Cautela é a palavra para as previsões do tempo dos próximos dias. A informação de que um ciclone extratropical atingirá cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina no fim de semana vem preocupando a população e, de acordo com os profissionais da meteorologia, é importante observar o comportamento do tempo hoje e amanhã.

Segundo Ronaldo Coutinho, da Climaterra, a condição de vento forte, principalmente para o sábado à tarde, está mantida. Ele se baseia em dois modelos – o americano e o europeu – para coletar as informações. O modelo mais preocupante é o europeu. 

“Vento variável, mais de nordeste/noroeste a oeste/sudoeste no litoral e áreas próximas, rajadas ocasionais iguais ou acima dos 70 km/h a 90 km/h e pontuais acima dos 100 km/h a 120 km/h entre a Grande Florianópolis e o Litoral Sul. Períodos de moderado a bem fraco, mais de manhã”, aponta Coutinho.

No domingo o vento já deve perder a sua intensidade e a previsão, de acordo com o especialista, é de que as rajadas fiquem entre 60 km/h e 80 km/h, com picos de 100 km/h. 

Situação comum

O climatologista da Epagri/Ciram, Márcio Sônego, relata que o modelo americano é comumente o que mais acerta as previsões do tempo para Santa Catarina e que, caso o cenário apontado pelo modelo europeu se confirme, será uma situação diferenciada.

“Claro que existe uma expectativa, já que o modelo europeu está insistindo em ventos mais fortes já há alguns dias, mas a nossa normalidade é de que o americano se confirme”, comenta.

Ele aponta que episódios parecidos com essa previsão mais cautelosa ocorreram há poucos dias. “Nós tivemos no sábado, dia 13 de outubro, um vento no Arroio do Silva, que chegou a ter picos de 83 km/h”, relembra. 

Em nota, a Epagri/Ciram também comentou a situação do possível ciclone. O texto afirma que “até o momento, conforme a previsão de localização e intensidade do ciclone, durante o final de semana, podem ocorrer ventos fortes, com rajadas de 60 km/h a 80 km/h no litoral e sul catarinense, especialmente no Litoral Sul e Planalto Sul”. 

O comunicado também alega que fenômenos como esse não são incomuns na região. “Ressalta-se que ciclones extratropicais são sistemas atmosféricos comuns no litoral sul do Brasil, apresentando maior frequência nos meses entre final de outono e início da primavera”.