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Colombo diz que deixa governo de SC com a sensação de dever cumprido

Governador, que passa cargo amanhã, relembrou a história e contou planos para o futuro
Por Clara Floriano Criciúma - SC, 15/02/2018 - 08:38 Atualizado em 15/02/2018 - 09:19

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Raimundo Colombo (PSD) realiza, nesta quinta-feira, o último ato de seu mandato como governador do Estado de Santa Catarina participando da inauguração do Radar Meteorológico Sul, no Morro dos Conventos, em Araranguá. Amanhã (16) Colombo passa o bastão para o vice, Eduardo Pinho Moreira (PMDB). Em entrevista ao jornalista Adelor Lessa, o atual governador disse que entrega o governo com a sensação de dever cumprido.

“A gente se esforçou, lutou, combateu o bom combate e fez tudo que a gente podia fazer. Acho que conseguimos vencer a crise. Há pessoas que gostam e que não gostam do governo, isso faz parte do jogo. Mas você não vai achar nenhum catarinense triste com o que está vivendo hoje. Então, mais importante que o governo é a sociedade e os catarinenses estão bem porque tem os melhores níveis de emprego, o melhor PIB, a melhor recuperação da economia. Isso não sou em quem digo, são dados. Nessa circunstância acho que fizemos um bom governo e que Santa Catarina está bem”, afirmou.

Raimundo Colombo começou muito cedo na vida pública, já foi deputado, senador da república, ocupou cargos públicos, está finalizando o segundo mandato como governador e encaminhando uma nova candidatura ao senado.

“São fases da vida, isso entra no coração e na alma da gente e a gente vai sendo conduzido para o processo. Esses últimos períodos foram muito duros. Eu convivo menos com amigos do que gostaria, estou mais longe das pessoas, tenho mais cabelos brancos, conta menos piadas do que contava, ri menos do que ria. Foram muitos desafios. Foi um período e agora está na hora de dar uma desacelerada e sentir mais liberdade. Aprendi muito, estou mais maduro e informa. Tenho condição maior de viver momentos aqui para a frente. Eu me sinto com energia, com vontade e mais conhecimento para cumprir mais uma etapa. Acho que tudo vale a pena quando a alma não é pequena, como já dizia Fernando Pessoa”, brincou o governador.

Colombo revelou que o poder angustia e coloca em face de risco. Ele exemplificou contando que estava saindo para pescar em seu sítio em Lages quando recebeu a notícia de que estava pegando fogo no reservatório de combustível em Piçarras. “Aquilo poderia explodir. Então você não sai mais. E todos os dias acontecem coisas assim. Então é um processo que você fica angustiado, a responsabilidade é muito grande.  Gente quer saber de tudo, quer ficar informado de tudo e isso dá um desgaste imenso, mas tinha que ser assim, não tinha outro jeito, eu não tinha escolha. Mas todos os trabalhadores fazem isso, são missões diárias”, revelou.

O atual governador diz que a passagem de bastão tem que ser harmoniosa, com boa vontade e mostrando grandeza. Ele conta que foi a mudança foi antecipada, porque a Lei de Responsabilidade Fiscal impõe uma série de restrições a partir do dia primeiro de maio.

“Nós estamos conversando bem. Tenho algumas coisas pessoais que preciso cuidar. E depois no começo de abril faço a renúncia final e a partir daí eu vou construir outro projeto para ajudar no que eu puder o Eduardo e o governo de Santa Catarina”, disse.

 Colombo deve ser candidato ao senado nas eleições deste ano. Ele contou que não deve voltar ao governo catarinense, porque não quer tirar o lugar de outros. Para o governador, ele pode contribuir a nível nacional e entende que ao voltar ao senado enfrentará um país que está em reconstrução.

“Não sei se vai se romper ou se vai conseguir construir um projeto político. E 2019 e 2020 serão anos de grandes mudanças, atitudes fortes, duras, corajosas e necessárias. Eu tenho experiência e sobretudo pelo relacionamento que formei em Brasília, acho que posso ser útil”, afirmou.

Para ele, é obrigação de um ex-governador representar bem o estado de Santa Catarina no Senado. “Agora, eu já tenho uma condição, vou respeitar todo mundo, mas sempre com timidez que eu tenho”, revelou.

