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CPI: Respirador de transporte não serve para Covid-19, diz médico

Primeira oitiva desta quinta-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Respiradores foi com o especialista Márcio Martins
Por Heitor Araujo Florianópolis - SC, 18/06/2020 - 11:37 Atualizado em 18/06/2020 - 11:41
Médico pneumologista Márcio Martins / Reprodução
Médico pneumologista Márcio Martins / Reprodução

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A sessão de oitivas da CPI dos Respiradores nesta quinta-feira, 18, começou com o médico pneumologista de Brusque, Márcio Martins. Ele foi chamado a depor pelo presidente da CPI, o deputado Sargento Lima (PSL). De acordo com Lima, é importante a opinião de um especialista da área para entender se os 50 respiradores entregues pela Veigamed - que foram embargados pela Receita Federal - do modelo Shangrila 510S podem ser usados em UTI.

Segundo o médico, os equipamentos de transporte, como são descritos os equipamentos que chegaram, não são recomendados para pacientes com Covid-19. O Estado havia comprado 200 equipamentos de outro modelo, posteriormente trocado pela Veigamed.

"Existem dois tipos de respiradores. Tem os respiradores de transporte, que são colocados em ambulâncias ou em transporte entre hospitais para o paciente. Esses não são ideais para ventilar os pacientes com Covid-19. Quem tem a doença Sars CoV-2 faz um grau de deficiência respiratória grave. Vão necessitar de respiradores mais robustos, que possam dar condições que o pulmão se recupere. Precisa de um respirador invasivo e que possa auxiliar na recuperação pulmonar", detalhou Márcio.

O médico falou também sobre o preço dos ventiladores. Os da Veigamed foram comprados por R$ 165 mil a unidade, inicialmente de um modelo, com certificação pelos técnicos do Estado, e posteriormente trocados por iniciativa própria da empresa para modelos de transporte. De acordo com Márcio, os preços estão altos, mas não atingem o valor pago pelo Estado. 

"Os preços estão altíssimos, primeiro porque o dólar tá alto. Para montar os ventiladores, a grande maioria são peças importadas. Temos empresas nacionais que se propuseram a ajudar para fornecer esse material. Em Jaraguá do Sul a Weg produz um ventilador que tem uma qualidade que dá para ser usado nesses pacientes e por um preço bem menor. No hospital em Brusque chegaram 10 ventiladores para abrir novos leitos. Lendo o manual, ele tem condições de ajudar os pacientes. Custa de R$ 25 a R$ 30 mil, enquanto os importandos na faixa de R$ 70 mil. O Hamilton-C6, um dos melhores do mundo, custa na faixa de 100 mil dólares", ponderou.

Segundo o pneumologista, o ideal era de que o Estado tivesse a aprovação de especialistas em ventiladores mecânicos para determinar a compra de modelos desconhecidos. 

"Talvez o adequado para avaliar os ventiladores seria um engenheiro biomédico, é o que lida com equipamentos relacionados à saúde. A maioria dos hospitais tem em seu quadro esse engenheiro biomédico que realiza a manutenção dos equipamentos. O ventilador mecânico não é um motor, ele tem peças mecânica-eletrônicas, a maioria funciona a uma placa eletrônica. Temos que analisar essa validação. O ideal é que tenha pelo menos um médico que seja especialista em terapia intensiva para dar um parecer um pouco mais exato, porque é um médico que mexe com isso", concluiu. 

Tags: respiradores

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