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Operação que resultou na prisão de Júlio Garcia investiga desvios milionários de recursos públicos

Ação da PF também teve como alvo de busca e apreensão o ex-governador Eduardo Moreira
Por Paulo Monteiro Criciúma - SC, 19/01/2021 - 12:51 Atualizado em 19/01/2021 - 12:53
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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A segunda fase da Operação Alcatraz, chamada de “Hemorragia”, contou com avanços importantes na manhã desta terça-feira, 19. Foram expedidos 20 mandados de prisão em Santa Catarina, sendo um deles o do presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Júlio Garcia (PSD), pelo suposto envolvimento com uma empresa de tecnologia que teria servido de fachada para pagamento de propina a agentes públicos e políticos.

A investigação apura supostos crimes de corrupção, fraude de licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa em SC, com indícios de desvios milionários de recursos públicos. De acordo com o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Müller, há provas robustas que apontam para procedimentos licitatórios irregulares em Santa Catarina desde 2006.

Confira também - Presidente da Alesc é preso durante Operação Alcatraz

“Esses processos licitatórios muitas vezes ou não tinham cadastramento prévio apresentado ou existiam orçamentos apresentados por empresas que tinham relacionamento societário comercial entre elas. Durante as investigações foram apontados 5 números de investigações distintas, principalmente relacionados às empresas de tecnologia da região, com um volume total pago pelo Estado de Santa Catarina às empresas que ultrapassou R$ 600 milhões. O desvio de recursos, com indícios concretos, das principais empresas do grupo ultrapassou a quantia de R$ 50 milhões”, declarou o delegado.

Segundo Rodrigo, um dos principais núcleos da empresa recebeu, de 2011 até 2020, mais de R$ 500 milhões de Santa Catarina. Tal empresa foi responsável, inclusive, pelo pagamento de cerca de R$ 16 milhões a outra entidade, pertencente a um casal de sócios, que não possuía empregados registrados e que  contava com valores retirados em espécie superiores aos R$ 12 milhões.

“Foi efetuado também cerca de R$ 800 milhões em pagamentos para um escritório de advocacia cujos indícios apontam se tratar de um escritório utilizado pelo servidor, então envolvido no direcionamento do processo licitatório, e que era sócio oculto desse escritório. Também foram identificados pagamentos de quantias superiores à R$ 7 milhões, em empresas com contratos simulados e que, posteriormente, esse operador financeiro realizava o pagamento de despesas em favor de um integrante do núcleo político da organização criminosa”, ressaltou o delegado.

Júlio Garcia

A informação apontada pelos investigadores é de que valores destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) foram desviados durante o processo. A prisão de Júlio Garcia remete à sua relação com o empresário Jefferson Colombo, também preso preventivamente pela operação, dono de uma das empresas de tecnologia que supostamente teria sido contratada de fachada para a prestação de serviços da empresa responsável pela administração da SC Saúde. 

Segundo denúncia do MPF, Jefferson seria o operador financeiro de um acordo com o presidente da Alesc. O deputado negou a relação irregular com o empresário, afirmando que ele recebia valores de Jefferson referentes a um empréstimo que havia feito e que estaria sendo pago pelo empresário.

Jefferson, inclusive, também foi preso preventivamente. Ao todo, foram expedidos 20 mandados de prisão em Santa Catarina - 11 de prisão preventiva e outros 9 de prisão temporária nos municípios de Florianópolis, Joinville e Xanxerê. 

Eduardo Moreira foi alvo da operação

O ex-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (MDB), também foi alvo da operação. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido em seu endereço, mas nenhuma prisão preventiva foi expedida contra o político, que ainda não se pronunciou sobre a ação.

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