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"Não temos como pagar"

Após pedir comprovante de renda, Afasc cancela matrículas em educação integral
Por Fagner Santos Criciúma, SC, 11/12/2018 - 09:14
CEI Santo Antônio, administrado pela Afasc / Foto: Divulgação
CEI Santo Antônio, administrado pela Afasc / Foto: Divulgação

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Quero saber, detalhadamente, qual o critério que utilizaram para retirar a vaga da minha filha”. Essa é a indignação da dentista Marjorie de Freitas Dagostim de Assunção. Ela é mãe de uma aluna de três anos do Centro de Educação Infantil (CEI) Santo Antônio, da Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc), que funciona no Bairro Santo Antônio.

A revolta é com a notícia ruim que chegou com o fim do ano: a diretoria do CEI informou na semana passada que a criança havia perdido a vaga de educação integral por conta da renda apresentada pelos pais, considerada alta no critério de avaliação da Afasc. 

A filha de Marjorie estuda no CEI desde o início deste ano. “Já havia terminado o período de rematrícula, e a da minha filha foi concluída normalmente”, informa. As rematrículas ocorreram entre 15 e 30 de outubro. A mãe apresenta a lista que a direção do CEI encaminhou aos pais em outubro, quando da entrega das orientações sobre rematrículas. Nela, constam os pedidos por comprovante de residência e de atividade profissional dos pais, bem como comprovação de renda, carteira e declaração de vacina e outros documentos.

Sem perspectiva

Agora, Marjorie teme não ter onde matricular a criança para o ano letivo de 2019. “Não tem mais matrículas”, diz. “O CEI disse que ela poderia ficar estudando no período matutino”, completa. Entretanto, seria inviável para que Marjorie e seu marido, professor ACT, possam cuidar da filha. “De manhã minha sogra até pode ficar, ainda que seja uma senhora de idade”, conta. 

O real problema seria no período da tarde. “Eu e meu marido temos que ficar em casa, impedidos de trabalhar, por termos renda supostamente alta demais?”, questiona Marjorie. Segundo a dentista, que se formou há apenas dois anos, o rendimento da família não cobre o pagamento de uma escola particular. 

Contas apertadas

“Apenas este ano que meu marido conseguiu pegar 40 horas de aulas. Normalmente são apenas 20, que paga menos”, conta. “E eu sigo pagando o Fies, quitando minha graduação, pago mais de R$ 1 mil mensais”, informa. Outro fator que impacta na renda é o período de férias letivas. “Ele para de dar aulas agora e também não recebe enquanto isso. As contas ficam mais apertadas do que o normal”, aponta Marjorie. “Eles olham o total do nosso salário, sem considerar as despesas, e decidem que podemos pagar educação privada? Não temos como pagar uma escola particular”, conclui.

A reportagem tentou as respostas da Afasc inúmeras vezes ao longo do dia, ontem, sem sucesso.

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