A notícia da continuidade do decreto estadual que proíbe a abertura comercial foi bem recebida pelo pneumologista Renato Matos, um dos especialistas na área da saúde que são consultados diariamente pela Rádio Som Maior e Portal 4oito para falar sobre a pandemia do coronavírus. O médico tem sido contundente na necessidade do isolamento social como forma de evitar a rápida propagação do vírus e o consequente colapso no sistema de saúde.

"Muita felicidade, nós estávamos indo em uma linha completamente diferente do que o mundo vem adotando. Dentro da comunidade científica mundial de peso, das pessoas que têm credibilidade, não há dúvida nenhuma de que essa prorrogação é a única medida que nós temos hoje, passível de reduzir o número de mortes, que pode ser imenso", afirma Renato.

O médico aponta que Santa Catarina segue a tendência mundial de isolamento para conter o avanço do vírus. "Rússia está fechando, Argentina está prorrogando o período de isolamento. No mundo todo, a única maneira que nós temos de mitigar essa situação, é o isolamento", diz Renato.

"Tem um ou outro médico que, isoladamente em sua rede social, coloca algumas coisas que as pessoas às vezes gostam de ouvir, de que se está exagerando. Dentro da comunidade científica mundial não existe dúvida de que o isolamento é a única medida eficaz", completa o médico.

Renato lembra que a epidemia está apenas no começo na região e que as medidas restritivas estão dando resultado. "Recebemos até com indignação algumas informações de postagens mostrando a nossa unidade de saúde em lado ao São José vazia. Que coisa boa, é isso que nós queremos. Que consigamos postergar a chegada disso", explica.

Para pensar em afrouxar o isolamento, na avaliação do médico, será necessária a chegada dos testes e dos ventiladores mecânicos, o que ainda não aconteceu. "Tem atitudes elogiáveis de aumento de estrutura aqui em Criciúma. Essa cobrança para o governo do estado, que os insumos cheguem aqui, é fundamental. Reduzir o pico da curva é fundamental desde que os governos consigam esses insumos. Ficar parado e esperar que as coisas aconteçam é complicado", opina.

"Médico também está com o consultório fechado, também tem funcionários e também vai pegar empréstimo. Hoje a solução econômica não passa pela liberação do isolamento. Vai se matar gente e não vai se resolver o problema. Problema econômico tem que ser resolvido na área econômica. Quando a saúde tiver segurança de que o grosso passou, a curva aliviou ou que dispomos de medicamento, aí sim é hora de liberar esse isolamento", concluiu o pneumologista.