A próxima oitiva da CPI dos Respiradores seguirá a mesma linha da primeira, realizada na última quinta-feira, 14. A intenção da comissão é entender os trâmites das contratações emergenciais do governo do Estado em meio à pandemia do coronavírus. Os depoimentos dos ex-secretários Helton Zeferino (Saúde) e Douglas Borba (Casa Civil) ficarão para as próximas audiências.

O calendário da CPI prevê duas sessões por semana. A expectativa de Ivan Naatz (PL), relator, é de concluir o relatório até o início do período eleitoral, que deve ser na primeira semana de julho. As sessçies ocorrerão às terças e quintas, a partir das 10h. Helton Zeferino deve depor na próxima quinta-feira, no mesmo dia em que será ouvida a ex-superintendente de Gestão Administrativa do Estado, Márcia Pauli.

Em depoimentos anteriores à força tarefa, ambos afirmaram que Douglas Borba havia escolhido e pressionado pela empresa Veigamed, cuja apuração do MP aponta para um possível superfaturamento de R$ 16,5 milhões na compra de respiradores mecânicos para o governo do Estado, em contrato de valor total de R$ 33 milhões.

A primeira oitiva teve mais de seis horas e teve depoimento de Leandro de Barros, ex-secretário de Saúde de Biguaçu, acusado de ter relações com a Veigamed. Leandro afirmou ser inocente e desconhecer qualquer envolvimento de Douglas Borba no caso.

O ex-secretário da Casa Civil deve depor no dia 25 de maio. Borba é apontado pela força tarefa que investiga a contratação da Veigamed como o líder de um núcleo político que realizaria contratos fraudulentos no estado de Santa Catarina.

A CPI aprovou requerimentos para as oitivas, que incluem ainda o governador Carlos Moisés (PSL), apesar da investigação do MP não incluí-lo entre suspeitos de fraude. "O cronograma da CPI está estabelecido. Vamos nos reunir de novo para formar uma nova etapa e juntar novos documentos. Alguma coisa pode surgir da força tarefa", disse o relator Ivan Naatz.

"A CPI não pretende avançar nas relações externas, ou seja, do que aconteceu no Rio de Janeiro, em crime de lavagem internacional. Esse é papel da polícia. Se tentarmos avançar nisso, vai custar muito tempo. O ideal é entender o que aconteceu na secretaria", acrescentou o deputado.

O empresário e médico Fábio Guarti, que encaminhou a proposta da Veigamed ao governo do Estado e tem relações com o advogado Leandro de Barros, também poderá ser intimado. "Estamos cruzando informações para ver se o que a gente tem dele é suficiente, já tem muita coisa dele produzido pela força tarefa", despistou Naatz. "Vamos tentar entregar o relatório até o início do período eleitoral, meados de julho", concluiu o deputado.