Morro da Fumaça completa nesta quarta-feira, 20, 58 anos de emancipação político-administrativa. Terras ocupadas no início do século XX por imigrantes oriundos da Bielorussia, que construiram suas residências e viviam através da criação de suínos. Dez anos após, italianos chegaram no local que futuramente, em 1931, se tornou distrito de Urussanga. 

A emancipação veio em 27 de abril de 1962 e efetivada em 20 de maio do mesmo ano. Duas hipóteses procuram explicar a origem do nome do município. A primeira, conta que em uma colina, onde era feito o embarque de carvão proveniente de Criciúma, havia uma extensa área alagadiça que criava densa neblina ao amanhecer, cobrindo todo o morro. Já a segunda versão diz que carreteiros, que levavam uma série de produtos para o porto de Laguna, acendiam fogueiras em cima de um morro para passar a noite, e a fumaça podia ser vista a quilômetros de distância.

O prefeito Noi Coral comemora os números da economia do município. "Quando assumimos [o município] estava um pouco deficiente em todas as áreas. Em nosso governo preparamos a cidade para os próximos 10, 15 anos. A próxima administração terá que pensar em um futuro maior", avaliou. "Eu vejo Morro da Fumaça com bons olhos, município próspero, com economia diversificada e arrecadação muito boa. Estamos vindo com 5% de crescimento, isso proporciona ao governo investimentos", avaliou.

Devido à pandemia do coronavírus, neste ano não ocorrerá a tradicional Maggiofest, mas a data não passa em branco. "Esta é uma época de desafios, um período em que enfrentamos uma pandemia, algo nunca enfrentado antes, mas que, com a força de cada fumacense, será vencida e sairemos mais fortes do que quando entramos. Mesmo que não tenhamos festa, o sentimento é de alegria e agradecimento", salienta Coral.
 

Morro da Fumaça é exemplo na gestão da água. Após romper o contrato com a Casan, o município passou a gerir o fornecimento com a criação do Samae. Segundo o presidente do Samae Rogério Sorato, o município entra no terceiro ano sem aumento na tarifa de água. "É uma gestão enxuta, que tem uma arrecadação boa que vem proporcionando a fazer investimentos necessários. Estamos trazendo bons resultados nessa seca, que é muito preocupante. Por enquanto ainda não racionamos o abastecimento de água", comentou o presidente. "Agora vem grandes investimentos não só em água, mas em reservatórios, barragens e esgoto para que o município continue a crescer", adiantou Sorato.

O fornecimento de energia elétrica fica a cargo da Cermoful (Cooperativa Fumacense de Eletricidade). A cooperativa atende 15 mil consumidores, contabilizando 60 mil pessoas e rompeu as fronteiras municipais. "Hoje atendemos 100% Morro da Fumaça, partes urbanas de Criciúma e Içara e partes rurais de Cocal do Sul, Urussanga e Pedras Grandes", detalhou o presidente Ricardo Canto Bittencourt.

Setor produtivo

Morro da Fumaça está em uma posição estretégica geograficamente. Está a 8 quilômetros da BR-101, 20 quilômetros do aeroporto de Jaguaruna e entre as duas principais cidades do sul, Criciúma e Tubarão. A Esmalglass é a principal empresa do município em termos de arrecadação. "Quando fomos nos estabelecer no Brasil imaginávamos ficar em Criciúma ou no eixo que tinha as principais cerâmicas do país na época do final dos anos 80, início dos anos 90. Acabamos comprando um terreno nas margens da rodovia e quando fomos fazer o registro descobrimos que fariamos parte de Morro da Fumaça, foi pura coincidência", lembrou o diretor-geral da Esmalglass João Batista Borgert. 

Hoje a Esmalglass é o maior conglomerado mundial do ocidente para insumos de fabricação de esmaltes cerâmicos. A fábrica localizada em Morro da Fumaça é a maior fora da Espanha, país de origem da empresa e a maior das Américas. 

Outra empresa que contribui muito para o município é a Cristal Embalagens. Fundada em 1999 com sede única na cidade. A empresa familiar conta com mais de 500 colaboradores, produzindo embalagens para alimentos, fast-food, higienicos e também para nutrição animal. "A Cristal não sofreu impactos pelo Covid-19. Nossa projeção é continuar crescendo em Morro da Fumaça, continuar investindo em tecnologia e pessoas", afirmou o diretor-geral da empresa Fabiano Plácido. 

O comércio tenta se reestabelecer depois da parada drástica. "O comércio foi bastante afetado, mas estamos procurando saídas, parcerias para movimentar. Hoje por exemplo estamos abertos no feriado municipal. Estamos trabalhando em várias frentes, com descontos diferenciados e mudanças na fachada das lojas. É necessário criatividade para atriar o cliente e reforçar o comércio local", garantiu o presidente da CDL Claiton da Silva.

Morro da Fumaça também é conhecido pela potência na cerâmica vermelha. Hoje 42 empresas do município atuam no ramo. A Cerâmica Cassio automatizou a produção e alcança 2 milhões de peças produzidas. "Produzimos blocos de vedação para construção civil desde os anos 90. 5 anos atrás deixamos de ser uma empresa manual e automazimos todo o processo. Olhamos como era o funcionamento no Ceará, São Paulo, Rio Grande do Sul, mas realizamos o projeto com todos os equipamentos fabricados em Morro da Fumaça", contou Cassio Pedro Bom, representante da empresa.