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Eleições 2020

Eles querem comandar a cidade: Rodrigo Minotto

O pedetista, que foi o último a entrar na disputa pela prefeitura de Criciúma, ainda espera pelo PSL para indicar seu vice
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 10/09/2020 - 17:55 Atualizado em 10/09/2020 - 23:01
Foto: Divulgação
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Em julho ele admitia a possibilidade. Em agosto, idem. Em setembro, bateu o martelo. O deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT) foi o último a entrar no circuito das candidaturas à prefeitura de Criciúma na eleição de 15 de novembro. E a sua entrada no páreo está mexendo com o jogo, em função da articulação para ter o PSL na chapa. Alinhado ao Governo Carlos Moisés na Assembleia Legislativa (Alesc), Minotto espera agora a contrapartida com um aval do partido do governador à sua pretensão de ser prefeito de Criciúma.

"Tive possibilidades de fazer algumas consultas pessoais, pesquisas também. Sabemos do favoritismo do prefeito, mas vamos participar", afirmou Minotto. 

Casado com Márcia, pai de Ana Carolina, 20 anos, e Maria Luísa, 12, o deputado é natural de Criciúma, tem 47 anos e é formado em Administração e Direito. "Sou advogado por profissão, tive a felicidade de estudar na Escola Básica Jarbas Passarinho, escola pública. Fiz meu ensino médio no antigo CIS, o atual Cedup, onde aprendi muito com o professor Vilson Lalau. Fiz minha formação em Tubarão e Araranguá", resumiu.

A trajetória política de Rodrigo Minotto começa em 1993. "Já no PDT, onde estou há 27 anos. Meu único partido. Tive a oportunidade de, ao longo desse tempo, ocupar algumas funções. Fui superintendente do Trabalho e Emprego em Santa Catarina e chefiei o gabinete do ministro do Trabalho, Manoel Dias", recordou.

Será a primeira disputa municipal da carreira política de Minotto. "Fui candidato a deputado federal em 2006, na época fiz 6.716 votos. Em 2010 concorri a deputado estadual, saltando para 11.472 votos, não me elegi, fui quarto suplente. Persistente como eu sou, e sonhador também, fui candidato em 2014 e acabei como o mais votado da coligação que tinha 56 candidaturas, fiz 26.929 votos. E fui reeleito em 2018", pontuou. "Nunca participei de eleição municipal. Meu sonho agora é poder participar de uma eleição dessa em Criciúma, até para que as pessoas tenham a oportunidade da escolha", registrou.

"Mudança e inovação"

Minotto defende que a sua candidatura "é uma consequência do interesse de um grupo de pessoas, de lideranças de vários segmentos da sociedade que se preocupam com o presente e o futuro da cidade". Para o deputado, "está na hora de mudar, de experimentar novos caminhos, respirar novos ares, inovar na administração, eu posso fazer isso".

Se dizendo movido pelo sentimento da mudança e da inovação, o deputado observa que "Criciúma se desenvolveu muito nos últimos anos mas problemas estruturais continuam". Minotto pautará sua campanha sugerindo "uma Criciúma mais humana, inovadora, que o gestor possa ouvir as pessoas de forma mais democrática e compartilhar decisões". 

O candidato do PDT quer oferecer "um novo modelo de gestão, com sangue novo, ideias novas, experiências que adquirimos na gestão pública". Minotto cita a visão de Legislativo que tem, "experiência que me dá segurança que, em conjunto com pessoas, possamos fazer uma administração bem forte no sentido do desenvolvimento". "Não é o desenvolvimento somente econômico, mas também social, as pessoas que estão excluídas do atendimento da administração pública", relatou.

Criciúma ou Forquilhinha?

Há quem entenda que a base política de Minotto é Forquilhinha, e não Criciúma. "Fui para Forquilhinha com 7 anos. Forquilhinha era distrito, emancipou em 1989, retornei para Criciúma em 1996, residindo até 1999. Casei e retornei para Forquilhinha, o meu vínculo é com as duas cidades", definiu. "Eu tenho a felicidade de ter meus pais e irmãos residindo em Criciúma, eu também tenho residência em Criciúma e Florianópolis, nosso vínculo é forte com a cidade", frisou. 

Minotto lembra que, em Forquilhinha, alcançou proporcionalmente mais votos que em Criciúma nas eleições para deputado. "Mas são meus dois polos, Criciúma sempre me deu uma votação absoluta maior, sempre me deu uma votação expressiva", contou. 

