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Nossas manias, jeitos e costumes na profissão, dos tantos amigos já idos e outros ainda aí

Por Aderbal Machado 27/05/2023 - 11:10 Atualizado em 27/05/2023 - 11:11

De repente, só de repente, sobrevêm lembranças de quando, enfiado no rádio em tempo integral – “full time”, dizia o Coronel Euclides Simões de Almeida, diretor da Rádio Diário da Manhã, onde estive por um ano em 1976 – convivi com figuras especiais, com seus hábitos, trejeitos e manias. Cada um tinha a sua. A do Antônio Rosa era cuidar bem do penteado antes de ir ao ar na TV Eldorado. A do Clésio Búrigo era caprichar nos muitos dados das suas matérias esportivas, verdadeira aula de conhecimento. O Milioli Neto pouco ligava pra nada. Chegava de inopino, ouvia as matérias ou nem isso e entrava no ar queimando o chão, como se dizia, com uma acidez crítica conhecida ao longo dos tempos. A Adilamar Rocha tinha o ar de magnânima senhora da simpatia, cuidando palavra por palavra. No outro lado do jornalismo da época, o André Martins, com sua indefectível “André Martins e a Saudade”, estilo romântico de programa com músicas saudosistas d’antanho e poesias – ao permitir-se arroubos mais ousados, mandar recados pra suas fãs. 

Fora do microfone, em outros muitos momentos, nossa convivência prosseguia próxima e, no entanto e contraditoriamente, distante. Por quê? Nossos hábitos privados e pessoais fora da emissora eram díspares. Até os ambientes frequentados nem sempre eram os mesmos. E os gostos e prazeres também não coincidiam. Amigos, sim. Colegas de ofício, sim. Mas cada um na sua. Ou, como hoje se diz, “cada um no seu quadrado”.

Essas elucubrações surgem assim. Num relâmpago. Vejam ser nada sério.

Finalmente, algumas pessoas de fora do meio tinham intimidade conosco e nossa vida, até. Como o tradicional e famoso garçom, o Edgar, cujos serviços eram prestados em nossos almoços de final de ano e os festivos do Dia do Radialista, sempre promovidos pelo Evaldo Stopassoli aos funcionários. Não falhou um ano. Do Edgar tenho doces lembranças, como quando recebi no estúdio Francisco Petrônio e fui obrigado a levá-lo ao Restaurante Castelinho, trabalho do Edgar e ao lado da rádio, para apresentá-los pessoalmente, tal fã com frenesi do cantor ele era. A alegria do Edgar superou qualquer expectativa e me dá ânimos até hoje.

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