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Pedro Paulo Canella, representando o Criciúma, participou nesta quarta-feira (22) de uma reunião na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, que reuniu dirigentes de clubes da Série B. O encontro teve como foco principal discutir o futuro das ligas nacionais e buscar alternativas para o fortalecimento financeiro das equipes que enfrentam dificuldades econômicas.
Segundo Canella, o encontro foi marcado por muitas informações e discussões sobre a divisão dos clubes entre a Liga Forte União (LFU) e a Libra, grupos que ainda tentam se estruturar para organizar o futebol brasileiro fora da CBF.
“Ficou um pouco misturado, com times grandes de um lado e outros menores de outro. No fim, todo mundo acabou assinando algo no escuro, com promessas de recursos futuros, vendendo ativos por 50 anos”, relatou.
De acordo com ele, a reunião também teve um caráter emergencial, já que muitos clubes vêm enfrentando graves problemas financeiros.
“Basicamente, é um pedido de socorro à CBF. Não pelo Criciúma, mas pelos clubes que estão sufocados”, afirmou.
CBF quer centralizar a gestão das ligas
Canella explicou que a CBF manifestou interesse em assumir o papel de organizadora de uma liga nacional, nos moldes do que ocorre em países como Inglaterra e Espanha.
“A CBF quer sufocar e acabar com essas ligas independentes, criando uma liga própria sob o comando da confederação”, contou.
Reforço financeiro e nova fórmula para a Série B
Segundo Canella, a CBF prometeu destinar R$ 300 milhões à Série B em 2026, o que representaria um aumento significativo em relação ao montante distribuído neste ano.
“Era para ser 140 milhões e acabou sendo pouco mais de 100 milhões. O Criciúma, por exemplo, recebeu cerca de 7 milhões. A CBF já sinalizou que, se os clubes aceitarem o acordo, o repasse parte de 12 milhões no ano que vem, com 1 milhão por mês”, explicou.
Outro ponto debatido foi uma nova fórmula de disputa para a Série B, proposta para tornar o campeonato mais atrativo e competitivo. A ideia é manter o acesso direto dos dois primeiros colocados, mas criar um quadrangular entre o terceiro e o sexto lugar para definir as outras vagas na Série A.
“O objetivo é manter o interesse de mais clubes até o fim do campeonato e evitar situações de ‘mala branca’ e ‘mala preta’, quando equipes sem chances passam a relaxar na competição”, destacou.
Visita a CBF e diálogo com a arbitragem
Durante a passagem pela CBF, Pedro Paulo Canella também aproveitou para conhecer a estrutura da CBF e conversar com integrantes do departamento de arbitragem.
“Fui muito bem recebido pelo Cláudio Gomes, que tem sido um grande aliado, e pelo Rodrigo Cintra, do setor de arbitragem. Conversamos sobre alguns erros, mas sem reclamações formais. Citei o caso do pênalti no Jean Carlos, contra o Avaí, e o gol anulado que poderia ter sido validado ou marcado pênalti”, relatou.
Futuro indefinido das ligas
Por fim, o dirigente reforçou que a situação das ligas — Libra e Liga Forte União — segue indefinida, com clubes ainda tentando entender os termos dos acordos assinados.
“Os clubes venderam ativos por 50 anos com promessas de recursos, mas muita coisa ainda está no escuro. Por enquanto, a CBF tenta se posicionar como o eixo de equilíbrio para evitar que os clubes mais endividados afundem de vez”, concluiu Canella.
