A causa vegana atravessa uma virada histórica no Brasil, desafiando modelos de produção, denunciando o especismo e impulsionando novas formas de viver e consumir. Entre os protagonistas dessa transformação está Ricardo Laurino, apresentador do Zona V Podcast e ex-presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), que há mais de 30 anos dedica sua trajetória à defesa dos animais e ao fortalecimento de um movimento que hoje alcança mídia, ciência, indústria e comportamento social.
Da conexão no prato ao compromisso ético
A jornada de Laurino começou em 1990, quando, ainda adolescente, almoçava assistindo televisão. Uma reportagem sobre o aumento da produção de carne no interior paulista provocou um insight definitivo. “Ao ver os animais pastando e o bife no meu prato, eu fiz uma conexão muito grande. Dali em diante eu nunca mais comi nenhum tipo de carne”, relembra.
Ele ainda acreditava precisar consumir ovos e laticínios até que, em 2003, a leitura de “Libertação Animal”, de Peter Singer, o levou a repensar a relação humana com os animais e a adotar o veganismo de forma integral. “Entendendo que é possível buscarmos respeitar os animais o máximo que a gente pode… a partir dali, eu adotei o veganismo”, afirma.
A expansão do veganismo e suas raízes éticas
Para Laurino, a força do movimento vegano atual vai além das escolhas alimentares. Fundamentos éticos, ambientais e sociais impulsionam essa transformação. O conceito de especismo — discriminação baseada na espécie — é, segundo ele, central na mudança de consciência contemporânea.
O veganismo também deixou de ser nicho e passou a influenciar setores diversos, como cosméticos, moda, entretenimento e indústria alimentícia. Essa expansão, diz Laurino, reflete uma sociedade mais crítica em relação à exploração animal.
Impactos sociais, ambientais e de consumo
A disseminação do veganismo já produz efeitos concretos.
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Ambientais: redução da pressão sobre recursos naturais e mitigação dos impactos da pecuária.
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Sociais: ampliação do debate sobre violência estrutural e responsabilidades éticas.
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De consumo: crescimento da oferta de produtos plant-based, alternativas a testes em animais e práticas mais sustentáveis na indústria.
Para o ativista, o avanço científico e o acesso a informações confiáveis aceleram essa mudança. “Hoje sabemos que é possível viver de maneira saudável sem explorar animais. A sociedade está cada vez mais aberta a isso”, observa.
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A evolução do movimento vegetariano e vegano no país
À frente da SVB, Laurino acompanhou a profissionalização e o amadurecimento da causa no Brasil. Ele destaca o aumento do número de veganos e vegetarianos, a criação de projetos educacionais, campanhas de grande alcance e a presença crescente do tema na mídia convencional.
Essa evolução representa, segundo ele, uma verdadeira “revolução silenciosa”: progressiva, consistente e sustentada por valores éticos e socioambientais.
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