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Operando a busca por um bom tema e chego lá: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”

Por Aderbal Machado 16/09/2023 - 07:00

Uma semana inteirinha, trabalhando e imaginando a temática desta crônica. Sim, nem imaginem a sucessão de tertúlias e sofreguidão mental, tentando encontrar um novo texto. Porque divido as coisas: redigir é ciência, mas escrever é arte. Depende da distribuição dos termos num papel ou num computador cheio de vicissitudes e carências, como o meu.

Redigir, basta conhecer técnicas de começo, meio e fim e as grafias corretas. Conheci pessoas, em Criciúma e tantos outros lugares por onde coloquei meu jeito de ser e fazer, cujos conhecimentos nem era tão profundos e especiais, mas expunham com maravilhosa beleza seus pensamentos. Enfim, escrever é ser agradável à leitura. O resto é o resto. Disso tenho medo e todo escrevedor profissional deveria ter: ser mal digerido em seus escritos.

Mas vamos lá, depois desta peroração indevida, talvez.

São tantas as ocasiões de citação de Fernando Pessoa, na sua frase lapidar: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”. Colocam-na em qualquer lugar, perdida às vezes num cipoal de doidices (ah, mas o que seria do mundo sem os loucos...).

Todavia, a frase está num contexto maravilhoso: o seu poema Mar Português. E o trago aqui nem tanto para reafirmar o dito, e sim para deliciar com seu sabor indelével e contexto até histórico dos tempos do desbravar dos mares. Leiam e interpretem:

MAR PORTUGUÊS
Fernando Pessoa

 

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

 

Valeu a pena? TUDO VALE A PENA
SE A ALMA NÃO É PEQUENA.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

As poesias, bom dizer, não são feitas para serem entendidas, lá no fundo, mas sentidas. Bem no fundo, nos recônditos da alma. Sinta aí.

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