Colombo conta que, mesmo com toda experiência política, sempre que vai falar fica nervoso e ansioso. “É sempre uma responsabilidade. Você não pode induzir as pessoas ao erro, não pode errar. É sempre um desafio para gente”, afirmou.

JBS

O governador disse estar seguro sobre a citação por parte de um dos dirigentes da JBS, Ricardo Saud, envolvendo seu nome. “Estou seguro, juntamos provas suficientes. Meu advogado disse que o processo está praticamente concluso, com um resultado que ainda não sei qual é. Eu aguardo a decisão da justiça e espero ser breve”, comentou.

Prisão de João Rodrigues

Sobre a prisão de João Rodrigues, seu colega de partido, Colombo disse estar bastante triste. “Eu não sou advogado e não tenho como julgar, mas acho a prisão uma coisa muito pesada. Estou torcendo para o João sair disso o quanto antes”, afirmou.

Nova sede da Alesc

Sobre a mudança de casa da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o governador explicou que já sabia que as estruturas alugadas que estavam sendo usadas não eram capaz de comportar a demanda dos deputados estaduais. “Não sei se era a hora e se tem o dinheiro. É algo se avaliar. Cada caso é um caso”, comentou.

Fudam

O Fundo de Apoio aos Municípios- Fundam II deve sair logo, segundo Colombo. “Vencemos essa etapa. Não sei se tinham pessoas torcendo contra, mas a gente graças a Deus, superou”, afirmou Colombo.

 Saúde no Estado

O governador, falou também das contas da saúde do estado. “O grande problema da saúde é o modelo. A Saúde melhorou em Santa Catarina, não só pelo governo, mas pelos profissionais da saúde. A medicina, a engenharia medica, a saúde melhorou. O problema é que isso ficou muito caro. Hoje parece que tem que dar de graça tudo para todo mundo. Desse jeito não há dinheiro que chegue”, afirmou.

Política

Em relação à política e as eleições deste ano, Colombo afirmou que ainda é muito incerto. Para ele a população está cada vez mais distante dos candidatos e da política. “Um modelo velho morreu e um novo nasceu. Temos que ter a humildade de arrumar. Temos que reconstruir essa relação. Temos que ser humildes. O pior mundo é se acovardar, é ir para fora”, disse.

Sobre Bolsonaro, ele disse que é um risco. “Ele tem o mesmo perfil do Trump. EWu presto atenção, eu não desconsidero. O que ele está dizendo, só um responsável diz. Eu respeito o mensageiro, mas eu tenho que olhar a mensagem. Eu acho irresponsável”, explicou

Já sobre Luciano Huck, Colombo afirmou que falta atitude e competência. “Eu não vou esconder, mas acho que Alckmin, que está governando o estado de São Paulo com dificuldade, é um bom candidato”, disse. Para o governador de Santa Catarina, Alckmin está abaixo nas pesquisas por estar focado no governo de São Paulo e ainda não na candidatura à presidência.

Em relação ao cenário estadual, Colombo disse que os partidos estão passando por um período de definição. “Lá em julho é que vão decidir as alianças. Tem que ter paciência e prudência para fazer escolhas. Pode ser PMDB e PSD, como pode não ser”, esclareceu.

Pinho Moreira

Colombo diz que Pinho Moreira está em um cenário favorável, por isso sua candidatura ao governo do estado nas eleições de 2018 pode ser positiva. “Ele só não será candidato se não quiser”, esclareceu Colombo.

Principais marcas

O governador disse que uma das marcas do seu governo foi promover a harmonia mesmo em uma fase difícil. “Eu procurei harmonizar com poderes, partidos políticos, Poder Judiciário, Ministério Público, com a própria imprensa, sindicatos, com todos os segmentos. Procurei ter harmonia em tudo. Já está pegando fogo em tudo, não adianta ser incendiário. Eu achava que o resultado fosse demorar mais, mas olha que vitória. Santa Catarina é um estado pequeno, mas foi o que mais criou empregos. Olha o PIB que maravilha. Em qualquer lugar do Brasil que você for vão dizer que Santa Catarina é o melhor lugar para se viver”, afirmou.

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