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"Espelho, espelho meu: existe alguém mais bolsonarista do que eu?"

A correria para colar em Jair

Por Maga Stopassoli 26/02/2024 - 12:13 Atualizado em 26/02/2024 - 12:14

"Espelho, espelho meu: existe alguém mais bolsonarista do que eu?"

A busca pela resposta a essa pergunta tem movido um sem número de políticos e pré-candidatos em ano eleitoral. Os ocupantes de cargos públicos e/ou pretensos candidatos não tem medido esforços para tirar uma casquinha da imagem de Jair Bolsonaro e, assim, lucrar, politicamente falando. O ato na Av. Paulista que ocorreu neste domingo, 25, convocado pelo próprio ex-presidente da república e aceito por dezenas de milhares de pessoas, é a prova mais recente dessa corrida sem linha de chegada no horizonte.

Os indivíduos correm por múltiplos motivos. De pronto, podemos dividí-los em alguns grupos. Há os que correm para provar que podem ser bolsonaristas, os que correm para provar que continuam sendo bolsonaristas, os que correm porque não tem para onde correr e contam com a sorte de encontrar o ex-presidente, os que correm para subir no palanque e os que correm para o povo pois precisam continuar correndo. 

Eu sei que enquanto lia o parágrafo anterior, a cada exemplo citado, você ia lembrando de uma ou outra figura política que esteve na Paulista ontem. Isso é bom porque, dessa forma, eu não preciso dar nome e dizer quem é quem, e isso já evita uma certa dor de cabeça (risos). O fato é que Bolsonaro estala os dedos e mobiliza uma multidão de apoiadores. Mas isso nunca esteve em questão. Ele é o nome da direita no Brasil que sofre do mesmo mal que a esquerda: a dificuldade de criar novos líderes. E não, não é por falta de interessados na vaga, é por que nem Lula, nem Bolsonaro, querem deixar de ocupar o lugar que ocupam. A política, é bom que se diga, é um espaço onde poder e ego, coexistem. Não é exclusividade deles, portanto. Dito isso, e fazendo valer seu poder de mobilizar pessoas, Bolsonaro promoveu um verdadeiro corre-corre de apoiadores que, em alguns casos, não se apoiam entre si.

Digo isso para fazer um gancho entre o ato em São Paulo e Santa Catarina. 

Entre os presentes na Av. Paulista, estavam o governador Jorginho Mello (PL), o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), a deputada federal Júlia Zanatta (PL) e o pré-candidato a prefeito de Criciúma, Arleu da Silveira.
No primeiro recorte, temos o embate entre Júlia e Jessé que tem como pano de fundo a presença (e a foto) de Arleu com Bolsonaro. Enquanto a deputada e seu marido, o advogado Guilherme Colombo, ciceronearam Arleu em SP, levando-o até Jair, Jessé abriu fogo contra a presençã de Arleu lá.

Sobre isso, ele disse:

“Por um lado, acho legal, pois quanto mais gente aderir, melhor. Por outro lado, é nitidamente um estelionato eleitoral, pois nunca vi o “CoronaLover” do Arleu em nenhuma manifestação antes, e sou assíduo desde 2014. Hipocrisia na política é mato, aqueles que chamavam o governo de Criciúma de corrupto em 2020, são os que levaram os “corruptos” pra fazer merchandising com o Bolsonaro”.

A indireta da última frase tem endereço. É que durante a campanha a prefeita, em 2022, a hoje deputada federal, Júlia Zanatta, era ferrenha opositora ao governo municipal de Clésio Salvaro que, agora, dá a benção a Arleu para ser seu sucessor. 

Saindo da treta criciumense e indo para o âmbito estadual, tem mais. Jorginho e João Rodrigues: os dois expoentes do bolsonarismo em Santa Catarina, disputam espaço para ver quem é mais próximo de Jair. Por motivos que também envolvem o cargo que ocupa, quem almoçou com o ex-presidente, foi Jorginho. Quem recebeu ligação de vídeo do ex, no meio da multidão, foi João Rodrigues.

Aí fica o questionamento: quem vai aproveitar melhor a ida a SP?

A curto prazo, Jorginho Mello, que acalma os ânimos do eleitor que votou nele e em Jair em 2022 e que vive fazendo uma espécie de campana digital, de olho em cada passo do governador eleito na onda Bolsonaro. A longo prazo, vai depender dos desdobramentos das investigações da Polícia Federal, que envolvem diretamente o ex-presidente. Caso seja inocentado, todos os apoiadores sairão ganhando, politicamente. Se for condenado, pode virar um esqueleto no armário.

A princípio, ficam as fotos, as selfies, os posts emocionados, mesmo de quem não foi até lá, mas preferiu não correr o risco de ser julgado e achou melhor publicar vídeos do encontro, mesmo à distância.

E, assim, catalogamos um novo momento político do país: a corrida para vencer a disputa que dá o título desse texto:

- espelho, espelho meu: quem é mais bolsonarista que eu?



 

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