Um resumo de plano

Rodrigo Minotto não foi enfático sobre o seu plano de governo. Acontece que ele condicionou o arremate do projeto ao fechamento da sua coligação, que ainda depende da definição do PSL e de outros aliados, o que ocorrerá nos próximos dias. "Temos alguns projetos, algumas ideias", despistou. "Mas isso tem que ser construído a quatro mãos, estamos aguardando essas tratativas de alianças para poder, de uma forma conjunta, as lideranças de cada partido poder contribuir", justificou. "O que eu mais tenho destacado é que a minha aliança não será somente com partidos, mas com pessoas, com lideranças que queiram fazer algo a mais para Criciúma", salientou.

A definição da coligação tem relação íntima com a decisão do PSL, que será tomada na convenção do próximo sábado, 12. "Estamos conversando, cada dia é um dia, cada momento é um momento. Muitas coisas vêm acontecendo ao longo dos últimos dias, se eu disser que tudo está definido, não, não está. Muitas coisas poderão mudar no contexto de criar uma ampla aliança com pessoas que queiram compartilhar ideias", observou.

Minotto reconheceu que aguarda com expectativa a confirmação do apoio do PSL. "Com expectativa positiva. Tenho conversado com o governador e o presidente do partido, tanto no âmbito estadual quanto municipal, tenho tratado isso de forma muito tranquila e institucional, o que me dá essa credibilidade de saber ouvir e poder falar, o que queremos para Criciúma", afirmou. "Que esse projeto seja coletivo e não individual, onde todos que pensem igual a mim, ou diferente da atual administração, possam compartilhar", emendou.

Descolando de partidos

Embora reconheça que possa estar liderando um possível frentão - especula-se que de seis a oito partidos poderão estar na coligação encabeçada pelo PDT - Minotto teoriza sobre a estratégia. "Não é só partidos, mas a importância de lideranças sem vínculos partidários estarem conosco, que têm nos consultado e nos motivado para fazer parte desse projeto", colocou. "Uma nova opção, onde as pessoas possam ter a possibilidade de escolher o candidato. Estou indo de uma forma muito tranquila, sabendo das minhas condições, quero que as pessoas me conheçam e sabem da capacidade que eu tenho de poder administrar o município de uma forma diferente", referiu.

O candidato aposta que a sua formação será importante para poder propôr um projeto com bases. "A minha formação como administrador e advogado me credencia a ter pelo menos uma formação capaz de poder ser muito responsável com as minhas ações, principalmente em uma administração pública. Acredito que eu tenho condições, com os que fizerem parte do meu projeto, de fazer uma boa administração, transparente", defendeu.

E a esquerda

Em recente entrevista ao 4oito, o candidato do PT, Chico Balthazar, comentou as dificuldades da formação de uma frente local de esquerda que poderia incluir o PDT em um projeto com os petistas. Ele chegou a afirmar que o PDT busca coligação com o PSL, o que está fora da órbita do PT, e que "Minotto seria um dos candidatos da esquerda em Criciúma". "Respeito a opinião dele, o Chico tem muito conteúdo, tem boa relação dentro da cidade, um profissional liberal competente. Eu não vou discutir ideologia em Criciúma, vou discutir ideias para o crescimento da cidade", respondeu. 

"Nós temos que entender que dentro de um processo democrático, principalmente no âmbito municipal, temos que compreender as diferenças ideológicas e trazer para inclusão em um processo de gestão. Seja qualquer segmento da sociedade, tem a sua opinião. Eu tenho uma opinião muito clara, a gente tem que unir para somar, e não dividir para diminuir", frisou.

Governo Salvaro

Quando questionado sobre a gestão do prefeito Clésio Salvaro (PSDB), Minotto é cauteloso. "Temos que respeitar todo o trabalho do prefeito ao longo dos seus mandatos, está indo para a quarta eleição de prefeito, ele está há muito tempo no poder e obviamente que tem os seus acertos e erros, isso é natural", opinou. "O que eu posso destacar como pontos positivos e negativos, nesse momento, não houve nos últimos tempos espaço para examinar outros candidatos. Houve uma monotonia de candidaturas", emendou.

Minotto aposta que, com a apresentação das propostas, o ritmo da campanha mudará. "A partir do momento em que as pessoas possam ver outros candidatos com ideias novas, uma gestão mais humana, inovadora e democrática, que são minhas linhas de atuação, penso que as pessoas podem entender que há sim a possibilidade de um candidato experiente, com formação técnica, a questão do legislativo e Executivo com exemplos de trabalho", pontuou. "As pessoas querem ter alguém que conheça a administração pública, nessas características, eu posso ser uma importante opção de escolha, 95% das pessoas de Criciúma não sabem do meu trabalho enquanto legislador", enumerou. "A partir do momento que verem o meu empenho, com ações importantes para a região, isso fará a diferença", sublinhou.

