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Os lobos-marinhos e a falta de cuidados (VÍDEO)

As dificuldades da população para lidar com animais marinhos foi notada mais uma vez no Rincão
Por Fagner Santos Balneário Rincão, SC, 11/12/2018 - 07:45
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna

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Seguindo a tendência de mais aparições de animais na costa, dois lobos-marinhos apareceram, ontem, no Balneário Rincão. Vídeos e fotos demonstrando a interação entre humanos e os animais circularam nas redes sociais. Rindo, alguns cidadãos atiram água do mar em cima de um dos mamíferos, que reage com sons característicos de sua espécie. Outras imagens mostram um dos animais utilizando suas barbatanas para aliviar a coceira pelo corpo. Uma cena, no mínimo, curiosa. 

Entretanto, o que pode parecer uma interação amigável, muitas vezes, não o é. Quem explica é o engenheiro ambiental da Prefeitura de Balneário Rincão, Paulo Amboni. “As pessoas acham que estão ajudando, mas na verdade estão complicando uma situação extremamente simples”, coloca. “O animal está ali para descansar, se alimentar e se aquecer”, acrescenta o especialista. “Se não estiverem machucados, eles se viram sozinhos, não depende de nós”, enfatiza Amboni. 

Estadia temporária

Os lobos-marinhos costumam ficar até cinco dias em terra firme antes de partirem para o mar novamente. “É que eles estão em processo de migração, e nadar muito cansa, por isso procuram a areia para descansar”, explica o professor e biólogo do Museu de Zoologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Rodrigo de Freitas. 

Avistamentos como o de ontem são extremamente comuns, principalmente no verão. Apenas quando chegam à praia machucados ou cobertos de óleo, os animais devem receber atenção humana. “Se estiver tudo bem com o bicho, o correto é deixar ali, tranquilo”, aponta o professor. 

“Nas imagens das redes sociais, os lobos-marinhos aparentam boa saúde”, diz. “Se quiserem água, vão até o mar, que está a poucos metros deles”, esclarece Freitas, referindo-se à cena de um dos vídeos: a água atirada pelos banhistas em cima do mamífero. “Ele até emite sons característicos de desaprovação à atitude da pessoa que aparece no vídeo”, comenta. 

O que fazer

O correto é se afastar, deixar o animal descansar tranquilo. “Os que param na praia não são peixes, eles precisam respirar, descansar, se alimentar, e não necessitam estar cobertos de água o tempo todo”, exclama o cabo da Polícia Ambiental de Maracajá, Cristiano Teixeira.

No processo de descansar, acabam exaurindo suas energias ao passar por situações de estresse com os banhistas. “Acabam com altas chances de morrer de cansaço”, expõe o cabo. “Quem deve se aproximar são os especialistas, que precisam ser acionados pela população”, conclui Teixeira. 

Se o animal demonstrar boa saúde, os banhistas devem entrar em contato com a Polícia Ambiental, através do telefone (48) 3529-0187, ou fazer contato com a Prefeitura do Rincão, o Corpo de Bombeiros, a Unesc e a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), visto que ambas fazem o reconhecimento e estudo desses animais. 

Pinguim em Florianópolis

Na semana passada, um pinguim-de-Magalhães foi encontrado dentro de um bueiro no Bairro Renascer, em Criciúma. O animal foi levado até uma clínica veterinária no Bairro São Luiz, há quase 30 quilômetros da praia. 

Com pneumonia, magra e desidratada, a ave foi encaminhada para um centro de recuperação em Florianópolis. Na mesma semana, uma tartaruga-marinha, da espécie caretta caretta tartaruga-boba, foi avistada na praia do Rincão. 

Uma semana antes, outro pinguim, da mesma espécie do encontrado em Criciúma, foi avistado na areia da praia do Ypuã, em Laguna. Neste caso, a ave apresentava boas condições de saúde e foi deixada na praia para retornar ao mar por conta própria.

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