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Descarte de 40 mil vacinas acende alerta em Criciúma

Baixa adesão da população às campanhas de imunização faz com que doses percam a validade

Por Maryele Cardoso 08/06/2025 - 11:39

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Apesar dos esforços da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES) para garantir a distribuição adequada e segura de vacinas ao longo de 2024, o baixo engajamento da população nas campanhas de imunização ainda é um desafio. Mesmo com infraestrutura eficiente e padrões elevados de conservação, cerca de 168 mil doses acabaram sendo descartadas, principalmente por vencimento do prazo de validade, o equivalente a 1,3% do total recebido.

Ao longo de 2024, a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES) recebeu um total de 12.865.457 doses de vacinas, que foram devidamente armazenadas e distribuídas aos municípios catarinenses, totalizando uma perda física de 168.392 doses.  Segundo a Central Estadual da Rede de Frio, o Estado mantém elevados padrões de conservação dos imunobiológicos, o que garantiu nenhuma perda por falhas de armazenamento ou transporte das vacinas após o recebimento.

De acordo com o diretor de Vigilância Epidemiológica da DIVE, João Fuck, no ano passado a SES ampliou a vacinação, mas um obstaculo foi a procura das pessoas pela vacinação. “Dessas doses, 91,5% foram as vacinas utilizadas na campanha de influenza de 2023, quando a cobertura foi de apenas 53,51%. No ano passado a vacinação da Influenza foi ampliada para crianças de até 12 anos e depois para todas as idades, buscando incentivar a imunização. No entanto, as pessoas não procuraram a vacina, de forma que as doses não foram utilizadas. As doses de COVID-19 perdidas representaram 11.850 (7,0%), e foram as do laboratório Butantan. Cabe lembrar que ao longo do ano de 2024, foram recebidas vacinas atualizadas, assim, as que até então recomendadas, como no caso da vacina do laboratório Butantan, deixaram de ser utilizadas”, esclarece.

Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a vacina da influenza é a única com validade de um ano, uma vez que sua formulação é atualizada anualmente. As demais vacinas geralmente possuem prazos de validade mais longos. Quando não há descarte imediato, as doses vencidas são devolvidas ao Ministério da Saúde, que as encaminha ao fornecedor responsável pelo descarte correto. Silviane Mannrich, assessora de comunicação da SES, destacou que Santa Catarina antecipou a vacinação contra a gripe para todas as idades a partir dos 6 meses já no Dia D, realizado em 10 de maio, antes mesmo da autorização oficial do Ministério da Saúde. “Fizemos isso para evitar o descarte de vacinas e garantir que toda a população interessada tivesse a oportunidade de se prevenir, já que a vacina reduz significativamente os casos graves de influenza”, reforçou.

Dados de anos anteriores

Dados de 2023:  Foram recebidas 14.608.014 doses de vacinas, com perda física (exclusivamente por vencimento da validade) de 78.550 doses, representando 0,53% do total. As vacinas descatadas foram: Imunoglobulina anti-hepatite B (1,4%), raiva (3,6%), pentavalente (5,2%), DTP (24,7%), COVID-19 (30%) e influenza (35,1%).

Dados de 2022: Foram recebidas 20.342.265 doses de vacina, com perda física de 411.942 doses (2%). As perdas foram decorrência de: quebra de frasco (0,15%), reprovação no controle de qualidade (1,9%) e vencimento por validade (97,95%). As perdas físicas por validade foram 347.050 (84,2%) e foram recebidas pela SES/SC com prazo de validade curto, algumas inclusive com menos de 90 dias. Entre as vacinas com os maiores quantitativos de perda por validade estão: COVID-19 (59,7%) e Tríplice Viral (27,5%).

Descartes das vacinas do município de Criciúma

Em Criciúma, aproximadamente 40 mil vacinas foram retiradas de circulação. O Secretário de Saúde de Criciúma Deivid Freitas afirma que o desperdicio pode ser evitado ou diminuido com a conscientização da população. "Todo municipio recebe a demanda de vacinas referentes ao números de pessoas que precisam serem vacinadas, ou seja, quando a vacina passa do prazo de validade é por que as pessoas deixaram de buscar a imunização", fala. Segundo ele, quando a pessoa deixa de se vacinar, pode causar várias problemas, não apenas o descarte da vacina. A falta de imunização causa problemas no individual e no coletivo. "Quando a pessoa deixa de se vacinar, está mais propenza a doenças e isso reflete também nos postos de saúde, hospitais e pronto atendimentos com uma demanda maior de atendimentos", explica.

Já coordenadora do setor de Imunização de Criciúma, Evelyn Brognoli, afirma que em Criciúma já foram aplicadas em média 80 mil doses da vacina contra a gripe, equivalente a 58% , mas que o municipio ainda não alcançou a meta. "Apesar da abertura da vacinação para todos os grupos, continuamos fazendo ações nas escolas e nas populações prioritárias, de forma que o município já atingiu quase 58% de cobertura. Passamos um pouco da metade, mas ainda não estamos na nossa meta, que é chegar a 90% de imunização dos grupos prioritarios. Estamos batalhado para chegar no nosso objetivo, é preciso uma ação conjunta da comunidade", relata.

As doses do imunizante estão disponíveis em todas as 46 Unidades Básicas de Saúde (UBS), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Contam com horário estendido, das 7h às 18h30, as unidades dos bairros: Wosocris /Rio Maina, Mineiras, Mina do Mato, Centro, Santa Luzia, São Defende, São Sebastião, Cristo Redentor, Próspera, Boa Vista, Quarta Linha, Pinheirinho e Santa Bárbara. Além disso, a sala de vacina da UBS Boa Vista funciona das 8h às 12h aos sábados.

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