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Mais Médicos: Como será sem os cubanos

Dos 18 profissionais vindos de Cuba para a região, nove estão em Içara, a cidade que será mais impactada
Por Fagner Santos Içara, SC, 17/11/2018 - 08:35
Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna
Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna

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A decisão de retirar do Brasil os médicos cubanos participantes do programa Mais Médicos, anunciada na última quarta-feira pelo país caribenho, vai afetar diretamente a atenção básica em Içara. O município é o que mais utiliza médicos de Cuba em toda a Região Carbonífera. São nove profissionais atuando, de um total de 14 provenientes do programa.

Agora, mais de 23 mil moradores dos bairros Aurora, Boa Vista, Elizabete, Jussara, Raichaski, Terceira Linha e Vila Nova 1 e 2 podem ter o atendimento prejudicado nas próximas semanas. Cuba tomou a decisão a partir de manifestações do presidente eleito Jair Bolsonaro. Nenhuma data para que os médicos deixem o país foi informada, e os atendimentos em Içara seguem normalmente até que os profissionais recebam suas passagens aéreas para deixar o país.

“Estamos preocupados. Não há alternativa para a substituição destes médicos”, reconheceu o prefeito Murialdo Gastaldon. Caso fossem contratados profissionais substitutos para os nove cubanos, seriam gastos aproximadamente R$ 170 mil mensais. “São quase R$ 2 milhões ao ano, impraticável”, emendou a secretária de Saúde, Jaqueline dos Santos. Içara direciona quase R$ 210 mil por mês para a área hospitalar. “Se tirássemos de um lado para pagar o outro, o problema não seria resolvido e outra parcela da população ficaria sem atendimento médico, então não existe essa possibilidade”, acrescentou o prefeito.

Novo edital em novembro

O município aguarda solução por parte do Governo Federal. “Esperamos que o presidente eleito volte atrás nessa questão, como tem feito ultimamente. E ele tem esse poder”, observou Gastaldon. Um novo edital de contratação está programado para ser lançado ainda neste mês. “Acredito que não resolverá o problema, pois na última contratação pelo Mais Médicos essas nove vagas foram ocupadas por cubanos devido à falta de procura por médicos brasileiros”, explicou o prefeito. 

Só em Içara, 19 mil atendimentos

Atualmente, o programa dá prioridade para contratação de profissionais brasileiros. Entretanto, a procura é baixa. Serão quase 8,4 mil vagas deixadas pelos médicos de Cuba para serem preenchidas por outros profissionais em todo o país. A seleção será feita ainda em novembro, sem data definida, e o comparecimento aos municípios feito de imediato. Em 2013, apenas 11% das vagas nacionais foram ocupadas por brasileiros. “Alta carga horária, questão salarial e localização dos serviços é a principal causa da maior procura por estrangeiros”, exemplificou o prefeito de Içara. 

Atuando no município desde 2013, ano em que Cuba entrou no Mais Médicos, os profissionais realizaram, durante os primeiros meses de 2018, mais de 19 mil atendimentos em Içara. “Foram consultas, exames pré-natais, receituário e atendimentos domiciliares que acabaram criando uma ligação dos profissionais com a comunidade”, ressaltou a secretária de Saúde. “Sempre realizaram um trabalho de excelente qualidade”, elogiou Jaqueline.

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