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O que pode influenciar na escolha do ministro da Fazenda

Economista explica o que o mercado pensa sobre os nomes cotados e a influência do Congresso
Por Stefanie Machado Brasília, DF, 13/11/2022 - 10:13 Atualizado em 13/11/2022 - 10:21
Foto: Reprodução
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Após a definição de quem irá governar o Brasil pelos próximos quatro anos, chega o momento da transição de Governo. André Lara Resende, Pérsio Arida, Guilherme Mello e Nelson Barbosa são os especialistas que estão à frente deste período trasitório no setor econômico. Mas, ainda falta um nome: o do futuro ministro da Fazenda. 

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Dentre os ‘cotados’, estão o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, e o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que já chefiou a Fazenda entre os anos de 2016 e 2018, no governo de Michel Temer. Para o economista Luís Artur Nogueira, a definição deste nome tem grande importância para dizer em qual direção o Brasil deve caminhar nos próximos anos. E, para isto, existem duas possibilidades.

“Lula pode escolher um perfil mais político para comandar a Fazenda, como foi o primeiro mandato dele, em que foi Antônio Palocci, um médico, mas alguém que vinha do Congresso Nacional para comandar a economia, uma vantagem para aquele momento. Ele ainda montou uma equipe muito competente abaixo dele, que na época tinha Meirelles, Joaquim Levy, Marcos Lisboa, enfim, pessoas com alta qualidade. Se não for uma escolha política, será algum nome mais da área de economia”, explica. 

A visão do mercado financeiro sobre Meirelles x Haddad

Dos nomes especulados nos últimos dias, o de Henrique Meirelles é o favorito do mercado financeiro. O ex-ministro da Fazenda, inclusive, anunciou apoio a Lula ainda no primeiro turno das eleições. 

“O que o mercado financeiro gostaria seria alguém com o perfil de Henrique Meirelles, mais pró-mercado e não alguém muito de esquerda, como o Guido Mantega, que deixou uma má impressão no Governo Dilma Rousseff”, destaca Nogueira. 

Já o segundo nome cotado, Fernando Haddad, não seria uma escolha positiva aos olhos do mercado, defende o economista. O petista vem de uma eleição polarizada na disputa pela Presidência em 2018, com o atual presidente Jair Bolsonaro. Além disso, saiu derrotado do segundo turno em 2022, para o cargo de governador de São Paulo. 

“O que aconteceu foi que o dólar subiu e a bolsa caiu. Porque o mercado não gostou. Primeiro, porque Haddad não tem nenhum histórico econômico e, ainda que ele tenha um perfil mais político, o mercado acha que ele tem um viés muito de esquerda. Não seria bem visto”, ressalta. 

Desta forma, caso a escolha seja política, outros nomes do PT seriam mais positivos, na visão do economista. “Existem alguns nomes que o mercado poderia aceitar melhor, como o governador da Bahia, Rui Costa. Ou ainda, Jaques Wagner [atual senador da República]”, afirma Nogueira. 

A influência do Congresso Nacional

Uma das razões pelas quais Palocci foi bem aceito foi por conta da sua boa relação com o Congresso Nacional. À época, o médico ocupava o cargo de deputado federal, antes de ser nomeado ministro da Fazenda por Lula em 2003. Desta forma, entende-se que tanto o Senado quanto a Câmara podem ter influência na governabilidade e, consequentemente, na escolha do nome para a Fazenda. 

“Câmara é, historicamente, dominada pelo chamado ‘Centrão’, que não tem ideologia, ele negocia. Podemos achar que a negociação é correta ou escusa, mas é uma negociação. O Centrão que estava com o Bolsonaro, claramente, já está negociando com o Lula. Não acho que a Câmara será um problema em termos de governabilidade para o futuro Governo Lula. Vai distribuir cargos, aumentar o número de ministérios, e fazer o jogo político para ter o Centrão. Algo que, inclusive, o governo Bolsonaro demorou para entender”, comenta. 

A relação com os senadores, no entanto, será diferente. Isso porque os políticos não devem entrar em negociações, justamente pelo peso do cargo. “No Senado está agora mais para centro-direita. O Senado terá um papel importante de fazer o contrapeso a este governo mais de esquerda. Inclusive, do ponto de vista de fiscalização, de irregularidades e eventuais questões de corrupção”, avalia o economista.

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