Iniciativa de leitura muda o dia a dia dos alunos da Escola Jorge Bif, em Siderópolis

A Escola Jorge Bif, localizada na comunidade de Vila São Jorge, em Siderópolis, tem vivido uma nova rotina: mais silenciosa, mais concentrada e recheada de histórias. Por meio da professora Lorita Tasca Salvaro, que, após 30 anos de profissão, diz estar realizada, já dedica boa parte do seu tempo a incentivar a leitura entre os alunos do primeiro ao quinto ano.

A professora, que também ministra aulas de italiano, relata que, no começo, era apenas ela quem lia para os estudantes. "Hoje, eles já pedem para levar os livros para casa", contou. O projeto nasceu do desejo de aproximar os estudantes dos livros de forma espontânea. Sem fichas obrigatórias ou avaliações, a proposta é que cada criança devolva a leitura da maneira que achar melhor. Por meio de um relato oral, de um texto escrito ou até de um desenho. "Eles escolhem como contar a história. Não é uma tarefa, é uma brincadeira", frisou a professora.

A aluna Alexcia Dias Zeferino, do quinto ano, que também joga de lateral no futebol, diz que não é que antes não gostasse, "só não tinha o hábito". Agora, ela leva livros para casa e busca ler cada vez mais. Conforme Lorita, o reflexo já aparece no dia a dia. Os pais notam a diferença no comportamento, principalmente nas turmas do quarto e quinto ano. "Antes, terminavam a atividade e saíam para conversar. Agora, muitos pegam um livrinho e começam a ler", relatou Lorita, emocionada com os resultados.

Segundo a professora, se a cada 100 alunos, 20 criarem o hábito da leitura, "já valeu. São 20 crianças que antes não liam e agora se encantam com os livros", analisou.

No município

Conforme a Secretaria de Educação, a ação já é derivada do projeto "Ler é uma verdadeira aventura", de 2023, que busca estimular o hábito da leitura. O projeto corrobora o compromisso do Cantinho da Leitura, do Ministério da Educação (MEC), que envia recursos para equipar esses espaços.

"Foi a partir daí que propusemos que, do primeiro ao quinto ano, houvesse um momento de leitura. Então, a professora Lorita sugeriu movimentar a biblioteca da escola, para que as crianças conhecessem e utilizassem o espaço", comentou a coordenadora pedagógica da Secretaria de educação de Siderópolis, Denise Nunes.