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Do Comerciário ao Tigre de 1991: colecionador tem mais de 500 camisas de futebol

Fernando Rech Geremias, de 33 anos, constrói acervo histórico do futebol do Sul catarinense há mais de dez anos
Por Heitor Araujo Orleans - SC, 14/08/2021 - 09:36 Atualizado em 14/08/2021 - 09:36
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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São mais de 100 camisas de pano do Tigre e os números 1 ao 11 dos uniformes usados pelo time campeão da Copa do Brasil em 1991 quase completos. O colecionador Fernando Rech Geremias, de 33 anos, viaja o sul do Brasil atrás de peças históricas ligadas ao Criciúma e o futebol do Sul catarinense, o que lhe permitiu um acervo repleto de uniformes do Metropol, Comerciário e até mesmo a camiseta usada por Maicon na Seleção Brasileira.

A paixão pelo Tigre acompanha Fernando desde pequeno, assim como pelas coleções. Além da busca pelas camisas, nesta trajetória outros objetos históricos, como jornais antigos, flâmulas e faixas, foram adquiridos e um conhecimento amplo sobre a história do futebol na região.  

"Colecionar vem desde pequeno, desde os tazos, os álbuns de figurinha... Meu pai tinha uma coleção de moedas, herança do tio-avô dele. Ele guardava, mas não deixava eu mexer. Com o tempo fui tendo acesso e pesquisando. Sou de Orleans, conhecida como a capital da cultura, sempre tive algo com isso também", conta o colecionador.

Fernando começou coleções de selos, carrinhos, moedas e cédulas - chegou a ter mais de  3 mil notas. Porém, há 10 anos, optou pelo foco nas camisas do Tigre. "Vendi e fiquei só com a coleção de camisas. Na época não tinham muitos colecionadores e escolhi ficar com elas. Tenho mais de 500 camisas, uma para cada semana como colecionador", relata.

Da equipe campeã da Copa do Brasil, Fernando Geremias tem o uniforme usado por praticamente todos jogadores. Faltam a 8, de Gelson, e a 10, de Grizzo. Também falta algo simbólico, mas importante para o colecionador: um autógrafo do ídolo Jairo Lenzi na camisa número 11.

"Tenho o sonho de encontrar o Jairo Lenzi, tenho um autógrafo dele, mas queria que ele autografasse a camisa que era a dele, a 11. Quero também achar a 8 do Gelson e a 10 do Grizzo. Para mim o Jairo Lenzi deveria ter até ido à Copa do Mundo ou pelo menos alguma convocação, até 1994 ele jogou muita bola", opina.

Nem só camisas de pano ou do Criciúma são objetos da coleção de Fernando. Outros uniformes que, por bem ou por mal, estão na história do Tigre compõe o acervo do colecionador. Tem, por exemplo, a camisa do Sporting Cristal, adversário na Copa Libertadores de 1992. 

"Procuro também de times profissionais do Sul do Estado. Próspera, Hercílio Luz, Tubarão, Araranguá e times da Larm, como Caravaggio, Metropolitano, União. Consigo camisas em estádio, em exposições. A do Sporting Cristal tem gente do Peru que quer comprar, já me fizeram várias propostas e eu não quis", comenta. 

Camisas de ex-jogadores do Tigre também estão no alvo, como do Maicon, Douglas e outros. "Procuro do Roger Guedes e outros, como o Éder. É difícil conseguir, porque a gente procura camisa de jogo e às vezes é difícil ter o contato com o jogador", explica. 

Em uma viagem ao Paraná no começo do mês, Fernando Geremias voltou com um acervo do Metropol, que pertenciam ao ex-técnico do clube na década de 60, João Lima. Tem flâmula do Deportivo La Coruña e uniformes usados pelo clube em viagem à Europa no ano de 1962.

"O João Lima trabalhou em grandes clubes do Brasil, como Corinthians e Atlhetico Paranaense, e ele diz em livro que o Metropol foi o clube mais organizado que ele trabalhou", diz Geremias. "Trazer esse material de volta para Criciúma é muito legal para divulgar a história do Metropol em exposições", comemora o colecionador.

Encontrar, comprar e guardar todo este acervo demanda tempo, espaço e acurácia. "Fui buscando a história das camisas, no começo eu não achava. Começamos a garimpar, ver fotos, catalogar uma sequência. Descobri muita coisa da história do Criciúma, aumentou a paixão e quis me aproximar do clube".

"A maioria das camisas a gente encontra pelas redes sociais. São mais de 11 anos de coleção, tenho amigos pelo Brasil inteiro, gente que vem diretamente a mim vender camisas. Conheci muita gente e criei amizades nesses anos todos. Criei a rede de confiança e o pessoal já me tem como referência, porque é um resgate histórico", conta.

A coleção é armazenada em um quarto sem luz, as camisas em cabide e as mais antigas em plástico. Jornais e itens demandam um cuidado especial, anti-mofo. "Não tenho o hábito de lavar, dificilmente eu lavo, como chega na coleção ela fica. Com o tempo fui refinando a coleção, trocando as de loja pelas de jogo. Quantidade é legal ter, mas a qualidade é essencial. Tem gente que tem 30 ou 40 camisas e o valor histórico de repente é maior do que ter 200", analisa Fernando.

Outro sonho do colecionador, este já realizado, era um encontro com o ídolo, o técnico Paulo Baier. "Série B, o que eu vivi e foi muito marcante. Um dia encontrei o Paulo Baier e bati foto com ele, realizei o meu sonho de ter uma camisa autografada diretamente por ele. É um exemplo como pessoa e jogador, honrou com amor o clube e levantou o caneco".  

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