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“Preparem-se que o preço do arroz vai voltar a subir”

Alerta é do engenheiro agrônomo de Araranguá, Douglas de Oliveira. Um dos motivos é o alto custo de produção
Por Gregório Silveira Araranguá, SC, 15/03/2022 - 15:23 Atualizado em 15/03/2022 - 15:34
Foto: Gregório Silveira/ 4oito
Foto: Gregório Silveira/ 4oito

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As últimas semanas não foram positivas para a produção de arroz no extremo Sul do Estado. A região é destaque nacional na rizicultura e vem sofrendo impactos externos e internos. Um dos fatores que prejudicaram o produtor foi o clima. Na semana passada chuvas fortes e ventos trouxeram prejuízos aos agricultores. Em alguns pontos a perda da lavoura chegou a 20%. 

Outro fator, mas dessa vez externo, é a guerra entre Rússia e Ucrânia que já está deixando sua marca aqui no Sul catarinense. “Aparentemente estamos muito ansiosos sobre a oferta de produtos, se vai ter ou não. Porém acredito que teremos insumos para conduzir a safra de verão. O que acontece é que a inflação vem. A gente estava apurando com um fornecedor de adubos e ele falou que os vendedores estão sem tabela de preço de tão oscilante que está esse mercado. O preço da ureia no atacado está R$ 250 o saco e isso é muito alto. Para se ter uma ideia na safra passada, se pagou em média R$ 100 a saca. E nós estamos falando de R$ 250 no atacado, então imagina como vai chegar o preço dessa ureia para o produtor. Tem também o aumento do preço do diesel que vai impactar diretamente na agricultura. Fósforo e potássio vem muito daquela região onde está acontecendo o conflito. Então a perspectiva é que teremos uma safra muito cara e esse impacto vai chegar no preço dos alimentos para o consumidor final. Então se preparem que o preço do arroz vai voltar a subir”, afirma Douglas de Oliveira, engenheiro agrônomo da Epagri.

Prejuízos com a chuva 

O levantamento dos estragos causados pelas chuvas e ventos fortes ainda está sendo feito, mas parcialmente já há registro de perdas. “Houve um grande excesso de chuvas. Eu estava monitorando aqui na nossa estação meteorológica e choveu mais de 160 milímetros em poucos dias. Haviam muitas lavouras em ponto de colheita e isso atrasa o processo. Então vai dar fila de caminhões nos engenhos para carregar esse arroz. Também essa lavoura vai ficando encharcada o tempo todo no campo e pode acontecer de ter perdas, inclusive de qualidade. Ainda não temos o levantamento real do impacto, estamos no campo fazendo essa avaliação. Temos relatos de produtores que perderam 20% da lavoura e isso seria basicamente a margem de lucro que eles teriam, dado o alto custo de produção que tivemos esse ano”, explica Douglas.

O engenheiro da Epagri aponta quais foram os locais mais prejudicados devido ao mau tempo. “Pega um corredor que vem do município de Turvo, passa por Meleiro, um pedaço de Morro Grande e Forquilhinha. Geralmente quando há vento, essa região é a mais atingida sempre”.  

Porém Douglas adianta que há aspectos positivos que animam o setor no Sul catarinense. “Com a expectativa de redução de safra no Rio Grande do Sul, que deve girar em torno de 11%, o mercado vem se movimentando na questão da valorização do preço do arroz catarinense. Isso dá um fôlego a mais para o produtor que vinha muito preocupado com o custo de produção e o baixo preço do produto. Em relação ao ano passado a gente deve ter uma perda de produção. Estamos apurando e, com as chuvas, essa queda deve ficar em 4% se comparado a 2021. Mas estamos bem, pois, a safra do ano passado foi a de maior produtividade histórica na nossa região”.
 

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