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Assalto em Criciúma: maior crime da história do estado completa uma semana

Até o momento polícia já conseguiu prender 12 suspeitos e apreender mais de R$ 1 milhão
Por Gregório Silveira Criciúma, SC, 08/12/2020 - 14:13 Atualizado em 08/12/2020 - 14:17
Foto: Arquivo / 4oito
Foto: Arquivo / 4oito

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No início da madrugada da última terça-feira, 01, o silêncio foi quebrado pelo som de tiros e gritos nas sacadas dos condomínios localizados no centro de Criciúma. A ação da quadrilha começou ainda na segunda-feira, 30, e continuou por várias horas. Por volta das 23h40 os bandidos incendiaram um caminhão em frente ao Batalhão da Polícia Militar, na via Rápida, e efetuaram diversos disparos contra o prédio. 
Após isso, trocaram tiros com duas guarnições militares, ferindo um policial, e seguiram em direção ao centro da cidade. O alvo: a agência do Banco do Brasil. 

Das 00h até às 2h, os criminosos trancaram ruas centrais, fizeram trabalhadores da Diretoria de Trânsito e Transporte (DTT) de reféns, efetuaram diversos disparos para cima com o intuito de afastar e espantar os moradores da região, e assaltaram a agência central e Tesouraria regional do Banco do Brasil. Em seguida, foram em direção a Nova Veneza, deixando um rastro de destruição e, até mesmo, milhares de reais espalhados pelas ruas da região central. 

Sete dias após o crime, 12 pessoas suspeitas de estarem envolvidas com a ação já foram presas, e autoridades policiais e forças de inteligência seguem mobilizadas em investigações.
 
Os olhos do mundo se voltaram para Criciúma. Veículos como BBC e New York Times mudaram suas pautas em busca de informações. 

O que se sabe das prisões

As primeiras informações apuradas sobre o assalto indicavam para o deslocamento de cerca de 30 criminosos, em dez carros pretos, para o interior de Nova Veneza. Na comunidade de Picadão, no município noveneziano, ainda no período da manhã de terça-feira, foram encontrados os dez veículos utilizados pelos bandidos, abandonados em um milharal e com vestígios biológicos em seu interior.

A Polícia Militar, Polícia Civil, Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e outras autoridades policiais catarinenses seguem com as investigações. A própria força policial do Rio Grande do Sul, como a Brigada e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também estão auxiliando no processo.

Na manhã da última quarta-feira, 2, dois fatos importantes proporcionaram avanço às investigações. Em Içara, no bairro Presidente Vargas, foi encontrado um galpão com marcas de pintura veicular e latas de tinta spray de cor preta, possivelmente utilizada na pintura dos veículos utilizados pelos criminosos e abandonados em Nova Veneza.

Na zona sul de São Paulo, no mesmo dia, uma mulher foi presa por crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo, estando possivelmente envolvida com o crime praticado em Criciúma. Em sua residência, foram encontradas munições, drogas, celulares e detonadores de explosivos.

Na quarta-feira, mais duas prisões de suspeitos. No período da tarde, na BR-116 em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, dois homens foram detidos em um Hyundai HB20 com placas de São Paulo. Os homens, de 30 e 44 anos, eram paulistas e estavam com uma quantia de R$ 8,1 mil, além de celulares - os quais foram apreendidos pelas autoridades. 

No final da noite de quarta e início da madrugada de quinta, outros três suspeitos, todos paulistas, foram presos em Passo de Torres, divisa do estado catarinense com o Rio Grande do Sul. Com eles, estava uma maleta com a quantia de R$ 49 mil, dinheiro do qual, segundo um dos detidos, seria usado para a compra de um terreno.

Já no amanhecer de quinta-feira, por volta das 5h50, o BOPE da Brigada Militar gaúcha abordou uma residência em Morrinhos do Sul, próximo a Três Cachoeiras, após ter recebido informações da inteligência catarinense de que a casa teria sido usada pelos criminosos. 

Na residência, foram encontradas diversas roupas (algumas delas camufladas e sujas de sangue), rádios, detonadores de explosivos, latas de tinta spray de cor preta, uma van e vestígios de comida. Tudo indica que a residência teria sido usada pelos criminosos na transição da fuga. Um homem, com RG’s de Paraná e São Paulo, foi preso no local, afirmando que teria recebido cerca de R$ 5 mil para queimar todos os objetos que foram deixados para trás.

Ainda na manhã de quinta-feira, mais dois suspeitos foram presos em um chalé em Gramado, na Serra Gaúcha. O local teria sido alugado por meio de um aplicativo, e a informação de movimentação suspeita chegou por parte das autoridades catarinenses. O homem preso na residência foi Márcio Geraldo Alves Ferreira, mais conhecido como Buda, integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. Além dele, um outro indivíduo que fugiu em direção a mata, também acabou sendo preso.

Abordagem no chalé em Gramado, onde dois homens foram presos 

No final da noite de quinta-feira, em Campinas (São Paulo), um casal também suspeito de estarem envolvidos no assalto ao Banco do Brasil em Criciúma foram presos. A mulher, de 36 anos, negou ter qualquer envolvimento, mas mensagens encontradas pelas autoridades em seu celular indicaram relação com o crime cometido em Criciúma. O seu marido, de 40 anos, foi detido em um prédio comercial. O irmão da mulher detida ainda está sendo procurado.

Na noite desta sexta-feira, 4, equipes da Polícia Militar de Santa Catarina conseguiram obter mais informações sobre mais um suposto envolvido no roubo a banco na cidade de Criciúma. O homem estaria hospedado em uma pousada em Blumenau. O objetivo do indivíduo era se esconder da atuação policial.

Os oficiais realizaram a abordagem no local e encontram o sujeito pertencente à organização criminosa. Com ele foram encontrados um carro recém adquirido com valores em espécie, uma quantia aproximada de R$26.483,00, chips de celular, um caderno com anotações financeira, dois celulares e demais elementos que o ligam ao crime realizado na madrugada de terça-feira, 01.

Com mais a prisão deste homem na região do Vale do Itajaí, a Polícia Militar de Santa Catarina em parceria com outras unidades já realizou a detenção de doze suspeitos de envolvimento no assalto em Criciúma. Desde a realização do assalto, mais de R$ 1 milhão já foram recuperados pelas autoridades. 

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