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O cruzamento dos acidentes em Criciúma

Na João Pessoa com a São José, no Centro, é rara a semana em que alguma colisão não é registrada
Por Fagner Santos Criciúma, SC, 28/11/2018 - 07:21
Foto: Fagner Santos / A Tribuna
Foto: Fagner Santos / A Tribuna

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Três décadas. Esse é o tempo em que Helena Frassetto acompanha a situação do cruzamento entre as ruas João Pessoa e São José, no Centro de Criciúma. Ela é síndica de um condomínio residencial na movimentada esquina e já viu inúmeros acidentes ali. “Perdi as contas”, revela. O mais recente, envolvendo um carro e um caminhão, aconteceu na última segunda-feira e, novamente, causou danos ao residencial. 

“Eu coloquei três trilhos para impedir que os carros envolvidos em acidentes destruam o nosso muro mais uma vez. Já foram tantas”, afirma. Os trilhos, agora tortos, necessitam ser reparados novamente, bem como o poste que sustenta uma câmera de vigilância da Polícia Militar. “Não é a primeira vez que a câmera cai e os trilhos entortam”, completa a síndica, ao mesmo tempo em que encara o alto fluxo de veículos em ambas as vias.

Helena acredita que o cruzamento carece de infraestrutura para melhor segurança dos motoristas e pedestres. “Tem um elevado, mas acho que está muito longe do cruzamento, dá tempo de pegar velocidade”, comenta. Ao buscar resposta na Prefeitura, recebeu uma resposta direta: “Disseram que quem saberia onde tinha que colocar o elevado era a engenheira responsável”, diz, dando de ombros. 

Semáforo é a esperança

Para que o trânsito flua melhor no local, Helena acha que a melhor saída seria a implantação de um semáforo. “Assim o motorista tem a obrigação de parar”, coloca. Sem o aparelho, vê apenas uma solução, e ela passa pela implantação de redutores de velocidade. “Se não pararem, que ao menos passem mais devagar”, acrescenta a síndica. 

Mas não é só Helena que pensa em possíveis soluções. As secretárias Bruna Carvalho e Sâmela Mafioletti também palpitam. “Eu acho que o semáforo é a solução”, diz a primeira. Ao concordar, a colega também é enfática ao acrescentar a necessidade de que a sinalização seja ampliada. “Tem duas placas de Pare, quatro faixas de pedestres, mas raramente param”, coloca Sâmela. 

Elas trabalham em uma das muitas autoescolas da região do cruzamento, e já presenciaram acidentes graves. “Um carro chegou a bater na nossa parede, tamanho o impacto com outro veículo”, diz Bruna. “E olha que a parede fica uns 15 metros longe do cruzamento”, complementa Sâmela. 

Ao lado da autoescola, mais uma reclamação. “Não sei se a Prefeitura tem dificuldades em fazer o serviço, se a lei não permite”, critica o proprietário de uma lanchonete no cruzamento, Valter Pescador. O que sabe é que a luta para mais segurança no trecho é antiga. “Eu estou aqui faz cinco anos e nunca vi mudar”, coloca. Também acha que o problema está na falta de infraestrutura adequada e, principalmente, nas mãos de quem dirige por ali. “O pessoal não para nem pra grávidas em cima da faixa de pedestres, acham que tem a preferencial e vem correndo de todos os lados”, diz.

Pescador acredita que o foco deve ser a segurança dos pedestres e de quem trabalha ao redor do cruzamento. “Tem que colocar lombadas, tachões”, diz. Mas, a intenção não é prejudicar o motorista. “Não é por maldade nem para danificar os veículos, é para que eles parem e dirijam mais devagar”, coloca, lamentando a situação precária do entroncamento. 

Infraestrutura aliada ao bom senso

Trilhos na esquina não resistem muito tempo / Foto: Fagner Santos / A Tribuna

Sinalizar mais não resolve o problema. A coordenadora de Qualidade de uma imobiliária localizada na esquina, Simone Cacciatori, pensa que o semáforo pode ajudar. Entretanto, o que reina é a falta de bom senso dos motoristas. “Se continuarem correndo como fazem, nunca vai mudar”, exclama Simone. “Hoje (ontem) vi crianças correndo entre os carros em alta velocidade para atravessar”, exemplifica. 

Colega de Simone, o profissional de Marketing André Pascuali reitera a falta de respeito dos motoristas. “É visível”, diz. “Mesmo com a lombada, eles passam voando, quase pulam”, conta. Ambos acreditam que, no mínimo, uma nova faixa elevada deveria ser implantada. “Ainda assim, o semáforo é indispensável”, coloca Pascuali. “E a boa educação dos motoristas também”, conclui Simone. 

O diretor da Diretoria de Trânsito e Transportes (DTT) de Criciúma, Gustavo Medeiros, concorda, em partes, com os apelos da população. Mas não com implantação de semáforo. Diz que o cruzamento já conta com sinalização adequada, faixas de pedestres, tachões e a faixa elevada, que garantem a diminuição da velocidade e também a parada dos veículos. “Se o motorista não para ao ver a placa vermelha de Pare, nem ao ler Pare escrito em letras garrafais no chão, temos outro problema, e não é de infraestrutura”, critica. A questão vai além de um novo semáforo para o cruzamento. “A situação só muda quando o motorista mudar”, observa. 

Na Próspera, abortado o fim da rótula

Foto: Daniel Búrigo / A Tribuna / Arquivo

Uma questão recente ligada a alterações no trânsito especulada em Criciúma dizia respeito ao estudo para remoção da rótula localizada na Avenida Gabriel Zanette, no Bairro Ceará, nas proximidades do Parque das Nações e do Criciúma Shopping. Em abril deste ano, a DTT buscava melhorar o fluxo de veículos no local, elevado pelo acesso à Via Rápida, principalmente em horários de pico. 

O diretor da DTT, Gustavo Medeiros, explica que um estudo foi feito na ocasião. “Na época, passamos o estudo para a Secretaria de Infraestrutura, que deveria realizar a retirada da rótula”, coloca. Entretanto, a viabilidade da obra não era proporcional à melhoria do fluxo. “Seria pequena, e vemos atualmente que está tudo fluindo tranquilamente, era apenas empolgação inicial”, comenta. 

Em dezembro, caso o tráfego no local seja intensificado pelo acesso à Via Rápida, a DTT se compromete a iniciar patrulhamento preventivo e de orientação. “Se precisar, colocaremos agentes de trânsito entre as sexta e segundas, quando mais veículos trafegam ali”, confirma Medeiros. 

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