbana.

Esses subsídios, entretanto, estão com os dias contados. Desde 2017 o Ministério de Minas e Energia anuncia que o benefício será descontinuado. A previsão é de que esse corte aconteça daqui a oito anos, mas, com a posse do novo governo, esse prazo pode ser encurtado.

Esse cenário afetará diretamente a distribuição, mas a Coopera acredita que com seus novos serviços seja possível abater essa dificuldade que deve ser imposta. “O nosso objetivo é que, com o recurso da Telecom, nós possamos suprir a deficiência quando da retirada dos subsídios”, projeta Rampinelli.

O aniversário de 70 anos, que será comemorado em 2029, já está na imaginação dos diretores. “Nós estamos com duas filhas e nos 70 anos elas vão estar andando sozinhas, vão estar produzindo mais. Eu acho que essas duas filhas é que vão suprir o que houver de deficiência desse corte de subsídios”, comenta o presidente.

No futuro, a geração de energia

Com a criação da Coopera GD, abrem-se também as portas para que a energia elétrica seja não só distribuída, como também gerada pela cooperativa. Esse é um plano que já é analisado e que em um futuro breve deve sair do papel, assim como aconteceu com a Telecom e as Soluções Elétricas. 

“A Coopera está iniciando dois novos negócios e no futuro a gente pretende trabalhar com geração de energia. Esse é um negócio que demanda mais investimento, mas certamente nós vamos atrás desse objetivo, esse é o nosso intuito”, afirma o gerente-geral.

Esse seria mais um negócio da Coopera GD. “A Coopera Geração e Desenvolvimento vem com o intuito de fazer novos negócios. Inicialmente nós trabalhamos com a Telecom e agora com a Soluções e está aberto para fazer outros negócios também, como a geração de energia, que é um dos nossos focos, seja uma pequena hidrelétrica ou um parque eólico ou um parque solar, enfim, alguma fonte de geração de energia”, pontua o engenheiro Spacek.

Opções em estudo

Estudos aprofundados das opções que podem ser desenvolvidas para a área de abrangência da cooperativa já foram iniciados. “Estamos estudando três tipos de geração mais evidentes: a geração por água, que são as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), sobre a qual nós temos em mãos cinco projetos. Temos o estudo da geração eólica e também geração fotovoltaica”, comenta o presidente Rampinelli.

Dessas, uma vem se destacando: é a geração de energia solar. “A fotovoltaica, com placas, eu acho que é a primeira para a qual nós vamos partir. Só que as placas ainda estão com um valor muito alto e, pela tarifa que a gente paga, ainda não compensa fazer esse investimento”, explica Rampinelli. 

Planejamento estratégico

Essas novidades que a Coopera vem trazendo nos últimos anos e aquilo que é previsto para o futuro, seja ele breve ou distante, não são feitos sem passar antes por uma etapa importante do processo, o planejamento estratégico. A prática foi implantada na cooperativa em 2008.

“O planejamento é feito sempre com ciclos de quatro anos para coincidir com o mandato do Conselho de Administração, que é de quatro anos. Durante o ciclo, esse planejamento é revisado para fazer alguns implementos”, explica o gerente Rogério Feller.

“E nesse planejamento você foca investimento, treinamento dos colaboradores, o cooperativismo e as questões do trabalho interno no que se refere à eficiência. São alguns projetos que nós temos e que, à medida que vem um novo ciclo, nós vamos melhorando”, complementa o gerente geral. 

Ter todos os passos planejados é, segundo Feller, um dos pilares que sustentam o bom desenvolvimento corporativo da Coopera. “Trabalhar aqui é bem leve, é um trabalho que demonstra grande responsabilidade, mas ao mesmo tempo é leve, é um ambiente bom de se trabalhar. Nós temos muito bem definidos os valores que a Coopera trabalha, que são cooperação, excelência, pessoas e sustentabilidade. Isso está bem definido e bem incorporado pelos colaboradores, então fica fácil o dia a dia”, relata. 

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