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Homenagem à Vivian e busca por leis mais severas

Familiares, amigos e solidários protestam na data em que crime completa quatro anos
Por Émerson Justo Içara, SC, 04/03/2019 - 23:58 Atualizado em 05/03/2019 - 00:26
Fotos: Émerson Justo
Fotos: Émerson Justo

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Em alusão ao quarto ano da morte de Vivian Laís Phillipi, 17 anos, que foi brutalmente assassinada no dia 4 de março de 2015, família, amigos e pessoas que se solidarizam com o caso realizaram uma homenagem à vítima na tarde desta segunda-feira (4). A jovem foi estuprada, asfixiada e teve traumatismo craniano na Rua Rio Linha, no bairro Tereza Cristina, em Içara, próximo a sua casa, quando retornava da faculdade. A homenagem foi prestada no mesmo local onde ela foi encontrada morta.

208 balões com cartazes escrito 'Vivian Vive' foram soltos, representando o número de semanas em que o fato ocorreu.  “É uma pequena manifestação de lembrança da Vivian, que hoje está fazendo quatro anos, e é muita saudade, a todo minuto as lembranças vem fortemente. São muitas lembranças por tudo que ela representou para nós da família, para as amigas dela e colegas de escola. Eu digo que ela tem um coração formidável, era uma menina exemplar”, comentou o pai da vítima, João Plinio Phillipi.

Ele disse que a ideia de prestar uma homenagem ocorreria mesmo que fosse apenas ele e sua esposa, porém a população soube do ato e muitos estiveram presentes. “Temos um grande número de pessoas, foi uma surpresa agradável. O pessoal é solidário, tem alguns parentes, tem vizinhos, mas também tem pessoas que eu não conheço, pelo ato da bondade e da solidariedade”, relatou Phillipi.

Busca por leis mais severas

O autor do crime foi levado a júri e acabou condenado a oito anos pelo crime sexual e 22 anos de reclusão em regime inicialmente fechado pelo assassinato. Mesmo assim, a mãe acredita que tem que haver mais justiça, por isso, o ato, além de homenagem, serviu como protesto por leis mais severas. “O objetivo é clamar por uma justiça mais rigorosa, porque daqui a oito anos ele já terá direito a indulto de ficar em casa uma semana, eu não acho que isso seja justiça. Isso é para clamar que mude essas leis e tenhamos mais segurança, porque eu tenho medo de sair de casa”, ressaltou Ana Luiza Müller Phillipi.

A mãe lembra da forma cruel que Vivian morreu. “Ninguém viu o corpo dela, mas eu vi. Ela não foi só simplesmente estuprada e depois foi morta asfixiada, ele trucidou o corpo dela. Você acredita que uma pessoa dessas, que matou do jeito que ele matou minha filha, com uma paulada na nuca, arrastou para dentro do barraco, ela estava toda machucada, uma pessoa dessas vai sair lá de dentro diferente, não né”, questionou-se.

O pai afirmou que o que coube ao juiz e aos jurados foi feito, mas que as leis são falhas e isso precisa mudar. “Vai cumprir um certo tempo, aí vai ter a regalia de redução de pena e isso é uma coisa que estamos protestando agora. Quem comete um crime hediondo tem que ser isolado, é diferente de alguém que é preso por um pequeno roubo. Nada é justificado, mas são casos bem diferentes”, alegou.

Ana fala que não é a única que sofre por causa de crimes como o que ocorreu com sua filha, por isso as penalidades devem ser mais pesadas. “Não é só eu que estou sofrendo, tem milhares e milhares de mães por aí chorando por um filho que perdeu. Essa lei tem que mudar e se o povo não começar a se unir, a se manifestar, começar a colocar a boca no trombone, isso não vai mudar nunca”, frisou.

A melhor amiga de Vivian, Gabriela Pizzeti, falou da insegurança que ficou no local após o assassinato. “Foi uma dor muito grande e acabou criando um pânico na gente, até hoje eu não consigo sair sozinha na rua neste bairro. Até para a população, passaram-se quatro anos e até hoje todo mundo fala que ficou com medo de deixar as filhas ficarem saindo pela região, criou muita insegurança”, destacou.

Ana Paula Phillipi, salientou que é preciso aprender a conviver com a dor da perda, por isso, procura pensar nas lembranças boas sobre a irmã que perdeu. “Às vezes parece que não fazem quatro anos, que faz menos tempo. Eu tento não me apegar só a parte ruim, não quero chorar todos os dias, sofrer diariamente. É horrível estar sem ela, este ano ela estaria completando 21 anos e a gente pensa como ela estaria sendo com os sobrinhos, se ela já estaria se formando, faz bastante falta”, lamentou, afirmando que a correria do dia a dia ajuda a superar o fato.

Ouça as entrevistas que foram ao ar no Ponto Final:

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