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Cruzadas

Por Benito Gorini 09/03/2023 - 09:00 Atualizado em 09/03/2023 - 11:56

A expressão “cruzada” originou-se do fato de seus participantes serem “soldados de Cristo”, marcados pelo sinal da cruz, ostentada em vermelho nas suas vestes. As cruzadas tiveram várias causas – econômicas, políticas, sociais – mas não se pode negar a importância fundamental do fator religioso. Na idade média pecado e crime eram sinônimos e com atos de penitência procurava-se  conquistar as indulgências, evitando-se as “condenações eternas”.  A forma mais popular de penitência era a visita a lugares sagrados, que freqüentemente continham relíquias de santos ou fragmentos de alguma peça de interesse religioso. 

A primeira cruzada, em 1096 sob a orientação do papa Urbano II , procurava recuperar a Terra Santa, em poder dos “turcos infiéis”. Os cristãos não podiam tolerar a perda de Jerusalém e a proibição da visita ao Santo Sepulcro. A cidade, sagrada para judeus (o grande Templo de Salomão), cristãos (os eventos da Paixão de Cristo) e muçulmanos ( a ascensão ao céu de Maomé), até hoje é objeto de disputa entre as três religiões monoteístas.  Várias cruzadas foram realizadas e de uma maneira geral não obtiveram os resultados esperados. A cruzada do rei francês Luis IX , oitava e última em 1270, foi um total fracasso, ocasionando centenas de mortes, inclusive a do soberano, posteriormente canonizado pelo Papa Bonifácio VIII em 1297. Luis IX construiu a magnífica Sainte- Chapelle em Paris para abrigar a coroa com espinhos  de Cristo.

Sainte-Chapelle após o restauro I Fonte: Le Centre des Monuments Nationaux

 As Ordens dos Templários e dos Hospitalários surgiram durante este período. Os cavaleiros templários, que haviam acumulado enorme fortuna, foram alvo da cobiça do rei francês Filipe IV, o belo, que exerceu forte pressão sobre o papa Clemente V, conseguindo a supressão da ordem. O seu último grão-mestre, Jacques de Molay, foi condenado a morrer na fogueira na Ile de la Cité, em local bem próximo à Catedral de Notre Dame, em Paris. De Molay lançou uma maldição contra o rei e o papa, condenando-os a prestar contas com Deus, o Juiz Supremo, até o final daquele ano. As últimas palavras do Grão-Mestre tornaram-se realidade: o papa morreu em abril de 1314, um mês após a morte de De Molay, e o rei em novembro do mesmo ano.

Placa no local da execução de Jacques de Molay, na Praça “Vert Galant” I Fonte : FranceGenWeb

 

A Praça “Vert Galant” Fonte : unjourdeplusaparis.com

Nem tudo, no entanto, estava perdido. O intercâmbio entre duas civilizações, ocidental cristã e oriental muçulmana, a aquisição de novos conhecimentos médicos, científicos e matemáticos provenientes da cultura árabe, a expansão do comércio e uma maior tolerância religiosa entre cristãos e muçulmanos figuram como conquistas das cruzadas.

Sugestões

    • Grandes Pecadores, Grandes Catedrais, livro de Cesare Marchi mostrando a grande importância das peregrinações e relíquias na Idade Média
    • O Rei de Ferro,  primeiro dos sete livros da série “Os Reis Malditos”, de Maurice Druon e filme com Gérard Depardieu

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