Ele enumera algumas ações das quais fez parte nos últimos tempos para a região. "Cabe citar a conquista que tivemos da Rodovia Jorge Lacerda, a revitalização que está judicializada, a Jacob Westrup, a ampliação das bolsas de estudo do artigo 170, que esse ano chegaram a quase R$ 300 milhões, eram 70 milhões no governo passado, trouxemos no nosso trabalho parlamentar esses resultados. Independente das ideologias, temos que unir, e essa união trouxe esses resultados", destacou. "Tivemos ainda o apoio com a Secretaria de Saúde para ampliar 15 leitos de UTI do São José, 10 do Hospital São Donato, 10 do Hospital Regional de Araranguá, eu fiz parte e colaborei com esse processo, eu fiz essa interlocução. Temos agora a possibilidade da reforma do Cedup, com investimento superior a R$ 12 milhões que está bem encaminhado para ser feito", ampliou.

As bandeiras

Insistindo na dificuldade de elencar um plano de metas, Minotto mencionou as linhas gerais do seu pensamento para a saúde. "Eu penso que podemos melhorar a gestão da saúde, diminuindo esse tempo de consultas, exames e cirurgias eletivas, é uma questão de gestão. Criciúma tem orçamento de R$ 1,2 bilhão, é global, mas na saúde temos 15% investidos, 25% na educação", observou.

A educação infantil também é uma preocupação do pedetista. "Não podemos pensar em diminuir creches em Criciúma, o que está ocorrendo, temos que ampliar o atendimento à educação básica", refletiu. "E pensar no desenvolvimento econômico, qual o projeto inovador feito para Criciúma? Qual o plano de desenvolvimento até hoje apresentado? Nenhum plano foi apresentado para daqui a 40 anos", indagou. 

"Temos uma margem da Via Rápida sem plano diretor para apurar o que é comercial, industrial, residencial. Porto Seco tem que ser debatido, a conclusão do Anel de Contorno Viário, tem que ter um gestor com o Governo do Estado que não crie barreiras nem feche portas, mas que construa pontes e traga resultados", salientou, antecipando a ideia de ser um elo ainda mais profundo entre Criciúma e o Governo do Estado. "Temos a área da Cultura que está adormecida, temos uma política pública para mulheres vítimas de violência que não é implementada, mulheres que não tem onde se socorrer para buscar atenção, temos uma Universidade em Criciúma, uma das melhores do estado, que pode e deve ser incluída no processo do desenvolvimento. Temos várias cabeças pensantes que podem contribuir para uma gestão pública com mais qualidade, temos Acic, CDL, Forcri que são entidades, forças que podem contribuir e muito, e eu quero assumir esse compromisso de estar pensando Criciúma junto com essas instituições", detalhou.

Minotto não esconde, também, sua preocupação com a máquina pública e seu tamanho e custo. "Há um inchaço. A máquina precisa ser mais eficiente. O serviço público tem que ter continuidade, não pode um gestor entrar e não dar continuidade", opinou. "Temos um novo modelo de gestão para acompanhar a cidade na saúde, educação, infraestrutura, assistência social, o que tem sido feito?", questionou. "Isso será respondido no embate eleitoral. A nossa campanha deve e será feita de uma forma muito propositiva, queremos olhar para a frente, usar a atual administração como exemplo e ver o que podemos fazer de mais e de melhor, nós não vamos apresentar propostas que não sejam exequíveis", garantiu.

A defesa do governador

Em um momento no qual o governador Carlos Moisés está frágil, diante de um processo de impeachment, Rodrigo Minotto exercerá o papel da sua defesa na campanha em Criciúma? "Eu não posso prever o que vai acontecer daqui a um mês, não posso prever, cada momento será um momento para a gente discutir. Primeiro é saber se o PSL estará conosco. Depois, cada situação a gente vai avaliar com o corpo de pessoas que estarão conosco e também da disponibilidade e do interesse do governo em participar. Eu não consigo prever o que vai acontecer, no momento oportuno a gente vai avaliar", opinou.

Sobre referenciais para um eventual futuro governo, Minotto cita Maringá (PR), Gramado (RS) e o Estado do Ceará. "O Plano de Desenvolvimento Econômico de Maringá, me dá uma visão de um gestor de continuidade. A cidade de Gramado, com um gestor do PDT, não quero falar de partido, mas de atitude. O que Gramado foi há vinte anos e o que é hoje, Criciúma tem um potencial turístico a ser explorado", citou. "Na educação, temos um modelo de gestão do Ceará que nos dá como exemplo de fazer a coisa de uma forma bem adequada", observou. 

O PDT faz sua convenção no dia 14, formalizando a candidatura de Rodrigo Minotto para prefeito.

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