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Irmão Celeste Roman

Por Adelor Lessa Edição 17/06/2022
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Eu trabalhava na rádio Araranguá, década de 70, quando coloquei o gravador debaixo do braço e fui gravar minha primeira entrevista.

Quando cheguei, soube que também seria a primeira vez do entrevistado. 

Entre começa, para, começa de novo, para, foi mais de uma hora.

No fim, gravamos uns 10 min.

Voltei correndo (literalmente) para conseguir colocar no ar no programa de esporte, às 11h30.

O entrevistado foi o irmão Celeste Roman, professor de educação física e, na época, o principal responsável pela preparação das equipes de Araranguá para o Jerva (Jogos Estudantis da Região do Vale do Araranguá).

Como o Jerva iria começar naquele dia, convenci o apresentador e editor do programa, Enio Quirino Nunes, que deveria colocar o irmão Celeste no ar porque ele era a melhor representação da competição e do esporte amador, estudantil, da cidade e da região.  

Celeste passava o dia com apito pendurado no peito, abrigo ou calção, orientando e comandando treinamentos.

Sempre com semblante sério, não era muito de mostrar os dentes, mas acessível, aberto a todos, a postos responder qualquer dúvida.

Era um apaixonado pelo esporte, e tinha a capacidade de identificar habilidades.

Ele sabia um pouco de tudo. Comandava treinos (e times) do tênis de mesa, futsal, futebol, handebol, vôlei, basquete, atletismo.

Hoje, com 87 anos, irmão Celeste será homenageado neste sábado pelos seus “alunos e atletas” da época.

A ideia e organização, é de um grupo liderado por Namur Bacha, Antonio Carlos dos Santos, Paulo Roberto Gerhard, Sergio de Souza e Pedro de Souza Gomes.

Celeste fez primeiros votos e iniciou vida religiosa em 1963, aos 28 anos.
Chegou em Araranguá em 1967, onde ficou até 1995.
Pela sua congregação religiosa, foi levado para trabalhar em Londrina, Orleans e Caxias do Sul.
Voltou para a escola Murialdo de Araranguá em 2003. Mas, desta vez para cuidar da horta e auxiliar na manutenção.

Homenagear o Celeste é reconhecer o trabalho que ele fez com os jovens e o incentivo ao esporte, num tempo de dificuldades, parcos recursos, equipamentos e estrutura limitados.

Mas, ele colocou o esporte na rotina daquela gurizada. 

E agora, todos de cabelos brancos (os que ainda têm) vão reverenciá-lo.

Pergunta que fica:
Quantos Celestes temos por ai?
Não estou falando de estimuladores e incentivadores do esporte, mas homens e mulheres que merecem homenagens em vida.
Pessoas que mudaram para melhor a vida de jovens e adultos.

Por que esperar que não estejam mais entre nós para reconhecer o que fizeram de bom?

O Celeste vai ter o seu dia neste sábado.

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