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Como a quadrilha que assaltou o Banco do Brasil vivia em Três Cachoeiras

Homens fizeram churrasco na terça, se passaram por falsos vendedores e foram cordiais com os vizinhos
Zero Hora Três Cachoeiras, RS, 03/12/2020 - 18:44 Atualizado em 03/12/2020 - 18:48
Foto: Isadora Neumann / Agência RBS
Foto: Isadora Neumann / Agência RBS

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Reportagem do Zero Hora, do Rio Grande Sul, relatou como os assaltantes do Banco do Brasil de Criciúma viveu por dias na cidade de Três Cachoeiras.

O churrasco começou a partir das 22h da terça-feira, 1º na última casa da Rua Porto Guerreiro, na área rural de Três Cachoeiras, no Litoral Norte. Ao menos 30 pessoas se amontoavam em um quiosque e vários carros estavam estacionados na saída do portão. O cheiro da carne, o odor de maconha e as risadas altas chamaram atenção da vizinhança para a movimentação que se estendeu por cinco horas.

A confraternização destoava da rotina discreta dos novos moradores chegados há pouco mais de um mês na comunidade Santo Anjo. Pelo local, descoberto pelas polícias gaúchas e catarinenses na manhã desta quinta-feira (3), passou parte da quadrilha que aterrorizara Criciúma na madrugada de segunda para terça-feira, durante o assalto à Tesouraria do Banco do Brasil.

Em meados de outubro, os criminosos alugaram um espaço com dois terrenos. De um lado, uma casa de madeira azul, com dois quartos, banheiro, cozinha e sala, e um quiosque com churrasqueira nos fundos (assista o vídeo abaixo). Do outro, uma garagem que servia de depósito. A proprietária da casa, que vive na Serra, alugou o imóvel quando outro inquilino o ocupava  em caráter provisório. Os novos moradores ofereceram R$ 15 mil para ele deixar a casa em dois dias. O homem estranhou, mas aceitou o dinheiro e saiu.

Situada em uma via de estrada de chão batido, em meio a zona rural, a casa tem uma vista bucólica e localização privilegiada: está a 800 metros da BR-101 e a 100 quilômetros de Criciúma.

Antes da mudança, sondaram a vizinhança. Queriam saber se o local era violento, se tinha assaltos e frequente presença da polícia. Os criminosos contaram aos moradores que eram vendedores de frutas. Uma das vizinhas foi até presenteada com cinco abacaxis. Outra moradora disse que nunca percebeu movimentação de carga e descarga de mercadorias, mas reparava o vaivém de um caminhão e um furgão. Mediante a condição de anonimato, GZH conversou com quatro pessoas que tiveram contato com os criminosos.

A diferença da origem das placas dos veículos chamou atenção de uma delas. O furgão era de Penha (SC), o C4 Palas, de Brasília, e o caminhão, de São Paulo. "Era placa de Brasília e sotaque de São Paulo. Até pensei que pudesse ser tráfico de drogas, mas a gente nunca imagina que o vizinho vai explodir um banco", conta a mulher.

Em meio a uma rotina discreta, os criminosos eram gentis e respeitosos com os moradores. Antes de manobrar o caminhão, pediam licença do vizinho para ocupar o pátio da frente. Uma mulher com quem GZH conversou conta que foi chamada para fazer faxina na casa. Trabalhou das 7h às 16h e cobrou R$ 80 pelo serviço. Ganhou R$ 100.

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