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Aumento do frete pode chegar a 35% devido ao reajuste do diesel

Uma das consequências, caso os clientes não aceitem o repasse, é que haja desabastecimento
Por Geórgia Gava Criciúma, SC, 15/03/2022 - 16:02 Atualizado em 15/03/2022 - 18:06
Foto: Diego Vara/ Reuters
Foto: Diego Vara/ Reuters

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É inevitável. Os fretes serão mais caros em todo o país. Após o recente reajuste dos combustíveis anunciado pela Petrobras, em que o diesel teve um acréscimo de 24,9%, a Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc) definiu o cenário como uma “situação crítica” para o setor. O repasse aos clientes pode chegar a 35%. 

"Foi uma grande paulada na cabeça do transportador. Nós já tivemos no dia 10 de março uma reunião convocada pela Associação Nacional do Transporte de Carga (ANCT), sediada em São Paulo. Lá, os técnicos levantaram que o Índice de Custo do Transporte, de janeiro até o início de março, ficou em 18,58%. Aí, no outro dia, saiu o reajuste de 24,90% no diesel. Só o combustível pesou no nosso custo em mais 8,75%", explica o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Sul de Santa Catarina (Setransc) e vice-presidente da Fetrancesc, Lorisvaldo Piuco. 

Com os 18,58% do Índice de Custo do Transporte, mais 8,75%, o repasse mínimo deve chegar a 27,33%. "Isso, em média, porque o transportador de carga completa, dependendo da distância, o aumento pode atingir até 35%", enfatiza Piuco. "Não tem como não repassar. Aquele embarcador que não aceitar o reajuste, o transportador, pelo o que se ouve, está disposto a deixar o caminhão parado, porque trabalhar com prejuízo não vale a pena. Isso pode levar a uma falta de caminhões no mercado e acontecer um desabastecimento, principalmente, de combustíveis", acrescenta o presidente do sindicato.

Além do aumento do diesel, o acréscimo no valor de insumos como pneu, que recém teve um reajuste de 8%, e o próprio caminhão, óleo e a carroceria também impactam no custo dos transportadores. "Tudo subiu", lamenta Piuco. "É importante para nós, agora, que os nossos clientes colaborem nos recebendo, ouvindo e ajudando para que não soframos com esse custo", completa. "Não tem como trabalhar com prejuízo, o transportador fez isso por muito tempo, mas ele está ficando esperto, vendo que o prejuízo levou muitas empresas do Brasil à falência", completa. 

A entidade trabalha para minimizar os impactos através de subsídios com o Governo. "A nossa federação, assim como as demais federações do Brasil, está trabalhando para isso. A gente espera dificuldades de colaboração, até por conta do Estado, porque ele precisa arrecadar. Mas, estamos constantemente trabalhando juntos em Santa Catarina, tentando encontrar a solução para que, pelo menos, o diesel tenha uma redução", pontua o presidente do Setransc. 

Não há expectativa para paralisação 

Nos bastidores, não há expectativa para que as atividades sejam interrompidas pelos trabalhadores, a exemplo de alguns anos atrás. "Nós temos acompanhado bem, tanto a federação, como a confederação dos autônomos. Não há nenhuma vontade em fazer uma paralisação. O que já foi conversado e eles já se manifestaram, é que vão realinhar os preços. Os caminhoneiros autônomos já estão batendo na porta dos transportadores e nós temos que repassar o custo para eles de imediato", finaliza Piuco. 

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