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Todos cantam sua terra, também vou cantar a minha

Feliz aniversário, Araranguá!

Por Aderbal Machado 03/04/2024 - 07:58 Atualizado em 03/04/2024 - 08:05

Nasci no velho Araranguá, aquele Araranguá com a abrangência gigantesca de praticamente todo o extremo sul do Estado, quando tudo até o limite com o Rio Grande do Sul pertencia a Araranguá, inclusive Criciúma. Tudo. Corria o ano de 1944, num maio poderoso e benfazejo, um dia 10 de um taurino cheio de viço, moreno açodado na sua juventude, crente na sua linhagem, mistura de cabocla bugra de Dona Amarfilina e do imponente Doutor Telésforo. Ela, analfabeta; ele, advogado, poliglota, professor e eminente orador. Isso tudo está em mim, em maior ou menos escala. Tudo se deve, porém, à nata rica do chão natal. Onde aprendi a ser o que sou. 

Pois o Araranguá, neste 3 de abril, completando 144 de emancipação política. Poderia enunciar mil palavras aqui de exaltação à cidade d’hoje. Mil não: milhões. Não posso. Vejo-a, há muitos anos, apenas por imagens esparsas de fotografias mandadas por amigos ou captadas em publicações aqui e ali. Então remonto à cidade do meu tempo, com as imagens ainda guardadas nas retinas como se fossem muito atuais. E não os farei perder tempo com minhas peripécias de infância e juventude por lá. São preciosas para mim, mas desimportantes para outros. 

As imagens são de José Genaro Salvador, o mitológico fotógrafo da cidade, captadas ao longo do tempo por favores de conhecidos ou por estarem em meus alfarrábios de saudade. 

Parabéns, minha terra natal. Estamos aqui. Um dia esmagarei esta saudade danada indo até aí. Espero seja breve. Muito breve. Então, até lá.

Um abraço do Nego Deba. 

E, de inesquecível em inesquecível, uso e abuso de trecho poético e musical:

Todo mundo canta sua terra
Eu também vou cantar a minha
Modéstia à parte, seu moço
Minha terra é uma belezinha
...
Minha terra tem beleza
Que em versos não sei dizer
Mesmo porque não tem graça
Só se vendo pode crer
(Versos da música “Todos cantam sua terra”, interpretada por Alcione)
...

(AS IMAGENS SÃO DE 1956, QUANDO MEUS DOZE ANOS FLORESCIAM AO REDOR DA PRAÇA HERCÍLIO LUZ)

  • A foto com legendas afixadas é do ponto onde moramos durante anos e anos;
  • A outra foto da cidade é exatamente a visão do ponto em que morávamos, na direção leste;
  • A terceira foto é do coreto da praça, em cujo térreo funcionava a Biblioteca Municipal, criminosamente demolido para dar lugar a nada.

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